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09/11/2001 - 10h04

Empresas aéreas descartam reajustar salários

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RICARDO GRINBAUM
da Folha de S.Paulo

O fim de ano dos 30 mil funcionários de empresas aéreas brasileiras promete ser magro: a oferta das companhias para o reajuste salarial programado para a data-base, em 1º de dezembro, é zero.

Ou seja, pilotos, comissários e funcionários dos escritórios não teriam reajuste salarial na virada do ano. A inflação projetada pelos economistas é de aproximadamente 6,5% em 2001.

"A proposta é tão ruim que eles não só não oferecem reajuste como propõem a eliminação de algumas conquistas que obtivemos em outras negociações", diz Graziela Baggio, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas.

Graziela cita como exemplo a proposta de acabar com o pagamento de refeições para o pessoal de bordo. Hoje, as companhias são obrigadas a pagar R$ 22 por refeição.

"A situação está muito difícil para as companhias aéreas", diz Flávio Carvalho, vice-presidente da Transbrasil. A reportagem da Folha de S.Paulo entrou em contato com o SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), mas não foi possível localizar as pessoas responsáveis pela negociação.

Ontem, diretores do SNEA e do Sindicato dos Aeronautas tinham uma reunião marcada para discutir o dissídio salarial, mas o encontro foi cancelado. Na segunda-feira, os funcionários de companhias aéreas devem realizar protestos nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

O Sindicato dos Aeronautas reivindica reajuste de 20%. Esse índice corresponderia, segundo Graziela, à reposição da inflação de 2001 somada às perdas acumuladas em outros anos. Graziela diz que os aeronautas não tiveram reajustes salariais em 1996 e 1997.

O fim de ano pode ser ainda pior para 200 pilotos e comissários da Transbrasil. Ontem, a empresa propôs uma licença parcialmente remunerada para os tripulantes de aviões Boeing-767.

Essa é a segunda licença que a Transbrasil pretende conceder às tripulações dos 767. Na semana que vem, vence a primeira licença, concedida há três meses.

A idéia é que os 200 pilotos e comissários que tiraram a primeira licença voltem ao trabalho, enquanto outros 200 tripulantes ficariam sem trabalhar por três meses. Quem sai de licença recebe apenas 55% do salário.

A proposta será analisada hoje em assembléia, em São Paulo. "A situação está tão ruim que pode ser melhor ficar de licença do que perder o emprego", diz Graziela.
O sindicato não discutirá a realização de greve na Transbrasil. "Nosso objetivo é salvar a empresa", diz a presidente do sindicato.

 

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