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06/04/2001 - 12h55

Entrevista: Leci Brandão fala de sua escola no samba

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CAROLINA FARIAS, free-lance para a Folha Vale

Leci Brandão teve como escola o morro da Mangueira e aprendeu com mestres do samba como Cartola, Carlos Cachaça e Donga. Com 26 anos de carreira, Leci é um dos ícones do samba no Brasil, sendo considerada pelos sambistas em geral uma ótima intérprete e compositora. Suas letras falam da vida na comunidade, do amor, do samba e das questões sociais.

Amanhã a cantora realiza um show em Aparecida do Norte, no Vale do Paraíba, em São Paulo. No palco ela cantará ao lado de Jorge Aragão, Alcione, Leci Brandão e o grupo Fundo de Quintal.

Atualmente Leci trabalha no CD "Eu Sou Assim", que Martinho da Vila definiu assim: "Mostra bem essa cantora de voz e timbre incomuns, uma guerreira e uma legítima representante da mulher brasileira". Leia a seguir trechos da entrevista que ela concedeu à Folha .

Folha - Como é se reunir com artistas como Jorge Aragão, Alcione e Fundo de Quintal no mesmo palco?
Leci Brandão -
Com o Fundo de Quintal, eu faço apresentações com mais frequência, mas esporadicamente eu tenho encontros com o Jorge Aragão, que começou no Fundo de Quintal, e com a Alcione, que é minha amiga.
É sempre ótimo fazer encontros com esses músicos.

Folha - Qual sua relação com esses cantores? Você disse que a Alcione é sua amiga pessoal?
Leci -
Conheço a história da Alcione desde 1974, quando ela começou cantando na noite carioca. É uma grande intérprete, que acabou de gravar um CD com músicas da noite, com orientação de Maria Bethânia. Para mim, ela é uma das melhores vozes da música brasileira.
Já o Fundo de Quintal foi do bloco Cacique de Ramos, no Rio, tradicional.O Jorge Aragão eu conheci no Fundo de Quintal, também na década de 70.
Ele só começou a carreira solo anos depois. Eu também comecei como o Fundo, minha trajetória começou na Mangueira.

Folha - Como foi o começo da sua carreira?
Leci Brandão -
Desfilo na Mangueira há 29 anos, antes de sair da comunidade para seguir carreira. Sempre frequentei o morro, minha madrinha morava lá. Tenho uma afilhada que mora lá. Eu sempre fui naturalmente, não é só porque eu iria desfilar na escola. Conhecia dona Zica, dona Neuma, elas fazem parte da minha vida. Saí da ala de composição da escola para ser uma artista profissional.

Folha - Como está a carreira?
Leci -
Estou com um show que acontece nesta sexta (hoje) e sábado (amanhã) no Olympia chamado "Roda de Bamba", com Arlindo Cruz, Sombrinha e Reinaldo, o príncipe do pagode. Vamos mostrar regravações, músicas já conhecidas. Não é nenhum lançamento de CD, é para matar as saudades. Vai ser um pagode de mesa, um palco no meio do Olympia, onde todo mundo vai estar sentado como se estivesse em um botequim. É um encontro de bambas.
Será bem informal, sem diretor de show, essas coisas. Meu último disco gravei ao vivo, o "Eu Sou Assim". Adorei fazer ao vivo, foi muito bom.

Folha - Hoje, com mais de 26 anos de carreira, como você observa esses modismos, esses novos pagodeiros que surgem no mercado da música? Esses grupos com coreografias e cabelos coloridos, isso vai durar?
Leci -
Essa moda já passou, já acabou. O pessoal que realmente tinha condições de ficar, que tem um trabalho legal, ficou. Quem vem só para pegar carona, pegar na aba, não fica.

O show acontece no Magic Park, que fica na rua Isaac Ferreira da Encarnação, 501, Jardim Paulista, Aparecida. Os ingressos custam R$ 15, mas grupos agendados podem pagar menos. Informações pelo telefone 0800-174006.
 

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