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RESUMÃO/PORTUGUÊS
Exame exige aplicação de conceito

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Cada vez mais os exames vestibulares vêm exigindo dos candidatos a aplicação de conceitos. Na prova de português, o emprego das estruturas sintáticas, do léxico, das figuras de linguagem e das classes de palavras prevalece sobre o seu conhecimento estático. Esse tipo de prova, adotado pelas principais universidades do país, tende a tornar-se modelo. Assim, você pode esperar por perguntas que envolvam a produção, a intelecção e a correção de textos.

Bom exemplo disso é uma recente questão proposta pela Fuvest. Apresentou-se um parágrafo contendo várias repetições de certa expressão, que deveriam ser eliminadas por meio do uso de pronomes. O texto da questão era este: "Ao se discutirem as idéias expostas na assembléia, chegou-se à seguinte conclusão: pôr em confronto essas idéias com outras menos polêmicas seria avaliar melhor o peso dessas idéias, à luz do princípio geral que vem regendo as mesmas idéias".

Reescrevendo o texto, temos: Ao se discutirem as idéias expostas na assembléia, chegou-se à seguinte conclusão: pô-las em confronto com outras menos polêmicas seria avaliar-lhes melhor o peso (ou o peso delas), à luz do princípio geral que as vem regendo (ou regendo-as).

Verbos terminados em "r", "s" e "z" perdem a letra final diante dos pronomes "o", "a", "os" e "as", aos quais se acrescenta a letra "l". O pronome "lhes", neste caso, substitui a expressão "de suas idéias", de valor possessivo em relação a "peso". Poderia ter sido utilizada a forma "delas", mais comum na linguagem oral. O uso do pronome "as" como objeto direto do verbo "regendo" elimina a última repetição. Como faz parte de uma locução verbal antecedida do pronome relativo "que", tanto a próclise ao auxiliar quanto a ênclise ao verbo principal são possíveis.

Um segundo item da questão pedia ao candidato que reescrevesse a oração inicial do texto, introduzindo-a pela conjunção adequada e mantendo a correlação entre os tempos verbais. A oração é uma subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo. Empregando a conjunção "quando", o verbo passa a ser conjugado no pretérito perfeito do indicativo, tempo que se harmoniza com o da oração principal (Quando se discutiram.., chegou-se...).

O que se vê é um examinador preocupado não com a habilidade de memorização de nomes, mas com a capacidade de entendimento da organização lógica da linguagem. É claro que você não vai deixar de estudar as orações e seus nomes oficiais, mas vai fazê-lo com o foco voltado para o texto e sua estruturação. É mais fácil do que parece.

Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha e apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando", da TV Cultura

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