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15/09/2002
-
14h23
Free-lance para a Folha de S.Paulo
O nome é complicado: "LAN house". Escrevendo por extenso, parece ainda mais assustador: "Local Area Network house" (redes locais de computadores). Superado o temor inicial, contudo, vê-se que o princípio desse novo negócio em crescimento no país é muito simples.
Basta ligar algumas dezenas de computadores em rede, disponibilizar vários jogos da moda e cobrar pelo aluguel das máquinas.
Essas são as "LAN houses", conceito importado da Coréia do Sul para o Brasil há quatro anos. São lojas que reúnem de 20 a 60 computadores, usualmente, nas quais os clientes pagam em média R$ 3 por hora para se divertirem no papel de policiais, terroristas, deuses, monstros e uma infinidade de outros personagens típicos dos jogos eletrônicos.
Fliperama
É como um "fliperama hi-tech", mas os empresários do setor não gostam da comparação. Isso porque a imagem dos fliperamas está muito deteriorada, geralmente associada a lugares escuros, nos quais se consomem cigarros ou bebidas. Nas "LAN houses", acontece o contrário.
O ambiente é clean: paredes brancas, chão sempre limpo, desodorizador de ar funcionando o tempo todo. Fumar ou consumir bebida alcoólica é proibido.
A idéia é integrar os jogadores, que formam equipes para disputar uns contra os outros em partidas que reúnem até 20 pessoas.
O investimento no negócio de "LAN houses" gira em torno de R$ 200 mil para abrir uma loja padrão, com 30 computadores, cerca de dez títulos de jogos e uma área para lanches rápidos (veja quadro acima).
Uma unidade nessas condições fatura cerca de R$ 20 mil mensais (com despesas fixas girando em torno de R$ 14 mil). O retorno do investimento está previsto para um prazo de 18 a 32 meses.
Segundo estimativas dos empresários do setor, há no Brasil de 400 a 500 casas do tipo. Na Coréia do Sul, são 26 mil.
Em vista disso, os investidores afirmam que o mercado nacional ainda deve crescer até abrigar pelo menos 2.000 lojas antes de se estabilizar. "Ainda é um investimento da China", diz o gerente de comunicação da rede Monkey, Leonardo De Biase.
"O negócio é bom, mas o período de maturação do mercado já começou", declara o gerente de marketing da Just4fun (rede de LANs que faz licenciamento da marca), Othon Barcellos.
Lojas fechando
Antes que os investidores se animem demais, o professor de empreendedorismo da Eaesp-FGV (Escola de Administração de Empresas de São Paulo, ligada à Fundação Getúlio Vargas) Tales Andreassi recomenda cautela. "Essas tecnologias estão sujeitas a serem substituídas por outras mais novas. É um risco do negócio."
"Até seis meses atrás, só se viam novas lojas abrindo. Agora, as primeiras já começam a fechar. É sinal de que está acontecendo uma depuração do mercado", diz Othon Barcellos, da "LAN house" Just4fun, que licencia a marca por uma taxa de R$ 20 mil.
Mas será que a explosão dos jogos em rede é apenas um modismo, como o kartismo indoor e o paintball? Para o professor Andreassi, a bolha que existe é a forma como está se dando a expansão do negócio. "O grupo de usuários vai crescer ainda, depois diminuir e, então, estabilizar-se. Os jogos têm um público muito específico, cativo, para o qual as LANs nunca serão modismo", afirma o especialista.
Casas de games de última geração viram febre
RENATO ESSENFELDERFree-lance para a Folha de S.Paulo
O nome é complicado: "LAN house". Escrevendo por extenso, parece ainda mais assustador: "Local Area Network house" (redes locais de computadores). Superado o temor inicial, contudo, vê-se que o princípio desse novo negócio em crescimento no país é muito simples.
Basta ligar algumas dezenas de computadores em rede, disponibilizar vários jogos da moda e cobrar pelo aluguel das máquinas.
Essas são as "LAN houses", conceito importado da Coréia do Sul para o Brasil há quatro anos. São lojas que reúnem de 20 a 60 computadores, usualmente, nas quais os clientes pagam em média R$ 3 por hora para se divertirem no papel de policiais, terroristas, deuses, monstros e uma infinidade de outros personagens típicos dos jogos eletrônicos.
Fliperama
É como um "fliperama hi-tech", mas os empresários do setor não gostam da comparação. Isso porque a imagem dos fliperamas está muito deteriorada, geralmente associada a lugares escuros, nos quais se consomem cigarros ou bebidas. Nas "LAN houses", acontece o contrário.
O ambiente é clean: paredes brancas, chão sempre limpo, desodorizador de ar funcionando o tempo todo. Fumar ou consumir bebida alcoólica é proibido.
A idéia é integrar os jogadores, que formam equipes para disputar uns contra os outros em partidas que reúnem até 20 pessoas.
O investimento no negócio de "LAN houses" gira em torno de R$ 200 mil para abrir uma loja padrão, com 30 computadores, cerca de dez títulos de jogos e uma área para lanches rápidos (veja quadro acima).
Uma unidade nessas condições fatura cerca de R$ 20 mil mensais (com despesas fixas girando em torno de R$ 14 mil). O retorno do investimento está previsto para um prazo de 18 a 32 meses.
Segundo estimativas dos empresários do setor, há no Brasil de 400 a 500 casas do tipo. Na Coréia do Sul, são 26 mil.
Em vista disso, os investidores afirmam que o mercado nacional ainda deve crescer até abrigar pelo menos 2.000 lojas antes de se estabilizar. "Ainda é um investimento da China", diz o gerente de comunicação da rede Monkey, Leonardo De Biase.
"O negócio é bom, mas o período de maturação do mercado já começou", declara o gerente de marketing da Just4fun (rede de LANs que faz licenciamento da marca), Othon Barcellos.
Lojas fechando
Antes que os investidores se animem demais, o professor de empreendedorismo da Eaesp-FGV (Escola de Administração de Empresas de São Paulo, ligada à Fundação Getúlio Vargas) Tales Andreassi recomenda cautela. "Essas tecnologias estão sujeitas a serem substituídas por outras mais novas. É um risco do negócio."
"Até seis meses atrás, só se viam novas lojas abrindo. Agora, as primeiras já começam a fechar. É sinal de que está acontecendo uma depuração do mercado", diz Othon Barcellos, da "LAN house" Just4fun, que licencia a marca
Mas será que a explosão dos jogos em rede é apenas um modismo, como o kartismo indoor e o paintball? Para o professor Andreassi, a bolha que existe é a forma como está se dando a expansão do negócio. "O grupo de usuários vai crescer ainda, depois diminuir e, então, estabilizar-se. Os jogos têm um público muito específico, cativo, para o qual as LANs nunca serão modismo", afirma o especialista.
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