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08/11/2002
-
09h51
da Folha de S. Paulo
A dificuldade de negociação entre o varejo e alguns fabricantes fez atrasar, em mais de 30 dias, o fechamento de encomendas para o Natal. Neste momento, o consumidor já deveria ver as lojas do Carrefour, por exemplo, com a exposição de panetones de marcas líderes em todos os pontos. Isso não ocorre.
O risco de desabastecimento, no entanto, está afastado pelas lojas. Uma saída poderá ser a substituição de produtos nacionais por outros também nacionais.
No caso da carne de peru, a situação é parecida com a do panetone. As conversas com alguns fabricantes se arrastam desde setembro. Os pedidos deveriam ter sido fechados na primeira quinzena de outubro, no máximo. Nesta semana, a rede Nordestão e o Carrefour estiveram em reuniões com fornecedores do produto. Nada foi fechado.
Duas razões explicam a necessidade de reajustes e a demora em defini-los: 1) a escalada do dólar, que já dura quase seis meses. Quando a moeda dispara, mercadorias com qualquer componente importado ficam mais caras. 2) o número limitado de fabricantes. Em relação ao panetone, há apenas um. A Nestlé confirmou ontem que não fabrica mais o produto. (''Foi uma boa experiência, mas paramos", disse o presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita).
Resultado: as redes só podem comprar da Bauducco, que é também a nova dona da Visconti.
Em alguns acordos com a Bauducco, as conversas ainda patinam _o Pão de Açúcar informa que conseguiu fechar a entrega. ''Deveria estar cheio de panetone aqui (se refere à loja). Mas ainda estamos na conversa com eles", diz Luis Carlos Costa, diretor de mercadorias do Carrefour.
As negociações para a venda do peru também empacaram, informa a rede Futurama e o Carrefour. Sadia e Perdigão pedem reajuste em torno de 11%, segundo a reportagem apurou. Mas, para a rede, o número não ''bate" com a conta real. O discurso das lojas é o seguinte: o dólar até se valorizou, o que torna mais caro o produto.
Porém o peso da ração da aves - composta pelo farelo de soja (cotado em dólar) - no produto final é mínimo, dizem as redes. As empresas rebatem e afirmam que não solicitaram reajustes desde o ano passado. E os custos subiram no período.
Na tentativa de dar novas opções ao consumidor, e evitar a falta, o Carrefour colocou panetones com marca própria à venda. Em outras mercadorias, que não são vendidas só no final do ano, também há alterações. Sai da prateleira o açúcar ''Da Barra" e entra o ''Caravelas" na rede. A reportagem entrou em contato com o fabricante do açúcar Da Barra, mas a empresa não se manifestou.
Encomendas para o Natal estão atrasadas
ADRIANA MATTOSda Folha de S. Paulo
A dificuldade de negociação entre o varejo e alguns fabricantes fez atrasar, em mais de 30 dias, o fechamento de encomendas para o Natal. Neste momento, o consumidor já deveria ver as lojas do Carrefour, por exemplo, com a exposição de panetones de marcas líderes em todos os pontos. Isso não ocorre.
O risco de desabastecimento, no entanto, está afastado pelas lojas. Uma saída poderá ser a substituição de produtos nacionais por outros também nacionais.
No caso da carne de peru, a situação é parecida com a do panetone. As conversas com alguns fabricantes se arrastam desde setembro. Os pedidos deveriam ter sido fechados na primeira quinzena de outubro, no máximo. Nesta semana, a rede Nordestão e o Carrefour estiveram em reuniões com fornecedores do produto. Nada foi fechado.
Duas razões explicam a necessidade de reajustes e a demora em defini-los: 1) a escalada do dólar, que já dura quase seis meses. Quando a moeda dispara, mercadorias com qualquer componente importado ficam mais caras. 2) o número limitado de fabricantes. Em relação ao panetone, há apenas um. A Nestlé confirmou ontem que não fabrica mais o produto. (''Foi uma boa experiência, mas paramos", disse o presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita).
Resultado: as redes só podem comprar da Bauducco, que é também a nova dona da Visconti.
Em alguns acordos com a Bauducco, as conversas ainda patinam _o Pão de Açúcar informa que conseguiu fechar a entrega. ''Deveria estar cheio de panetone aqui (se refere à loja). Mas ainda estamos na conversa com eles", diz Luis Carlos Costa, diretor de mercadorias do Carrefour.
As negociações para a venda do peru também empacaram, informa a rede Futurama e o Carrefour. Sadia e Perdigão pedem reajuste em torno de 11%, segundo a reportagem apurou. Mas, para a rede, o número não ''bate" com a conta real. O discurso das lojas é o seguinte: o dólar até se valorizou, o que torna mais caro o produto.
Porém o peso da ração da aves - composta pelo farelo de soja (cotado em dólar) - no produto final é mínimo, dizem as redes. As empresas rebatem e afirmam que não solicitaram reajustes desde o ano passado. E os custos subiram no período.
Na tentativa de dar novas opções ao consumidor, e evitar a falta, o Carrefour colocou panetones com marca própria à venda. Em outras mercadorias, que não são vendidas só no final do ano, também há alterações. Sai da prateleira o açúcar ''Da Barra" e entra o ''Caravelas" na rede. A reportagem entrou em contato com o fabricante do açúcar Da Barra, mas a empresa não se manifestou.
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