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ESPECIAL PARA A FOLHA Fracassa a cúpula de Camp David para a paz entre palestinos e israelenses. Essa foi em geral a tônica dos discursos divulgados pela imprensa após duas semanas de negociações sem acordo. Estiveram reunidos em Camp David, casa de campo da presidência americana, em julho último, Ehud Barak, primeiro-ministro de Israel, e Yasser Arafat, presidente da Autoridade Palestina (AP), além, é claro, do presidente Bill Clinton. O obstáculo maior para o avanço das negociações foi o estatuto de Jerusalém. Para os israelenses, Jerusalém é sua capital "eterna e indivisível". Já os palestinos não abrem mão da soberania sobre a parte oriental da cidade, que abriga lugares sagrados para judeus, muçulmanos e cristãos. Pela proposta apresentada pelos anfitriões, Israel manteria sua soberania Colocado dessa forma, tem-se a impressão de estar diante de um impasse intransponível. Mas aqueles que conhecem um pouco a história dessa tumultuada região sabem que a falta de assinatura de um acordo nesse caso não significa necessariamente um malogro. Camp David já foi palco de um outro momento significativo para o Oriente Médio. Em 1978, Menagem Begin, premiê israelense, e Anuar Sadat, presidente do Egito, lá estiveram em companhia do presidente Jimmy Carter para selar a paz definitiva entre Israel e Egito. Com esse acordo, o Egito reconquistou o seu domínio sobre a Península do Sinai. Primeiro país do Oriente Médio a reconhecer a existência de Israel, o Egito pagou com o ônus do isolamento no mundo árabe e Sadat foi acusado de promover uma "paz em separado". Camp David de ontem marcou o início do processo de paz entre árabes e judeus. A cúpula atual teve como principal mérito abordar um assunto até então considerado tabu: Jerusalém. Especulações à parte, é imperativo encontrar uma fórmula de soberania compartilhada, aceitável para ambos, que não faça reacender o fervor extremista. Roberto Candelori é professor de atualidades do colégio Pueri Domus Leia mais: |
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