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20/06/2002
-
12h02
JORGE CARRARA
colunista da Folha
Uma nova linha de vinhos chilenos amplia o (já variado) leque de goles do outro lado da cordilheira disponível no Brasil. Durante um jantar realizado segunda-feira passada no restaurante D.O.M., em São Paulo, a Viña Caliterra lançou os Arboleda, conjunto de vinhos destinados a serem os exemplares top da casa.
A Caliterra é um dos frutos da sociedade entre Eduardo Chadwick, dono da Viña Errazuriz, uma tradicional vinícola chilena do Vale de Aconcágua, e a Robert Mondavi Winery, renomada produtora da Califórnia. O outro rebento da parceria é Seña, uma firma que produz com esse nome cerca de 6.000 caixas por ano de um supertinto que está entre os melhores do país.
Os estreantes são produzidos numa nova cantina construída em Arboleda (que significa arvoredo), uma propriedade de mil hectares no Vale de Colchagua, a cerca de 200 km ao sul de Santiago, e que já conta com 210 hectares de vinhedos.
Um branco, chardonnay, e quatro tintos: cabernet sauvignon e merlot, clássicas nos rubros chilenos, carmenère, nova coqueluche do país, e syrah, uma cepa em ascensão tanto no Chile como na Argentina. As uvas do chardonnay vieram dos vinhedos de La Escultura, no vale de Casablanca, entre as cidades de Santiago e Viña del Mar. As do cabernet sauvignon, de Los Morros, uma propriedade da Caliterra no vale de Maipo. O resto das uvas é oriunda de Arboleda.
Na ala dos brancos, o chardonnay, envelhecido em barris novos e usados de carvalho francês e americano (fórmula de amadurecimento que se repete no resto dos vinhos), impressionou bem, mostrando bom equilíbrio entre fruta (leve manga, maçã em calda, toques cítricos) e madeira (leve cravo e torrefação) e paladar com boa persistência.
Os tintos mostraram também boa performance. O syrah, com aromas de madeira evidentes, exibiu paladar redondo e frutado (mas poderia ser mais longo e concentrado). Um degrau acima ficaram o cabernet sauvignon (denso, com boa complexidade, combinando eucalipto, cassis e leve goiaba no aroma e no sabor) e o carmenère, de boa textura, dominado por notas de ameixas pretas e pinceladas herbáceas.
Melhor ainda foi o merlot, um vinho de características frutadas intensas, complementadas por toques florais e outros próprios, talvez do amadurecimento em madeira, como baunilha ou o delicioso chocolate que aparece no final.
Nova linha aumenta número de vinhos chilenos no Brasil
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colunista da Folha
Uma nova linha de vinhos chilenos amplia o (já variado) leque de goles do outro lado da cordilheira disponível no Brasil. Durante um jantar realizado segunda-feira passada no restaurante D.O.M., em São Paulo, a Viña Caliterra lançou os Arboleda, conjunto de vinhos destinados a serem os exemplares top da casa.
A Caliterra é um dos frutos da sociedade entre Eduardo Chadwick, dono da Viña Errazuriz, uma tradicional vinícola chilena do Vale de Aconcágua, e a Robert Mondavi Winery, renomada produtora da Califórnia. O outro rebento da parceria é Seña, uma firma que produz com esse nome cerca de 6.000 caixas por ano de um supertinto que está entre os melhores do país.
Os estreantes são produzidos numa nova cantina construída em Arboleda (que significa arvoredo), uma propriedade de mil hectares no Vale de Colchagua, a cerca de 200 km ao sul de Santiago, e que já conta com 210 hectares de vinhedos.
Um branco, chardonnay, e quatro tintos: cabernet sauvignon e merlot, clássicas nos rubros chilenos, carmenère, nova coqueluche do país, e syrah, uma cepa em ascensão tanto no Chile como na Argentina. As uvas do chardonnay vieram dos vinhedos de La Escultura, no vale de Casablanca, entre as cidades de Santiago e Viña del Mar. As do cabernet sauvignon, de Los Morros, uma propriedade da Caliterra no vale de Maipo. O resto das uvas é oriunda de Arboleda.
Na ala dos brancos, o chardonnay, envelhecido em barris novos e usados de carvalho francês e americano (fórmula de amadurecimento que se repete no resto dos vinhos), impressionou bem, mostrando bom equilíbrio entre fruta (leve manga, maçã em calda, toques cítricos) e madeira (leve cravo e torrefação) e paladar com boa persistência.
Os tintos mostraram também boa performance. O syrah, com aromas de madeira evidentes, exibiu paladar redondo e frutado (mas poderia ser mais longo e concentrado). Um degrau acima ficaram o cabernet sauvignon (denso, com boa complexidade, combinando eucalipto, cassis e leve goiaba no aroma e no sabor) e o carmenère, de boa textura, dominado por notas de ameixas pretas e pinceladas herbáceas.
Melhor ainda foi o merlot, um vinho de características frutadas intensas, complementadas por toques florais e outros próprios, talvez do amadurecimento em madeira, como baunilha ou o delicioso chocolate que aparece no final.
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