Esporte como festa

Atletismo


Esporte como sustento

Ginástica


Esporte como guerra

Futebol


Esporte como lazer

Basquete


Esporte como mídia

Tênis


Esporte como negócio

Natação

Da Grécia a Sydney

Cronologia
 
Esporte surge na Grécia e ganha moldes atuais ao ser adotado após Napoleão invadir a Prússia

Ginástica flerta com a arte, mas deve sobrevivência a exércitos

Reprodução
'Rochas Brancas', de Caspar David Friedrich, mestre do romantismo alemão, que vigora à época em a ginástica era usada para treinar jovens em seu país

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1972, nos Jogos de Munique, depois do ato terrorista que vitimou 11 atletas israelenses, o mundo descobriu Olga Korbut.

Com 17 anos, ginasta reserva da URSS, Olga obteve a vaga de titular com a contusão de uma amiga e conquistou o mundo graças à televisão, que passou a cobrir o evento de forma inusitada _após o encerramento precoce de uma luta de boxe, a TV alemã optou por preencher a programação com ginástica. Sorte de Olga.

Com três ouros, ela foi eleita a “musa de Munique”, ganhando privilégios e assédio do público.

Esse acaso foi fundamental para que o mundo descobrisse, quatro anos depois, uma das maiores atletas do século. Em Montreal, com a TV dando atenção à ginástica, Nadia Comaneci brilhou.

A romena, de apenas 14 anos, levou cinco medalhas (três ouros) e alcançou algo tido como impossível: a nota dez (sete no total).

Ao voltar à Romênia, Nadia virou heroína, ganhou carro, apartamento e até medalha de honra, além do assédio do filho do ditador Nicolae Ceausescu _em 1984, ele invadiu sua festa de noivado com a polícia secreta, espancou os convidados e a violentou.

Após 1976, a ginástica ganhou popularidade e nunca mais foi a mesma _até porque nenhuma ginasta obteve depois a nota dez.

Apesar de associada às artes _artística ou rítmica_, a história do esporte deve sua existência ao militarismo. Motivo: foram soldados e fins paramilitares que deram sobrevida à ginástica.

Exaltada na Grécia, há mais de 2.000 anos, a ginástica vivia em ambiente cultural, pois os gregos confiavam que para ter mente e corpo saudáveis era preciso associar o esporte à ciência.

Porém, após o domínio de Roma sobre a Grécia, o esporte se restringiu ao currículo militar e a atividades teatrais e circenses.

Só no século 19, a ginástica voltou a ter expressão, mais uma vez com vínculo militar: a invasão da Prússia pela França, em 1806.

Os responsáveis: o alemão Friedrich Ludwig Jahn e Napoleão Bonaparte, como explica Nestor Soares Publio, autor do livro “A Evolução Histórica da Ginástica Olímpica”. “Se Napoleão não invadisse a Prússia, a ginástica não sobreviveria, pois Jahn a disseminou visando formar jovens capazes de derrotar a França.”

Eleito o pai da ginástica, foi Jahn quem concebeu seus aparelhos.

Os alemães derrotaram a França. Porém, temendo que jovens ginastas tomassem o poder, o governo alemão decretou o “Bloqueio Ginástico” (1820 a 1842), que proibia a prática do esporte.

A medida forçou jovens a deixarem o país, ajudando a expandir a modalidade. Em 1824, chegaria ao Brasil, onde teria seu primeiro torneio em 1896, ano em que os alemães dominaram o esporte nos Jogos (15 das 24 medalhas).

Hoje, além do Mundial (a cada dois anos) e dos Jogos, a ginástica destaca festivais. Um deles, anual, ocorre na floresta de Hasenheide, onde Jahn lecionava, em aparelhos rústicos, ao ar livre


O esporte como gerra