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Pochmann diz que Ipea tem liberdade para "movimentação da inteligência"
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da Agência Brasil
O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Márcio Pochmann, afirmou hoje (26), em entrevista à "Rádio Nacional", que nunca houve, nos 46 anos de atuação do instituto, "um momento com tanta liberdade para movimentação da inteligência nacional como agora". Pochmann se referia a críticas à saída de quatro pesquisadores do Ipea e a mudanças feitas na diretoria do instituto, desde sua posse, em agosto.
Dos quatro pesquisadores afastados, Fabio Giambiagi e Otávio Tourinho retornaram ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), enquanto os economistas Gervásio Rezende e Regis Bonelli, aposentados e sem vínculo empregatício, foram desligados do Ipea. De acordo com avaliações feitas desde a saída deles, os pesquisadores afastados tinham posições críticas quanto à condução de políticas governamentais.
Sobre as afirmações de que teria promovido "expurgos" no Ipea, Pochmann rebateu dizendo que "se trata de um mal-entendido, porque não houve afastamento nenhum". Ele ressaltou que o convênio entre o Ipea e o BNDES termina no mês que vem e que, por isso, Giambiagi e Tourinho teriam que retornar ao banco. No caso dos dois economistas aposentados, sem vínculo empregatício, explicou que o desligamento foi para cumprir a legislação, que exige concurso público para integrar os quadros do Ipea.
Pochmann disse que pretende ampliar a parceria com o BNDES para pesquisas sobre políticas de longo prazo, e manifestou intenção de aproveitar melhor o potencial de trabalho dos aposentados do próprio Ipea, que "têm larga experiência e representam contribuição inegável à pesquisa". Entretanto, como não existe um instrumento legal que permita reabsorver os aposentados, ele disse que está estudando um mecanismo que permita "oferecer abrigo e condições de trabalho a todos os que estão comprometidos com a pesquisa aplicada".
Ex-professor da Universidade de Campinas (Unicamp) e ex-secretário da Prefeitura de São Paulo, Pochmann lembrou que os pesquisadores do Ipea são escolhidos por concurso público, e o critério para entrar é a competência. Além disso, ressaltou, o Ipea tem instrumentos para garantir a liberdade do pensamento (ouvidoria, procuradoria e auditorias internas). "Não há nenhum elemento que possa indicar constrangimento em termos de opinião pública e de exercício do trabalho."
Questionado, em seguida, pela Rádio Nacional, sobre o retorno ao BNDES, seu órgão de origem, Fabio Giambiagi disse que não cabe a ele comentar uma decisão do Ipea. "Tenho apenas que acatá-la", afirmou. Ele destacou, no entanto, a progressão das despesas públicas, que classificou de preocupante, com os gastos públicos aumentando acima da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país. Para ele, tal situação "terá que ser revista, juntamente com a redução da carga fiscal".
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