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20/11/2003
-
09h00
CLAUDIO B. RECCO
Especial para a Folha de S. Paulo
A França de Napoleão Bonaparte foi derrotada definitivamente em 1815. Mas a quem coube a vitória? Existiram duas vitórias, aparentemente contraditórias: a Áustria absolutista e a Inglaterra liberal venceram.
O Congresso de Viena, de 1814 a 1815, foi responsável pela reorganização da Europa com base no "princípio da legitimidade", a partir do qual foram restauradas as antigas monarquias européias e restabelecidas as fronteiras anteriores a 1789. No entanto algumas modificações territoriais foram feitas, destacando-se o fato de a Áustria ter recebido a Lombardia e Veneza e de ter imposto a manutenção da divisão dos territórios italiano e alemão.
Para garantir as decisões do Congresso, foi formada a Santa Aliança, que estabelecia o direito de intervenção em qualquer país da Europa para assegurar o absolutismo, ou seja, para combater qualquer movimento liberal.
A vitória inglesa pode ser percebida principalmente do ponto de vista econômico. Não apenas foi suprimido definitivamente o bloqueio continental mas, ao mesmo tempo, ocorreu uma considerável ampliação dos mercados consumidores, dada a situação que se desenvolvia na América: o Brasil com os seus portos abertos e tratados (1810) favoráveis à Inglaterra e os movimentos de independência nas colônias da Espanha, gradualmente subordinadas ao capitalismo britânico, desde o final da Guerra de Sucessão Espanhola, no século anterior.
Apesar de a derrota francesa ter representado, num primeiro momento, a derrota da própria revolução e de seus ideais, em diversas regiões da Europa o liberalismo estava presente e a luta contra o absolutismo se manteve.
As décadas seguintes foram marcadas por revoluções de caráter liberal, influenciadas pela Constituição espanhola de 1812 e, em alguns casos, apoiadas em forte sentimento nacionalista. Nos anos 20, importantes revoluções ocorreram na Espanha, na Itália, na Grécia e em Portugal. Se na Espanha e na Itália o movimento foi violentamente reprimido pelas forças da Santa Aliança, em Portugal, a Revolução Liberal do Porto avançou gradativamente em direção ao liberalismo.
A Grécia, apoiada por interesses do imperialismo inglês e francês, libertou-se do domínio turco e organizou um Estado liberal.
Dica: De que maneira a vitória do conservadorismo europeu abriu caminho para a expansão da economia inglesa?
Claudio B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - na Virada do Século"
História: A Europa no início do século 19
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Especial para a Folha de S. Paulo
A França de Napoleão Bonaparte foi derrotada definitivamente em 1815. Mas a quem coube a vitória? Existiram duas vitórias, aparentemente contraditórias: a Áustria absolutista e a Inglaterra liberal venceram.
O Congresso de Viena, de 1814 a 1815, foi responsável pela reorganização da Europa com base no "princípio da legitimidade", a partir do qual foram restauradas as antigas monarquias européias e restabelecidas as fronteiras anteriores a 1789. No entanto algumas modificações territoriais foram feitas, destacando-se o fato de a Áustria ter recebido a Lombardia e Veneza e de ter imposto a manutenção da divisão dos territórios italiano e alemão.
Para garantir as decisões do Congresso, foi formada a Santa Aliança, que estabelecia o direito de intervenção em qualquer país da Europa para assegurar o absolutismo, ou seja, para combater qualquer movimento liberal.
A vitória inglesa pode ser percebida principalmente do ponto de vista econômico. Não apenas foi suprimido definitivamente o bloqueio continental mas, ao mesmo tempo, ocorreu uma considerável ampliação dos mercados consumidores, dada a situação que se desenvolvia na América: o Brasil com os seus portos abertos e tratados (1810) favoráveis à Inglaterra e os movimentos de independência nas colônias da Espanha, gradualmente subordinadas ao capitalismo britânico, desde o final da Guerra de Sucessão Espanhola, no século anterior.
Apesar de a derrota francesa ter representado, num primeiro momento, a derrota da própria revolução e de seus ideais, em diversas regiões da Europa o liberalismo estava presente e a luta contra o absolutismo se manteve.
As décadas seguintes foram marcadas por revoluções de caráter liberal, influenciadas pela Constituição espanhola de 1812 e, em alguns casos, apoiadas em forte sentimento nacionalista. Nos anos 20, importantes revoluções ocorreram na Espanha, na Itália, na Grécia e em Portugal. Se na Espanha e na Itália o movimento foi violentamente reprimido pelas forças da Santa Aliança, em Portugal, a Revolução Liberal do Porto avançou gradativamente em direção ao liberalismo.
A Grécia, apoiada por interesses do imperialismo inglês e francês, libertou-se do domínio turco e organizou um Estado liberal.
Dica: De que maneira a vitória do conservadorismo europeu abriu caminho para a expansão da economia inglesa?
Claudio B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - na Virada do Século"
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