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17/09/2001 - 09h16

Prefixado tem risco, mas embute alto prêmio

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da Folha de S.Paulo

O nervosismo do mercado na semana passada também podia ser observado no mercado futuro de juros, que baliza as operações prefixadas, como os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários).

As projeções para contratos com vencimento após abril chegaram a passar de 25% ao ano. Para quem gosta de um pouco de risco, essas taxas podem embutir uma boa oportunidade.

Nesta semana, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) se reúne para decidir se altera ou não a Selic (taxa básica de juros), que está em 19% ao ano.

Na opinião de Marcos de Callis, diretor de investimentos do HSBC Investment Bank, o governo não deve alterar a atual taxa. "Apesar da turbulência, o juro atual é suficiente para o país cumprir as metas de inflação", explica.

Como ele, a maioria dos analistas acha que, após o ataque nos EUA, não há muito clima para redução. Ao mesmo tempo, eles dizem acreditar que também não há espaço para altas. "Queda na atividade econômica não combina com juros altos. Agrava mais a desaceleração", diz Gustavo Alcântara, analista do Banco Prosper.

Jorge Simino, diretor da UAM (Unibanco Asset Management), ressalta, porém, que é preciso ficar de olho na situação da Argentina. "Depois das eleições que haverá lá em outubro, a crise poderá recrudescer", diz. Uma moratória ou mudança no regime cambial no país vizinho pode levar o BC a puxar os juros.

Apesar de a nebulosidade ser grande, como fica estreita a margem de manobra do BC para alterar os juros, alguns analistas acham que pode ser uma boa idéia colocar uma parte dos recursos em CDBs ou fundos de renda fixa prefixados, para aproveitar o nervosismo dos mercados futuros. "Mas só uma pequena parte do portfólio", observa Callis.

Segundo André Loes, do Santander, na sexta-feira passada, havia investidor conseguindo aplicar em CDBs de um ano com taxa de 24%. Conforme Clive Botelho, do WestLB Banco Europeu, dependendo do montante investido e do relacionamento do cliente com o gerente do banco, em alguns casos, as taxas chegavam em 26% ao ano.

"É muito pouco provável que a taxa Selic, mesmo que venha a subir no futuro, passe do patamar que os CDBs estão pagando", explica Gilberto Poso, diretor da Lloyds TSB Asset Management.

Ele prevê também que quem esperar um pouco pode pegar taxas ainda melhores. Dependendo do nervosismo, as projeções do mercado futuro podem subir mais.

Os CDBs mais atrativos são os que têm prazo mais longo, como de seis meses e um ano, pois são os que têm mais risco. As altas taxas também beneficiam os fundos de renda fixa. No caso, diz Márcio Verri, do BankBoston, é preciso ter um horizonte de pelo menos um ano de aplicação.

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