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TV enfrenta amadorismo e desconfiança até se firmar como instrumento do COI e se tornar um dos princípios da Carta Olímpica

O esporte como mídia
DA REPORTAGEM LOCAL

O maior “turning point” da história moderna do esporte aconteceu em 1936, em Berlim. E não foi a derrota dos ideais de Adolf Hitler diante dos resultados dos atletas negros norte-americanos.

Naquele ano, pela primeira vez as imagens das competições foram transmitidas pela TV.

Ainda em caráter experimental, a Alemanha levou ao ar 138 horas de programação, atingindo aproximadamente 162 mil telespectadores na região de sua capital.

Três câmeras operaram nessa primeira experiência. Dessas, só uma tinha capacidade para transmitir ao vivo, mas apenas em caso de sol forte sobre o estádio Olímpico, o que garantia a luminosidade exigida pelo equipamento.

Com a Segunda Guerra, e a interrupção dos Jogos, a Olimpíada seguinte, Londres-48, presenciou um salto nas relações com a TV. Pela primeira vez, os direitos de transmissão foram comercializados. A BBC pagou US$ 3.000 para colocar no ar 64 horas de programação, assistidas por 500 mil pessoas em um raio de até 80 quilômetros do centro de Londres.

“O curioso é que, depois dos Jogos, a BBC alegou estado de pobreza desesperada para não pagar os direitos”, conta Leonardo Gryner, presidente da LG Ventura, agência de marketing do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). “Tempos depois, acabou pagando. Mas o COI <IC>(Comitê Olímpico Internacional) <XC>resolveu não descontar o cheque. Ainda existia cavalheirismo naquela época.”

O amadorismo e a falta de retorno atiçaram a desconfiança do COI. Muitos achavam que a TV simplesmente não iria emplacar.

Entre os céticos estava o ex-atleta Avery Brundage, norte-americano, presidente do comitê por 20 anos, entre 1952 e 1972. “O COI viveu muito bem sem a TV nos últimos 60 anos e assim continuaremos pelos próximos 60”, dizia.

Brundage bem que tentou impor sua posição. Em Helsinque e Melbourne não houve TV. Em 1956, porém, os Jogos de Inverno de Cortina d’Ampezzo foram transmitidos ao vivo na Itália, o que causou sensação.

Dois anos depois, Brundage se curvou às evidências, e o tema “direitos de transmissão” foi incluído na Carta Olímpica.

A partir de Roma-60, a TV passou a viver uma evolução ininterrupta. Em Moscou-80, viveu o auge, sendo responsável por 95% da receita do COI. Para Sydney, com o desenvolvimento de outras áreas, como os licenciamentos e os patrocínios, a TV responderá por 50% da receita do comitê.

Uma das atuais metas do COI é “assegurar que o maior número possível de pessoas em todo o mundo possa assistir aos Jogos”. Os direitos são vendidos para todos os continentes, seguindo as leis de mercado. Nos EUA, a NBC pagou US$ 2,4 bilhões pelas três próximas Olimpíadas. O mesmo pacote saiu por US$ 5,4 milhões para a TV filipina.


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