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20/04/2005 - 11h21

Dívida do governo em títulos sobe R$ 28 bilhões em apenas um mês

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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

As novas emissões de títulos pelo governo federal e a alta dos juros fizeram a dívida pública interna em títulos crescer 3,3% em março, para R$ 873,6 bilhões.

Ou seja, em um só mês houve um aumento de R$ 28,22 bilhões. No primeiro trimestre do ano, a dívida ficou R$ 63,35 bilhões maior.

Segundo dados divulgados hoje pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central, a emissão de títulos ficou R$ 14,51 bilhões acima do total resgatado. Desse total, R$ 12,7 bilhões são papéis prefixados --cuja remuneração é definida no momento da emissão e, portanto, varia menos com o humor do mercado.

Também contribuiu para o aumento da dívida a alta da taxa de juros básica, a Selic, que desde setembro sofreu sete aumentos consecutivos, e hoje está em 19,25% ao ano.

O aumento dos juros tem impacto negativo para a administração da dívida porque aumenta a despesa. Por outro lado, é bom para investidores que compram títulos do governo federal (bancos e fundos de investimento, principalmente) já que eles irão receber uma remuneração maior pela operação.

Como a Selic serve para remunerar mais da metade dos empréstimos feitos por investidores ao governo por meio da compra de títulos, quanto maior a Selic, mais cresce a dívida.

A parcela formada por títulos pós-fixados --remunerados pela Selic e que oscilam fortemente com as mudanças de humores no mercado-- passou de 56,6% do total dos débitos para 56,98%. Essa participação só não é maior que a registrada em dezembro de 1999 (57,02%).

Para o governo, quanto mais sobe o volume desses títulos no total da dívida, mais imprevisível fica seu pagamento no futuro.

Já a participação da parcela da dívida vinculada às variações do dólar caiu para menos de 5%, passando de 6,02% em fevereiro para 4,94% no mês passado, o que significa uma redução da exposição cambial de R$ 7,8 bilhões.

Colaborou para essa redução as duas colocações de 'swap' reverso no mercado, no valor de R$ 9,3 bilhões.

Neste tipo de operação, o Banco Central oferece aos investidores (em geral, grandes bancos) contratos com remuneração atrelada aos juros (Selic) em troca da variação do câmbio em um determinado período.

O contrato é chamado de 'reverso' porque o normal é oferecer a variação do dólar em troca da oscilação dos juros. Com o excesso de moeda americana no mercado e juros elevados, os bancos optam por aplicações remuneradas pela taxa Selic.

A redução ocorreu mesmo com a depreciação do real frente ao dólar, de 2,74%.

Hoje a parcela da dívida pública corrigida pelo dólar é muito pequena, a menor da história. Em setembro de 2002, quando o mercado ainda tinha dúvidas sobre a sucessão presidencial, essa parcela chegou a corresponder por 40,67% do total da dívida.

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