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01/11/2004
-
09h46
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
A expansão do mercado chinês e o conseqüente crescimento das exportações ao país estão determinando uma nova tendência no campo e nas cidades brasileiras: o estudo do chinês mandarim, língua oficial da China.
Se a abertura econômica é um fato, ela vem acompanhada de resquícios do sistema fechado da China comunista, onde o inglês é ainda pouco falado.
Por isso, importadores e exportadores se vêem obrigados a falar o idioma local. O Rio Grande do Sul, Estado exportador, já vive essa febre.
O Senac-RS abriu neste ano três turmas de mandarim, cujo perfil do aluno é o do profissional interessado na China. Em uma das turmas, há 11 estudantes.
Dentre os alunos, há dois funcionários do Banco do Brasil, Mateus Daitx, 25, e Paulo Rubens Dias dos Santos, 48, que não se conheciam, mas agora são colegas com o mesmo objetivo: intermediar importações e exportações.
"Trabalho com obras de arte. A China já está muito além da porcelana, está se qualificando", diz Nicholas Bublitz, 43, da Bublitz Imports. "Muito do que a gente compra já vem da Ásia. Falar o mesmo idioma facilita", afirma Ricardo Missel, 40, que trabalha com engenharia e tecnologia.
Pensando no futuro, há o caso de Carlos Shulz, 30, que exporta para os EUA e 14 países do Oriente Médio. ""Já estudo mandarim porque sei que o mercado chinês está ali adiante." Também mira a China gente como Paulo das Virgens, 49, do setor petroquímico.
A socióloga Rosana Pinheiro Machado, 25, faz doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul justamente sobre o mercado chinês. Pelo interesse acadêmico, tratou de estudar mandarim. A médica Rosirene Gessinger, 40, que trabalha com medicina aeroespacial, também vê perspectivas de contatos.
"Criamos turmas devido à demanda, e isso é importante. O inglês dos chineses é péssimo. Só se fala em Taiwan e Hong Kong, não na China continental", diz o coordenador de idiomas do Senac, Gabriel Aguero. "O chinês é desconfiado. Para negócios, facilita falar mandarim", diz a professora Lily Yih Huey Liu, 31.
Cada módulo da língua no Senac tem 54 horas, e, para o futuro, de acordo com o cronograma do curso, haverá dois intermediários e dois avançados. Cada semestre custa R$ 672.
Há também uma proliferação de professores particulares em Porto Alegre.
O chinês mandarim é o dialeto dominante na China. Há outros, falados em zonas rurais. Na Revolução Cultural (após a revolução de 1949), o líder comunista Mao Tsé-tung criou o mandarim "simplificado", para o homem do campo. Há o tradicional, com uma linguagem mais rebuscada.
A UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) já prepara também um curso de extensão universitária para o ensino do mandarim. As aulas se iniciam em 2005, a um custo acessível, segundo a assessoria de imprensa da universidade. A seleção de professores já começou.
No agronegócio, a novidade também chegou. Em Santa Cruz do Sul, começará em março um curso para exportadores de fumo.
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da Agência Folha, em Porto Alegre
A expansão do mercado chinês e o conseqüente crescimento das exportações ao país estão determinando uma nova tendência no campo e nas cidades brasileiras: o estudo do chinês mandarim, língua oficial da China.
Se a abertura econômica é um fato, ela vem acompanhada de resquícios do sistema fechado da China comunista, onde o inglês é ainda pouco falado.
Por isso, importadores e exportadores se vêem obrigados a falar o idioma local. O Rio Grande do Sul, Estado exportador, já vive essa febre.
O Senac-RS abriu neste ano três turmas de mandarim, cujo perfil do aluno é o do profissional interessado na China. Em uma das turmas, há 11 estudantes.
Dentre os alunos, há dois funcionários do Banco do Brasil, Mateus Daitx, 25, e Paulo Rubens Dias dos Santos, 48, que não se conheciam, mas agora são colegas com o mesmo objetivo: intermediar importações e exportações.
"Trabalho com obras de arte. A China já está muito além da porcelana, está se qualificando", diz Nicholas Bublitz, 43, da Bublitz Imports. "Muito do que a gente compra já vem da Ásia. Falar o mesmo idioma facilita", afirma Ricardo Missel, 40, que trabalha com engenharia e tecnologia.
Pensando no futuro, há o caso de Carlos Shulz, 30, que exporta para os EUA e 14 países do Oriente Médio. ""Já estudo mandarim porque sei que o mercado chinês está ali adiante." Também mira a China gente como Paulo das Virgens, 49, do setor petroquímico.
A socióloga Rosana Pinheiro Machado, 25, faz doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul justamente sobre o mercado chinês. Pelo interesse acadêmico, tratou de estudar mandarim. A médica Rosirene Gessinger, 40, que trabalha com medicina aeroespacial, também vê perspectivas de contatos.
"Criamos turmas devido à demanda, e isso é importante. O inglês dos chineses é péssimo. Só se fala em Taiwan e Hong Kong, não na China continental", diz o coordenador de idiomas do Senac, Gabriel Aguero. "O chinês é desconfiado. Para negócios, facilita falar mandarim", diz a professora Lily Yih Huey Liu, 31.
Cada módulo da língua no Senac tem 54 horas, e, para o futuro, de acordo com o cronograma do curso, haverá dois intermediários e dois avançados. Cada semestre custa R$ 672.
Há também uma proliferação de professores particulares em Porto Alegre.
O chinês mandarim é o dialeto dominante na China. Há outros, falados em zonas rurais. Na Revolução Cultural (após a revolução de 1949), o líder comunista Mao Tsé-tung criou o mandarim "simplificado", para o homem do campo. Há o tradicional, com uma linguagem mais rebuscada.
A UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) já prepara também um curso de extensão universitária para o ensino do mandarim. As aulas se iniciam em 2005, a um custo acessível, segundo a assessoria de imprensa da universidade. A seleção de professores já começou.
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