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20/03/2003 - 17h19

Tereza Grossi deixa BC e diz ter sofrido "pressões quase insuportáveis"

SANDRA MANFRINI
da Folha Online, em Brasília

A ex-diretora de Fiscalização do Banco Central, Tereza Grossi, deixou hoje o BC e aproveitou o seu discurso, durante solenidade de transmissão de cargo, para fazer um desabafo.

Em agradecimento ao apoio recebido pelo ex-presidente do BC, Armínio Fraga, nos momentos mais difíceis, Grossi disse que em algumas ocasiões ''as pressões foram quase insuportáveis''.

''Teria sido menor o sofrimento naquelas horas, se tivesse simplesmente dito basta, não quero mais!'', afirmou.

A ex-diretora foi acusada, pelos partidos de oposição a FHC, durante praticamente toda a sua permanência à frente da diretoria de Fiscalização, de envolvimento nos casos dos bancos Marka e FonteCindam.

Ainda neste ano, o PT chegou a pedir ao ministro Antônio Palocci (Fazenda) que substituísse Grossi.

Após a solenidade de transmissão do cargo, a ex-diretora disse que não guarda rancor de ninguém, mas que leva muita mágoa por tudo que passou.
''Não seria uma pessoa normal se passasse por tudo e não sentisse nada'', disse.

Segundo Grossi, seu discurso foi um desabafo, pois lhe acusaram de muita coisa e nunca conseguiram provar nada. Sobre o fato de ter se emocionado durante o discurso, a ex-diretora disse que é muito difícil falar de Armínio Fraga e não se emocionar, ''porque ele foi uma pessoa excepcional'' com ela.

Ao se despedir da carreira de quase 19 anos no BC, Grossi lembrou que, quando foi sabatinada pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, para assumir a diretoria do BC, disse que seu objetivo era fazer com que a área de supervisão bancária do BC fosse considerada a melhor da América Latina.

Hoje, depois de o BC ter participado do Financial Sector Assessment Program, processo de avaliação do setor financeiro brasileiro, Grossi disse ter ''certeza de que a supervisão bancária do Banco Central do Brasil encontra-se no mesmo nível que a supervisão bancária de países mais desenvolvidos''.

O novo diretor de Fiscalização, Paulo Sérgio Cavalheiro, disse que novos desafios para a supervisão surgirão, ''em um contexto onde é notório o forte compromisso do governo com a estabilidade econômica - principal alicerce para o crescimento - e, como consequência pode-se antever em futuro próximo um ambiente com taxas de juros mais baixas e com menor espaço para a prática de spreads elevados''.

Ele destacou o padrão atual da área de fiscalização do BC e destacou que a estrutura atual da diretoria revela-se avançada de acordo com avaliações de investidores, agências de classificação de risco e organismos internacionais.

 

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