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05/02/2002 - 20h48

Terrorismo impulsiou crescimento de 30% na aviação executiva no Brasil

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ELAINE COTTA*
enviada especial a Belo Horizonte

Os atentados terroristas de 11 de setembro impulsionaram o crescimento do mercado de aviação executiva no Brasil.

Ao contrário do que aconteceu com a aviação comercial, que sofreu fortes perdas desde os atentados, a aviação executiva registrou crescimento de 30% em 2001 e movimentou US$ 300 milhões em 2000.

"O setor, que teve um primeiro semestre ruim em 2001, voltou a se aquecer a partir do dia 11 de setembro', afirma o diretor-executivo da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), Adalberto Febeliano.

Esse crescimento não é justificado apenas pelo medo que as pessoas começaram a ter de voar. 'É uma questão prática, as empresas começaram a mensurar o valor de seus recursos humanos estratégicos', afirma Febeliano, lembrando que um alto executivo de uma empresa vale mais que
o fretamento de um avião particular.

Um percurso entre São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo, numa aeronave King Air (uma das mais caras) custa atualmente cerca de R$ 3 mil. O preço de uma King Air é de US$ 600 mil.

Além da segurança, o ganho de tempo é outro fator fundamental. 'A aviação comercial é pouco eficiente na administração do tempo, o que não acontece na aviação executiva', disse.

O Brasil é o detentor da segunda maior frota de aviões executivos do mundo, superado apenas pelos Estados Unidos. Atualmente são 14 mil aeronaves, contra as cerca de 320 mil existentes nos EUA. O setor de aviação executiva conta com 2.600 pistas de vôo. Na aviação comercial são 200, segundo a Abav.

Abocanhar o mercado
Com o objetivo abocanhar esse mercado que tende a crescer ainda mais nos próximos anos, um grupo de dez empresas (oito brasileiras, uma norte-americana e uma tcheca), ligadas ao setor de aviação, decidiu firmar um acordo comercial para ampliar a atuação no mercado brasileiro.

A parceria resultou na criação da Eagle Ariba Alliance, que recebeu investimento inicial de US$ 100 mil e pretende movimentar US$ 30 mil em 2002. A projeção para os próximos cinco anos é de faturamento de US$ 100 milhões.

O acordo operacional foi firmado entre as brasileiras Eagle Ariba, ATC, Air speed, Moravan, GRM, Ariba Aero Taxi, Fly Let do Brasil e Embrataxi, a tcheca Walter Engines, e a norte-americana Performance Conversions. As companhias atuam em diferentes áreas do setor de aviação, desde a fabricação de turbinas até o fretamento de vôos executivos.

"É um projeto de modificação da aviação que tem como principal objetivo otimizar os custos para as empresas envolvidas", afirma Dalva Camilo, presidente do Grupo Meier (que controla três das empresas brasileiras envolvidas no projeto) e idealizadora do projeto. A estimativa é que a parceria resulte em redução de até 20% nos custos das empresas envolvidas.

Só a Ariba Aero Taxi, que atua no segmento de aviação executiva, prevê um aumento de até 60% no faturamento de 2002. A empresa, há 12 anos no mercado, teve um faturamento de US$ 3,2 milhões em 2001.

"Atualmente, 80% da nossa atuação está centralizada em Minas Gerais. Com essa parceria pretendemos ampliar a nossa atuação em outros mercados", afirma o diretor superintendente da empresa, José Alberto Dayrell.

Ampliação dos negócios
A Ariba possui atualmente quatro aeronaves King Air, com capacidade para oito pessoas. Diariamente, realiza cerca de oito vôos. A Expectativa para 2002 é de que esse número suba para 14 vôos diários.

Em quilometragem, a empresa vôa cerca de 4,8 mil Km/dia. O preço de cada quilômetro percorrido, segundo Dayrell, varia entre R$ 5 e R$ 10, o que resulta em movimento de aproximadamente R$ 24 mil por dia.

Outras duas novas aeronaves devem entrar em operação entre 60 e 90 dias, segundo Dalva Camilo. "Estamos apenas aguardando o resultado dos testes e a aprovação do DAC (Departamento de Aviação Civil) para colocá-las em funcionamento", disse.

  • * A jornalista ELAINE COTTA viajou a Belo Horizonte a convite da Eagle Ariba Alliance
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