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08/06/2007 - 10h27

Déficit do setor de eletrônicos cresce 27%, diz Abinee

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SIMONE CUNHA
Colaboração para a Folha de S.Paulo

O déficit da balança comercial de eletroeletrônicos aumentou 27% nos primeiros quatro meses deste ano, segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). O saldo do primeiro quadrimestre ficou negativo em US$ 4,07 bilhões, resultado da redução das exportações, que somaram US$ 2,84 bilhões e do aumento das importações, de US$ 6,91 bilhões.

A maior queda nas vendas externas ocorreu no setor de telefonia, com as exportações de aparelhos celulares caindo 21% no quadrimestre, de US$ 863 milhões para US$ 679 milhões.

Os dados da Abinee dão indícios de que o setor tenha trocado a produção interna pelas importações, já que o segmento de telecomunicações também foi o que mais aumentou as compras. O crescimento foi de 35,4% nos quatro primeiros meses de 2007, totalizando US$ 507,3 milhões.

Para a economista-chefe do Banco Espírito Santo de Investimento, Sandra Utsumi, essa redução mostra a perda de competitividade do segmento. Entre os fatores, estão a queda do dólar e os custos de produção na Zona Franca de Manaus.

"Os empresários dizem que a zona franca não compensa, devido aos custos logísticos, e boa parte das fábricas de telefones está instalada lá", diz.

Esse custo, segundo ela, é influência determinante na queda da produção e das exportações de um produto como os celulares, que não têm grande margem para elevar preços. A produção de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações acumula queda de 11,73% de janeiro a abril, segundo o IBGE.

'A indústria tem que produzir modelos cada vez melhores, sem grande variação nos preços. Para muitas, vale mais produzir na Ásia, onde têm unidades', afirma a economista.

Também houve queda na exportação de componentes para telecomunicações (-27%) e refrigeradores (-6%) até abril.

Mas houve segmentos em que as exportações aumentaram: aqueles ligados à produção, como automação industrial (15%), componentes (17%) e geração, distribuição e transmissão de energia elétrica (19,6%). Segundo Utsumi, o resultado mostra que o setor está se beneficiando dos investimentos em infra-estrutura.

Além das telecomunicações, a alta de 13,3% das importações brasileiras de eletroeletrônicos até abril foi puxada pelo segmento de informática, que vendeu 77,5% a mais que no mesmo período de 2006.

Os produtos que mais tiveram aumento nas importações foram os semicondutores (56%) -entre eles os microprocessadores e os microcontroladores, destinados à área de informática- e outros equipamentos de informática (33%).

Para Sandra Utsumi, o crescimento das vendas é conseqüência da redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que barateou o preço dos computadores populares. "É por isso que há tanta oferta [de computadores] no mercado", diz Utsumi.

 

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