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07/04/2005
-
11h44
FAUSTO SALVADORI FILHO
MARY PERSIA
do Agora
As paredes são feitas de metal, alunos e funcionários reclamam da temperatura interna e qualquer barulho parece um trovão. Mas, segundo a Secretaria Estadual da Educação, as escolas construídas no "padrão Nakamura" não podem ser chamadas de escolas de lata. Apesar de admitir que as paredes são feitas de metal, a pasta diz que a construção tem isolamento térmico, ventilação e iluminação "semelhantes" às dos prédios de alvenaria.
Consultados, seis engenheiros da área de construção civil do Instituto de Engenharia disseram que nunca ouviram falar no padrão que a secretaria utiliza para construir essas unidades, que substituíram os antigos contêineres de metal.
Segundo o Comitê Técnico de Construção da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), não existe um padrão com esse nome na área da construção no país.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) havia prometido que todas as salas de lata da rede estadual seriam substituídas até julho do ano passado. Segundo a secretaria, as substituições foram feitas e parte delas foi levantada com o "padrão Nakamura".
De "padrão Nakamura" ou de lata, o fato é que alunos e funcionários continuam sofrendo com o excesso de calor (no verão) ou de frio (no inverno), além do barulho, amplificado devido à ineficiência do isolamento acústico, quando ele existe.
O Agora visitou ontem mais uma unidade construída com base no "padrão Nakamura", no Jardim Mimás 2, em Embu (Grande SP). Nessa escola, chamada Rodolfo José da Costa e Silva, a realidade é bem diferente (veja ao lado).
Na terça-feira, a reportagem tinha visitado uma outra escola do Estado, a Maria Catharino Comino, em Taboão da Serra (Grande SP). Construída em alvenaria, a unidade possui três salas de lata, criadas em 2000, para ampliar o número de vagas na região.
Inconformados com a situação, 25 alunos enviaram cartas ao Agora exigindo uma solução do governo. "É uma sala de latão. Quando faz calor, se torna uma fornalha", diz uma das cartas.
Resposta
De acordo com Rodrigo Ramos, diretor de obras da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), responsável pelas obras e compras da Secretaria Estadual da Educação, "Nakamura" não é o nome do padrão das escolas de metal. "É um apelido, vem do nome do fabricante. São salas pré-moldadas com estruturas metálicas."
O Agora havia solicitado informações técnicas à secretaria desde a manhã de ontem. Só às 19h30 a pasta informou que Nakamura era um "apelido" e que o nome técnico real é "padrão de construção pré-fabricado com estrutura metálica". Devido ao horário avançado, a reportagem não conseguiu novo contato com engenheiros e técnicos da ABNT.
Questionado se essas salas oferecem as mesmas condições das de alvenaria, Ramos disse não saber precisar e afirmou que as salas têm isolamentos térmico e acústico adequados, com pé-direito alto e janelas em mais de um lado da sala, "o que garante ventilação cruzada".
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MARY PERSIA
do Agora
As paredes são feitas de metal, alunos e funcionários reclamam da temperatura interna e qualquer barulho parece um trovão. Mas, segundo a Secretaria Estadual da Educação, as escolas construídas no "padrão Nakamura" não podem ser chamadas de escolas de lata. Apesar de admitir que as paredes são feitas de metal, a pasta diz que a construção tem isolamento térmico, ventilação e iluminação "semelhantes" às dos prédios de alvenaria.
Consultados, seis engenheiros da área de construção civil do Instituto de Engenharia disseram que nunca ouviram falar no padrão que a secretaria utiliza para construir essas unidades, que substituíram os antigos contêineres de metal.
Segundo o Comitê Técnico de Construção da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), não existe um padrão com esse nome na área da construção no país.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) havia prometido que todas as salas de lata da rede estadual seriam substituídas até julho do ano passado. Segundo a secretaria, as substituições foram feitas e parte delas foi levantada com o "padrão Nakamura".
De "padrão Nakamura" ou de lata, o fato é que alunos e funcionários continuam sofrendo com o excesso de calor (no verão) ou de frio (no inverno), além do barulho, amplificado devido à ineficiência do isolamento acústico, quando ele existe.
O Agora visitou ontem mais uma unidade construída com base no "padrão Nakamura", no Jardim Mimás 2, em Embu (Grande SP). Nessa escola, chamada Rodolfo José da Costa e Silva, a realidade é bem diferente (veja ao lado).
Na terça-feira, a reportagem tinha visitado uma outra escola do Estado, a Maria Catharino Comino, em Taboão da Serra (Grande SP). Construída em alvenaria, a unidade possui três salas de lata, criadas em 2000, para ampliar o número de vagas na região.
Inconformados com a situação, 25 alunos enviaram cartas ao Agora exigindo uma solução do governo. "É uma sala de latão. Quando faz calor, se torna uma fornalha", diz uma das cartas.
Resposta
De acordo com Rodrigo Ramos, diretor de obras da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), responsável pelas obras e compras da Secretaria Estadual da Educação, "Nakamura" não é o nome do padrão das escolas de metal. "É um apelido, vem do nome do fabricante. São salas pré-moldadas com estruturas metálicas."
O Agora havia solicitado informações técnicas à secretaria desde a manhã de ontem. Só às 19h30 a pasta informou que Nakamura era um "apelido" e que o nome técnico real é "padrão de construção pré-fabricado com estrutura metálica". Devido ao horário avançado, a reportagem não conseguiu novo contato com engenheiros e técnicos da ABNT.
Questionado se essas salas oferecem as mesmas condições das de alvenaria, Ramos disse não saber precisar e afirmou que as salas têm isolamentos térmico e acústico adequados, com pé-direito alto e janelas em mais de um lado da sala, "o que garante ventilação cruzada".
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