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Da Grécia a Sydney

Cronologia
 
Norte-americanos revolucionam o conceito de marketing esportivo e influenciam o COI a elitizar venda das cotas para obter lucro

O esporte como negócio
DA REPORTAGEM LOCAL

A última grande revolução na história dos Jogos Olímpicos aconteceu em 1984. Naquele ano, em Los Angeles, os norte-americanos mostraram ao mundo como fazer marketing esportivo.

Sem poder explorar placas publicitárias nos estádios e ginásios, o comitê organizador da 23ª Olimpíada elaborou o primeiro programa estruturado de marketing da história da competição.

Até então, a empresa que quisesse mostrar sua marca nos Jogos só precisava fazer um depósito na conta do COI (Comitê Olímpico Internacional) e abusar do rótulo “patrocinador oficial”.

A Olimpíada de Montreal-76, por exemplo, contou com 628 patrocinadores. Mesmo assim, contabilizou prejuízo de US$ 1 bilhão.

Los Angeles resolveu elitizar os patrocinadores. Abriu poucas cotas, a preços bem mais altos, e dividiu os custos entre as empresas. Dessa forma, se transformou na primeira Olimpíada totalmente paga pela iniciativa privada.

Ao todo, apenas 163 empresas foram autorizadas a usar as logomarcas dos Jogos e do COI. Eram 34 patrocinadores, 64 fornecedores e 65 licenciados oficiais.

Só a rede de TV ABC pagou US$ 225 milhões pelo direito de transmissão da Olimpíada. Em troca, pôde influir na programação das competições, para que as finais acontecessem no horário nobre da televisão norte-americana.

Inspirado pelo exemplo de Los Angeles, o COI criou no ano seguinte o plano TOP (Programa Olímpico de Parcerias), de olho nos Jogos de Seul, em 1988.

Hoje, 11 grupos pesos-pesados participam do TOP, ganhando o direito de associar suas marcas aos Jogos de Verão e de Inverno, ao COI e a 199 comitês nacionais.

São empresas como Kodak, Coca-Cola, McDonald’s e Samsung.

Juntos, os patrocinadores de Sydney vão injetar US$ 1,26 bilhão nos Jogos, cerca de 36% dos US$ 3,5 bilhões que serão gerados com o evento. Outros US$ 70 milhões, 2% do faturamento total, entrarão para os cofres do COI com o licenciamento de produtos.

Os altos valores beiram o absurdo quando comparados aos dos primeiros Jogos da era moderna.

Em 1896, por exemplo, os Jogos de Atenas precisaram contar com a ajuda de um mecenas, George Averoff, milionário de Alexandria, no Egito, que financiou a reforma do estádio Olímpico.

A maior extravagância foi cometida por firmas que arriscaram pagar anúncios na revista oficial.

Em 1912, em Estocolmo, dez empresas compraram direitos para atividades que iam desde a venda de suvenires até a instalação de balanças nos locais de provas para que o público se pesasse.

Em 1928, em Amsterdã, uma resolução do COI determinou que “as praças de competição não podem ser desfiguradas com pôsteres”. Estava lançada uma equação que só seria resolvida 56 anos e 12 Jogos depois


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