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17/10/2001 - 08h40

Terror nos EUA aumenta venda de máscara brasileira

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MARCELO BILLI
da Folha de S.Paulo

Fabricantes brasileiros de máscaras de proteção olham para o pânico nos EUA como uma oportunidade de negócios. Algumas fábricas já anunciaram que fecharam novos contratos de exportação com redes norte-americanas e conseguiram vender volumes dez vezes maiores que o normal.

O medo de contaminação por produtos químicos e agentes biológicos fez os consumidores dos EUA correrem às lojas em busca de equipamentos de segurança.

A brasileira Air Safety, por exemplo, fechou contrato para enviar aos EUA 150 mil máscaras em um mês, quando a exportação, em períodos normais, gira em torno de 10 mil unidades.

A MSA do Brasil, que pertence ao maior grupo produtor de equipamentos de segurança do mundo, também aumentou suas remessas para os EUA, a pedido da matriz, que fornece equipamentos para o Exército e a Defesa Civil norte-americanos.

A empresa não revela em quanto aumentou as remessas. O gerente-geral da MSA no Brasil, André Magalhães, no entanto, vê oportunismo onde outros empresários enxergam apenas chances de vender mais.

"Muitas empresas no Brasil estão dizendo que vão ganhar milhões vendendo esses equipamentos. Isso é falta de ética e, muitas vezes, uma fantasia. O comércio desses equipamentos é regulamentado", diz.

Magalhães explica: os estoques de máscaras e equipamentos acabaram nos EUA, mas, apesar do aumento da procura pela população, o fim dos estoques se deve muito mais ao aumento da procura pelo Exército e órgão públicos que trabalharam nos resgates em Nova York e em Washington.

Nos EUA, a MSA está empenhada em explicar aos consumidores que, por enquanto, a prioridade é a produção para uso profissional. O próprio Magalhães desaconselha as pessoas a comprarem máscaras. Segundo ele, não existem hoje máscaras fabricadas para uso civil. Pessoas sem treinamento terão problemas para usá-las. Além dos transtornos causados pelo tamanho inadequado das máscaras, crianças e idosos podem encontrar dificuldades para usá-las, já que o equipamento exige um esforço adicional para respirar.

"Um amigo perguntou qual máscara devia comprar para o filho, que está nos EUA. Eu perguntei contra que gás ele queria se proteger. Ele, claro, não sabia, e eu o aconselhei a não comprar nada", diz Magalhães.

O executivo explica que não existe uma máscara universal, que proteja contra todo o tipo de substância e que possa ser usado por civis. "Existe, claro, uma máscara autônoma. Ela pesa no mínimo 13 kg e protege você por 45 minutos", explica. "Para cada tipo de substância e situação existe uma máscara adequada."

No site da MSA em inglês, a empresa explica todas as complicações que o uso das máscaras por pessoas destreinadas pode oferecer. A empresa criou também um site para orientar as pessoas que os procuram em busca de dicas de segurança.

Os conselhos? Usar sempre cinto de segurança, capacete quando necessário e verificar os alarmes de incêndio periodicamente. O site alerta: "Os maiores riscos enfrentados pela maioria das pessoas são aqueles que ocorrem no dia-a-dia. Seus hábitos têm maior impacto em sua segurança pessoal do que qualquer outro fator".

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