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25/07/2005
-
13h54
MARCO DE CASTRO
do Agora
No último dia 15 começou a ser aplicado no Brasil um tratamento que promete acabar com o tabagismo (vício em cigarro) com apenas três injeções. A "vacina" foi trazida por Sergio Menendez, biomédico cubano que atualmente vive nos Estados Unidos.
Por e-mail, Menendez contou ao Agora que usa o método há cerca de sete meses em sua clínica, em Winter Park, na Flórida. Ele afirma que, de todos os pacientes que se submeteram ao tratamento na clínica dele, 60% obtiveram sucesso em parar de fumar.
"Pelo meu conhecimento, esse método tem sido usado na América do Norte e no oeste da Europa com um sucesso similar", declarou Menendez.
De acordo com o Instituto Menetrier, clínica paulistana que trouxe Menendez ao país na semana retrasada e com ele firmou uma parceria para aplicar o tratamento, só nesses primeiros dias 80 pessoas já tomaram as injeções, que custam R$ 2.600 (as três).
Desses pacientes, 90% não fumaram mais cigarros desde então, segundo afirma Ana Cristina Barreiro, biomédica especialista em tabagismo do Instituto Menetrier.
"Das 80 aplicações que fizemos, só três pessoas não pararam de fumar. Isso porque elas não queriam largar o vício e vieram obrigadas pela família", diz a biomédica.
Segundo ela, a vacina atua diretamente nos receptores de nicotina (substância do cigarro que causa dependência) que existem no organismo, ocupando-os. Isso faz com que o fumante, além de não ter vontade de fumar, não sofra sintomas da abstinência, como irritabilidade e ansiedade.
Após as injeções, o paciente recebe um adesivo tipo "patch", que deve manter colado atrás da orelha por três dias, além de pílulas para ser tomadas nos 14 dias seguintes, com mais doses das substâncias contidas nas injeções.
Segundo o Agora apurou, duas dessas substâncias são atropina e scopolamina. Elas são usadas, geralmente, para tratar mal de Parkinson e problemas gastrointestinais, entre outros males. Há especialistas americanos que dizem que ainda não há provas da eficácia deste tratamento e alertam que ele oferece riscos, que vão desde dificuldades para urinar até ataque cardíaco. No entanto, o tratamento possui aprovação do FDA (Food and Drug Administration), a agência de saúde norte-americana.
Ainda de acordo com a biomédica Ana, antes de aplicar as injeções, é checado se o paciente tem problemas cardíacos ou sofre de crises hipertensivas. Nesses casos, o paciente não pode ser submetido ao tratamento. Após a vacina, é recomendado um tratamento posterior de desintoxicação para que sejam retirados do organismo todas as toxinas do cigarro.
Teste
O juiz-desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Willian Roberto de Campos, 56, resolveu tomar as três injeções para tentar parar de fumar.
Campos fumava desde os 20 anos de idade e já havia tentado parar várias vezes, inclusive com medicamentos. Quando resolveu se submeter ao tratamento das injeções, estava fumando, em média, dois maços de cigarro por dia.
E
le tomou a vacina no dia 15 e, até a última quarta, não havia fumado nenhum cigarro. "Parece que está funcionando. Se eu não voltar a fumar, todos os meus colegas farão o tratamento", diz o desembargador.
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do Agora
No último dia 15 começou a ser aplicado no Brasil um tratamento que promete acabar com o tabagismo (vício em cigarro) com apenas três injeções. A "vacina" foi trazida por Sergio Menendez, biomédico cubano que atualmente vive nos Estados Unidos.
Por e-mail, Menendez contou ao Agora que usa o método há cerca de sete meses em sua clínica, em Winter Park, na Flórida. Ele afirma que, de todos os pacientes que se submeteram ao tratamento na clínica dele, 60% obtiveram sucesso em parar de fumar.
"Pelo meu conhecimento, esse método tem sido usado na América do Norte e no oeste da Europa com um sucesso similar", declarou Menendez.
De acordo com o Instituto Menetrier, clínica paulistana que trouxe Menendez ao país na semana retrasada e com ele firmou uma parceria para aplicar o tratamento, só nesses primeiros dias 80 pessoas já tomaram as injeções, que custam R$ 2.600 (as três).
Desses pacientes, 90% não fumaram mais cigarros desde então, segundo afirma Ana Cristina Barreiro, biomédica especialista em tabagismo do Instituto Menetrier.
"Das 80 aplicações que fizemos, só três pessoas não pararam de fumar. Isso porque elas não queriam largar o vício e vieram obrigadas pela família", diz a biomédica.
Segundo ela, a vacina atua diretamente nos receptores de nicotina (substância do cigarro que causa dependência) que existem no organismo, ocupando-os. Isso faz com que o fumante, além de não ter vontade de fumar, não sofra sintomas da abstinência, como irritabilidade e ansiedade.
Após as injeções, o paciente recebe um adesivo tipo "patch", que deve manter colado atrás da orelha por três dias, além de pílulas para ser tomadas nos 14 dias seguintes, com mais doses das substâncias contidas nas injeções.
Segundo o Agora apurou, duas dessas substâncias são atropina e scopolamina. Elas são usadas, geralmente, para tratar mal de Parkinson e problemas gastrointestinais, entre outros males. Há especialistas americanos que dizem que ainda não há provas da eficácia deste tratamento e alertam que ele oferece riscos, que vão desde dificuldades para urinar até ataque cardíaco. No entanto, o tratamento possui aprovação do FDA (Food and Drug Administration), a agência de saúde norte-americana.
Ainda de acordo com a biomédica Ana, antes de aplicar as injeções, é checado se o paciente tem problemas cardíacos ou sofre de crises hipertensivas. Nesses casos, o paciente não pode ser submetido ao tratamento. Após a vacina, é recomendado um tratamento posterior de desintoxicação para que sejam retirados do organismo todas as toxinas do cigarro.
Teste
O juiz-desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Willian Roberto de Campos, 56, resolveu tomar as três injeções para tentar parar de fumar.
Campos fumava desde os 20 anos de idade e já havia tentado parar várias vezes, inclusive com medicamentos. Quando resolveu se submeter ao tratamento das injeções, estava fumando, em média, dois maços de cigarro por dia.
E
le tomou a vacina no dia 15 e, até a última quarta, não havia fumado nenhum cigarro. "Parece que está funcionando. Se eu não voltar a fumar, todos os meus colegas farão o tratamento", diz o desembargador.
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