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Da Grécia a Sydney

Cronologia
 
Antes restritos à elite, que buscava mais um símbolo de status, os esportes ganham nova cara na ACM e viram sinônimo de diversão

O esporte como lazer
DA REPORTAGEM LOCAL

Está na missão da ACM (Associação Cristã de Moços): “oferecer oportunidades para o desenvolvimento e a promoção espiritual, moral, física e social das pessoas”.

O basquete e o vôlei devem sua existência a esse terceiro item. A história do esporte deve à ACM boa parte do seu conceito de lazer.

A associação foi fundada em Londres em 1844 e, um ano depois, já tinha “filiais” espalhadas por EUA, Canadá, Suíça, França, Alemanha e Holanda. O principal objetivo era congregar jovens cristãos e alastrar os ideais do cristianismo entre os ateus, levando-os ao “Reino do Seu Mestre”.

Para conseguir agregar cada vez mais adeptos, a associação passou a organizar cursos, palestras, grupos de oração. E, por fim, apostou no lazer, na diversão, como uma “isca” para atrair os jovens.

A aposta tem data: 1862. Nesse ano, nos EUA, em sua quarta conferência mundial, a ACM reafirmou a preocupação com a tríade espírito-corpo-mente. Algo revolucionário para a época, reconheceu a importância da educação física por meio dos esportes.

A partir daí, suas unidades pelo mundo afora passaram a fomentar o esporte. Cada vez mais, missionários quebravam a cabeça para tornar as modalidades mais atraentes para os jovens.

Foi assim que, em 1891, o basquete surgiu na ACM de Springfield, Massachusetts (EUA). Quatro anos depois, na ACM de Hollyoke, no mesmo Estado norte-americano, foi criado o vôlei.

Seus “inventores”, James Naismith e William George Morgan, respectivamente, buscavam alternativas aos esportes mais praticados da época, como o tênis e o golfe, tachados de elitistas por exigirem materiais caros e locais específicos para serem praticados.

No basquete, outra preocupação era criar um esporte que pudesse ser praticado em um ambiente fechado, para escapar do rigoroso inverno da região.

No vôlei, a noção de lazer estava escancarada. Responsável pela recreação em sua unidade da ACM, Morgan foi encarregado de elaborar uma modalidade “mais relaxante” que o basquete e que exigisse pouco investimento.

Amarrou uma corda a dois postes, usou a câmara de uma bola de basquete e criou o “mintonette”, embrião do vôlei conhecido hoje.

A cara do esporte mudou a partir das duas invenções de Massachusetts. Antes restrito a senhores sisudos, passou a ser praticado por gente humilde, com poucos recursos. Com o tempo, vôlei e basquete ultrapassaram os muros da ACM e chegaram a escolas, universidades e parques públicos.

No Brasil, a associação também contribuiu para difundir o conceito de esporte como lazer. Em São Paulo, na década de 30, foi inventado o futebol de salão.

O esporte deixava de ser apenas um competição aguerrida ou um símbolo de status. As risadas estavam liberadas


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