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06/06/2003
-
19h34
da Folha Online
O Conselho Acadêmico da UnB (Universidade de Brasília) aprovou na tarde de hoje, por 24 votos a favor e um contra, um plano de metas para integração social, étnica e racial na universidade, que permite a distribuição de 20% das vagas para negros. Também serão destinadas vagas para índios. Com isso, a UnB passa a ser a primeira universidade federal a aprovar a distribuição de cotas.
A universidade oferece 1.990 vagas no vestibular do meio --destas, 398 serão destinadas ao programa de cotas--, e outras 1.980 no vestibular do início do ano --sendo 396 vagas para o programa de cotas.
Poderão participar do plano de metas para integração social, étnica e racial, todos aqueles que se autodeclararem negros. O mesmo ocorre em algumas instituições estaduais do Rio de Janeiro e da Bahia.
O projeto
De acordo com os professores José Jorge de Carvalho e Rita Laura Segato, do Departamento de Antropologia da universidade e autores do projeto, para chegar à aprovação foram necessários quatro anos de debates, reuniões e seminários.
"O projeto abrange dois itens principais: o acesso à universidade e a permanência. O acesso diz respeito à cota de distribuição de vagas para negros ao longo de dez anos, e vagas para índios. A permanência prevê bolsas, alojamentos e o acompanhamento", disse Carvalho.
A expectativa é de que as cotas cheguem aos alunos no início do ano letivo do próximo ano. "Provavelmente isto entre em vigor no primeiro dia de 2004. O vestibular será o mesmo e é só mudar um pouco a ficha de inscrição. A parte dos índios teremos que trabalhar com a Funai porque a parte deles é um pouco diferente", afirmou Carvalho.
Durante a permanência dos alunos que conquistarem vagas pelo sistema, haverá um monitoramento. "Um órgão vai monitorar se não estará havendo nenhuma distorção para cumprir com a meta e não acabar beneficiando outras pessoas que estejam fora do público-alvo. Haverá um órgão de apoio psicopedagógico. Isso será um grande experimento", disse Segato.
Apoio
De acordo com a professora Segato, os alunos da universidade se "mobilizaram amplamente e que esta vitória [a aprovação] se deve em grande parte à participação estudantil".
"A sala onde foi realizada a votação estava lotada de estudantes, todos mobilizados a favor do projeto. Muitos deles, que no início eram contrários, hoje estavam aqui apoiando. Ao longo desses anos, fomos vencendo muita resistência".
Rio
Neste ano, a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) já se utilizou da distribuição de cotas para alunos da rede pública e para negros e pardos. A medida gerou polêmica entre os vestibulandos.
Vários alunos que não foram aprovados --mesmo tendo uma média superior às médias de alunos com direito às cotas-- entraram com ações na Justiça pedindo o direito à vaga.
UnB aprova distribuição de cotas para negros
CARLOS FERREIRAda Folha Online
O Conselho Acadêmico da UnB (Universidade de Brasília) aprovou na tarde de hoje, por 24 votos a favor e um contra, um plano de metas para integração social, étnica e racial na universidade, que permite a distribuição de 20% das vagas para negros. Também serão destinadas vagas para índios. Com isso, a UnB passa a ser a primeira universidade federal a aprovar a distribuição de cotas.
A universidade oferece 1.990 vagas no vestibular do meio --destas, 398 serão destinadas ao programa de cotas--, e outras 1.980 no vestibular do início do ano --sendo 396 vagas para o programa de cotas.
Poderão participar do plano de metas para integração social, étnica e racial, todos aqueles que se autodeclararem negros. O mesmo ocorre em algumas instituições estaduais do Rio de Janeiro e da Bahia.
O projeto
De acordo com os professores José Jorge de Carvalho e Rita Laura Segato, do Departamento de Antropologia da universidade e autores do projeto, para chegar à aprovação foram necessários quatro anos de debates, reuniões e seminários.
"O projeto abrange dois itens principais: o acesso à universidade e a permanência. O acesso diz respeito à cota de distribuição de vagas para negros ao longo de dez anos, e vagas para índios. A permanência prevê bolsas, alojamentos e o acompanhamento", disse Carvalho.
A expectativa é de que as cotas cheguem aos alunos no início do ano letivo do próximo ano. "Provavelmente isto entre em vigor no primeiro dia de 2004. O vestibular será o mesmo e é só mudar um pouco a ficha de inscrição. A parte dos índios teremos que trabalhar com a Funai porque a parte deles é um pouco diferente", afirmou Carvalho.
Durante a permanência dos alunos que conquistarem vagas pelo sistema, haverá um monitoramento. "Um órgão vai monitorar se não estará havendo nenhuma distorção para cumprir com a meta e não acabar beneficiando outras pessoas que estejam fora do público-alvo. Haverá um órgão de apoio psicopedagógico. Isso será um grande experimento", disse Segato.
Apoio
De acordo com a professora Segato, os alunos da universidade se "mobilizaram amplamente e que esta vitória [a aprovação] se deve em grande parte à participação estudantil".
"A sala onde foi realizada a votação estava lotada de estudantes, todos mobilizados a favor do projeto. Muitos deles, que no início eram contrários, hoje estavam aqui apoiando. Ao longo desses anos, fomos vencendo muita resistência".
Rio
Neste ano, a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) já se utilizou da distribuição de cotas para alunos da rede pública e para negros e pardos. A medida gerou polêmica entre os vestibulandos.
Vários alunos que não foram aprovados --mesmo tendo uma média superior às médias de alunos com direito às cotas-- entraram com ações na Justiça pedindo o direito à vaga.
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