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11/09/2009 - 08h50

Trabalhadores ampliam paralisações nas montadoras por aumento salarial

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CLAUDIA ROLLI
da Folha de S.Paulo
FÁBIO AMATO
da Agência Folha, em São José dos Campos
DIMITRI DO VALLE
da Agência Folha, em Curitiba

As paralisações por aumento real nos salários se ampliaram ontem e atingiram ao menos 14 mil trabalhadores de três montadoras --Ford, Mercedes-Benz e Scania-- e do setor de autopeças da região do ABC.

No interior de São Paulo, 8.000 funcionários da GM (General Motors), de São José dos Campos, fizeram greve por 24 horas por causa do impasse nas negociações salariais.

Em Taubaté, 7.200 operários da Volkswagen e da Ford estão em 'estado de greve' e 2.000 metalúrgicos de autopeças aderiram ontem aos protestos na região. No Estado de São Paulo, são 220 mil metalúrgicos em campanha salarial.

No Paraná, funcionários da Volvo, em Curitiba, paralisaram as atividades da fábrica por uma hora. E cerca de 8.500 trabalhadores da Renault-Nissan e da Volkswagen-Audi permanecem em greve desde quinta-feira da semana passada.

No ABC paulista, metalúrgicos da Ford, da Mercedes-Benz e da Scania pararam entre as 6h e as 15h, primeiro turno de trabalho, para reivindicar aumento acima da inflação.

Houve uma passeata na avenida 31 de Março, nos arredores da Mercedes, em São Bernardo, e uma manifestação na portaria da Scania, onde se concentraram funcionários da montadora e da Karmanghia.

Hoje as paralisações atingem a Toyota, em São Bernardo, e autopeças de Diadema -Autometal, TRW e Delga.

As fabricantes de veículos do ABC confirmaram a paralisação parcial em suas fábricas e informaram que diversos setores da produção foram afetados. Na Scania, 12 caminhões deixaram de ser fabricados entre as 7h e as 9h, segundo representantes do sindicato na montadora. Por dia, são produzidas 43 unidades, em média.

A Ford afirmou que não era possível mensurar a perda na produção. A Mercedes-Benz também não divulgou os prejuízos. Por dia, são produzidos, em média, 220 veículos -60% são caminhões e 40%, ônibus.

'O mínimo que as montadoras podem fazer para retribuir os incentivos federais recebidos, como redução do IPI para automóveis e as linhas de crédito criadas especialmente para incrementar as vendas de caminhões, é conceder aumento acima da inflação para os trabalhadores', disse Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT).

Hoje, sindicalistas e representantes de montadoras e autopeças voltam a se reunir na tentativa de buscar um acordo salarial. 'Pelo que vimos até agora estamos mais próximos de decretar uma greve por tempo indeterminado na próxima semana do que fechar um acordo. As montadoras só querem conceder o reajuste para repor a inflação [4,4% pelo INPC]', afirmou Nobre. Amanhã, a categoria faz assembleia para decidir se para ou aceita uma possível proposta salarial.

No ano passado, os metalúrgicos do ABC receberam 3,6% de aumento, além de 7,5% para repor as perdas da inflação, e abono de R$ 1.450. Na região, o salário médio pago pelas montadoras é de R$ 4.800 e pelas autopeças, de R$ 3.500.

GM e Paraná

O Sindicato dos Metalúrgicos do São José (filiado à Conlutas) informou que cerca de 8.000 dos 8.300 funcionários da GM aderiram ontem à paralisação.

Os trabalhadores pedem reajuste de 14,65%, além de redução da jornada. Segundo o sindicato, o Sinfavea (reúne as montadoras) apresentou proposta que prevê a reposição da inflação, com índice ainda menor para os funcionários com salário acima de R$ 6.000.

A GM afirmou, por meio da assessoria, que a paralisação foi parcial e que as negociações com o sindicato prosseguem.

Na Volvo, os trabalhadores deram prazo até hoje para que a empresa atenda às reivindicações. Se não houver entendimento, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba vai propor greve dos 2.600 empregados da montadora por tempo indeterminado.

Eles pedem reajuste de 10% e abono de R$ 2.000. A empresa ofereceu 4,44% e R$ 1.500 de abono. Na Renault-Nissan e na Volkswagen-Audi, o sindicato marcou assembleia para a próxima segunda-feira e aguarda nova proposta salarial. Em oito dias de paralisação, as duas montadoras deixaram de produzir cerca de 8.600 veículos.

 

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