Vida ativa desde cedo colabora
para uma terceira idade mais saudável
da Folha Online
A chegada da terceira idade assusta muita gente. E a impossibilidade de praticar
atividades antes comuns na juventude é o principal motivo da angústia entre pessoas idosas.
Em países classificados com "em desenvolvimento", como o Brasil, uma pessoa é considerada de terceira idade a partir dos 60 anos. Mas a médica Yolanda Maria Garcia, 39, geriatra e especialista em acupuntura, explica que, na verdade, a velhice é segmentada entre "antes dos 75 anos e depois", quando realmente a pessoa pode ser encaixada no grupo da "terceira idade avançada".
Não há uma parte ou um órgão do corpo que apresente problemas antes de outro. Segundo o médico geriatra Virgílio Ferreira Arena, 54, "o que existe são diferenças individuais hereditárias e de estilo de vida". "Por exemplo, fumar irá envelhecer mais rapidamente seu pulmão, pressão alta poderá danificar seu coração, diabetes pode comprometer seus rins e suas artérias, e assim por diante", afirma.
O organismo inteiro muda, mas, ainda assim, o que fica mais evidente é o desgaste da estrutura óssea e o envelhecimento da pele. A diminuição da fertilidade também acompanha o avanço da idade. Em mulheres, geralmente a perda da fertilidade começa depois dos 45 anos, quando geralmente se inicia o processo de menopausa e a perda de cálcio. Nos homens, o que ocorre é a diminuição gradativa da produção de espermatozóides na fase final da vida, o que não quer dizer necessariamente infertilidade.
Ter hábitos saudáveis (não fumar e moderar o álcool), uma dieta regular, controlar
doenças como diabetes, hipertensão, obesidade, estresse e manter o sono em dia são os maiores aliados da longevidade do corpo humano. Não há fórmulas milagrosas que retardem ou até mesmo interrompam a velhice, pois o desgaste do corpo ao longo da vida é perfeitamente natural e esperado.
Ferreira Arena ainda orienta que o uso de antioxidantes, como a vitamina E, C e selênio, podem melhorar a qualidade de vida retardando o aparecimento de doenças degenerativas e o
envelhecimento precoce. Essa prática é conhecida como Terapia ou Medicina Ortomolecular, mas não é reconhecida pela Sociedade Brasileira de Geriatria.
A Medicina Ortomolecular é o ramo da ciência cujo objetivo primordial é restabelecer o equilíbrio químico do organismo. Este "acerto" (orto=certo) das moléculas se dá por meio do uso de substâncias e elementos naturais, sejam vitaminas, minerais, e/ou aminoácidos.
Com a Medicina Ortomolecular o paciente volta a ser encarado como um todo, um conjunto que deve funcionar em harmonia. Seguindo essa visão global, qualquer tratamento torna-se muito mais vantajoso, pois encontra a origem dos problemas a partir da qual o processo patológico se desenvolve.
Flávio Sepulvida, 45, geriatra e especialista em medicina clínica, aponta
que "a Medicina Ortomolecular ainda não tem um apreço científico que corrobore
com o retardo do envelhecimento."
Ainda segundo Yolanda Maria Garcia, vale lembrar sempre que o sedentarismo físico e mental é o maior inimigo da saúde. Os cuidados, no entanto, devem começar muito antes da terceira idade. Crianças que não praticam esportes e gastam horas e horas assistindo TV, têm grandes chances de apresentar problemas de saúde no futuro. Uma vida ativa, com objetivos a serem alcançados são incentivos poderosos para quem deseja ter uma velhice tranquila.
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