Musculação ganha novos
adeptos nas academias
LUIS
GUSTAVO GAGLIARDI
free-lance para a Folha Online
As academias de ginástica tornaram-se espaços seguros
de lazer, onde milhares de jovens buscam o ideal do corpo bem torneado.
Mas a
terceira idade descobriu na musculação uma outra faceta:
ela é uma grande aliada na prevenção de problemas
cardíacos e ósseos nesta fase da vida.
Para o Colégio Americano de Ciências do Esporte e para
a Organização Mundial de Saúde, a musculação
na terceira idade além de promover o desenvolvimento cardiovascular
e regular o colesterol, é uma grande inimiga da osteoporose
- doença que leva ao enfraquecimento dos ossos, tornando-os
vulneráveis aos pequenos traumas.
Pessoas que sofrem de obesidade também se beneficiam com
a musculação. Para a perda de peso, o professor de
educação física Almeris Armiliato, 38, da Fórmula
Academia, recomenda exercícios de baixa intensidade e os
que exijam força muscular.
Os de baixa intensidade são praticados com
carga inferior ou igual a 70% do peso da pessoa e de longa duração
(30 min a 1h). Estes exercícios promovem a queima das células
de gordura, que levam aproximadamente esse tempo para entrarem no
organismo.
Já os exercícios que exijam bastante força
de seus músculos, favorecem um aumento da massa muscular
e, consequentemente, do metabolismo basal, principal responsável
no nosso organismo pelo gasto calórico.
Carro-chefe
Novas
práticas de exercícios, como aulas de ginástica
aeróbica sublinhadas pelo som ao vivo de dois ou três
músicos, são novas fórmulas para atrair a "moçada",
mas a musculação continua sendo o carro-chefe de qualquer
academia.
Ainda
hoje, muita gente procura uma academia priorizando o aumento da
massa muscular, troféu conquistado após alguns meses
de dedicação.
Para esses alunos, o treinamento de força, os exercícios
com baixa repetição - de 5 a 12 no máximo -,
uma dieta rica em carboidratos (massas e pães) e proteínas
(carnes e ovos), consumidos de seis a sete vezes ao dia, principalmente
após o treino, são as principais recomendações
de Armiliato.
Alessandro
Melo, 28 anos, gerente técnico de musculação
da academia Runner, apresenta uma possibilidade de treinamento com
força: "séries de três a quatro exercícios
para os grupos musculares grandes (peitorais, dorsais e coxas) e
de dois a três para os grupos musculares pequenos (bíceps,
tríceps, deltóide (ombro), abdômen e gêmeos).
O número de repetições é de 8 a 12 (exceto
gêmeos e abdômen: de 15 a 25). O intervalo entre os
treinos do mesmo músculo deve ser de três ou mais dias."
Cada músculo do corpo humano nasce com uma quantidade invariável
de fibras. A prática de uma musculação de baixa
repetição promove o inchaço dessas fibras e
não um aumento em sua quantidade. Não há problema
em ganhar músculos em curto espaço de tempo já
que a curva de crescimento da pessoa permanecerá normal.
Entretanto
"a resistência da pessoa pode diminuir nos exercícios
de longa duração (uma partida de futebol)", afirma
Armiliato.
Os esteróides
anabolizantes, derivados do hormônio masculino testosterona,
podem causar distúrbios de comportamento, impotência,
ou mesmo levar à morte e não devem ser utilizados
por atletas. Como complemento alimentar para o treino o professor
de uma academia poderá indicar um anabolizante natural, um
complexo proteico, por exemplo.
A receita,
porém, não vale para os jovens em fase de crescimento.
Os adolescentes possuem as extremidades ósseas ainda fragilizadas
pelas constantes transformações orgânicas relacionadas
à idade, e por esse motivo devem praticar a musculação
de resistência - com pouco peso - que não exige o máximo
de cada músculo trabalhado, sem comprometer seu desenvolvimento.
Ainda para Alessandro, os benefícios para esses jovens são
vários, como maior consciência corporal, melhoria na
postura e fortalecimento muscular e articular.
A
avaliação médica é, antes de tudo, o
primeiro passo para o aluno que deseja frequentar uma academia.
Para quem faz exercícios pelo menos três vezes por
semana, as primeiras mudanças no corpo só serão
percebidas após dois meses.
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