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16/03/2001
-
04h09
MILLY LACOMBE
da Folha de S.Paulo
Não é todo dia que produtores de cinema passam por pequenas cidades no norte da Inglaterra à procura de um ator mirim, que saiba dançar e atuar, para protagonizar um filme.
Foi por um amigo que o garoto Jamie Bell soube dos testes que estavam sendo conduzidos para o papel principal de "Billy Elliot".
Ao ler o roteiro, Bell imediatamente se identificou com Billy, personagem que, assim como ele, nasceu e cresceu em uma pequena e tradicional cidade no norte da Inglaterra e que, também como ele, lutou contra o preconceito para poder dançar.
"Os meninos da minha escola diziam que eu devia jogar futebol ou rúgbi, que balé era coisa de menina", disse Jamie em entrevista à Folha, em Los Angeles.
Então, exatamente como seu personagem, ele resolveu provar que dança não era coisa só de menina e partiu para enfrentar a discriminação.
Quando foi convidado para fazer o teste para protagonizar um filme com o qual se identificava tanto, Jamie, 14, sabia que as chances de conseguir o papel eram boas, apesar de estar competindo contra quase 2.000 outros meninos.
"Havia dias que chegávamos para os testes às 10h e dançávamos até as 17h", disse. "Já não sabia mais o que eu estava fazendo."
Mas, ao contrário de Billy, que foi apresentado ao balé enquanto lutava boxe na sala ao lado, Jamie descobriu a dança aos 6 anos quando acompanhou sua irmã mais velha a uma aula.
"Eu me lembro de que havia uma menina que estava um pouco fora de ritmo. Nessa hora, eu disse à minha mãe que podia fazer melhor do que ela.
Minha mãe duvidou, e eu provei que podia."
Desde então, Jamie não parou mais de dançar, matriculando-se em aulas de sapateado, balé e jazz, apesar das repetitivas gracinhas de seus colegas de classe.
"Depois de um tempo, eles decidiram encontrar outro alvo e me deixaram em paz", disse.
"Billy Elliot" é o debute artístico de Jamie Bell, que nas horas vagas gosta de andar de skate, jogar futebol e brincar de videogames.
"Stephen (Daldry, o diretor) me ajudou a encontrar o personagem, a distanciá-lo de minha história pessoal e a interpretá-lo de forma autêntica. Sem Stephen, eu não teria conseguido", disse Bell, que nunca havia saído de sua terra natal até ter de promover o filme nos Estados Unidos.
"Tudo aqui é muito grande. O sorvete é enorme, as ruas são largas, os carros, gigantescos e o copo de Coca-Cola é um balde. Tudo muito esquisito", brincou.
E o futuro? "Fui apresentado a um produtor, que prefiro não dizer quem era, porque ele estava completamente bêbado", contou Jamie, que, por
hora, não pretende se deixar seduzir pelo dinheiro e pela fama.
"Gosto de morar onde moro, gosto da minha escola e, mesmo se me oferecessem US$ 20 milhões para filmar com Spielberg, recusaria."
Jamie pretende continuar atuando, dançando e seguir carreira -só que nos palcos e na TV inglesa.
Leia mais notícias sobre o Oscar 2001
Personagem se parece com seu intérprete
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da Folha de S.Paulo
Não é todo dia que produtores de cinema passam por pequenas cidades no norte da Inglaterra à procura de um ator mirim, que saiba dançar e atuar, para protagonizar um filme.
Foi por um amigo que o garoto Jamie Bell soube dos testes que estavam sendo conduzidos para o papel principal de "Billy Elliot".
Ao ler o roteiro, Bell imediatamente se identificou com Billy, personagem que, assim como ele, nasceu e cresceu em uma pequena e tradicional cidade no norte da Inglaterra e que, também como ele, lutou contra o preconceito para poder dançar.
"Os meninos da minha escola diziam que eu devia jogar futebol ou rúgbi, que balé era coisa de menina", disse Jamie em entrevista à Folha, em Los Angeles.
Então, exatamente como seu personagem, ele resolveu provar que dança não era coisa só de menina e partiu para enfrentar a discriminação.
Quando foi convidado para fazer o teste para protagonizar um filme com o qual se identificava tanto, Jamie, 14, sabia que as chances de conseguir o papel eram boas, apesar de estar competindo contra quase 2.000 outros meninos.
"Havia dias que chegávamos para os testes às 10h e dançávamos até as 17h", disse. "Já não sabia mais o que eu estava fazendo."
Mas, ao contrário de Billy, que foi apresentado ao balé enquanto lutava boxe na sala ao lado, Jamie descobriu a dança aos 6 anos quando acompanhou sua irmã mais velha a uma aula.
"Eu me lembro de que havia uma menina que estava um pouco fora de ritmo. Nessa hora, eu disse à minha mãe que podia fazer melhor do que ela.
Minha mãe duvidou, e eu provei que podia."
Desde então, Jamie não parou mais de dançar, matriculando-se em aulas de sapateado, balé e jazz, apesar das repetitivas gracinhas de seus colegas de classe.
"Depois de um tempo, eles decidiram encontrar outro alvo e me deixaram em paz", disse.
"Billy Elliot" é o debute artístico de Jamie Bell, que nas horas vagas gosta de andar de skate, jogar futebol e brincar de videogames.
"Stephen (Daldry, o diretor) me ajudou a encontrar o personagem, a distanciá-lo de minha história pessoal e a interpretá-lo de forma autêntica. Sem Stephen, eu não teria conseguido", disse Bell, que nunca havia saído de sua terra natal até ter de promover o filme nos Estados Unidos.
"Tudo aqui é muito grande. O sorvete é enorme, as ruas são largas, os carros, gigantescos e o copo de Coca-Cola é um balde. Tudo muito esquisito", brincou.
E o futuro? "Fui apresentado a um produtor, que prefiro não dizer quem era, porque ele estava completamente bêbado", contou Jamie, que, por
hora, não pretende se deixar seduzir pelo dinheiro e pela fama.
"Gosto de morar onde moro, gosto da minha escola e, mesmo se me oferecessem US$ 20 milhões para filmar com Spielberg, recusaria."
Jamie pretende continuar atuando, dançando e seguir carreira -só que nos palcos e na TV inglesa.
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