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22/04/2001 - 08h44

Abertura do CCBB em São Paulo é marco histórico na cultura paulista

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MARCELO DALLA PRIA
da Folha Online

Guarde bem esta data: 21 de abril de 2001. A partir das 12h de ontem, foram abertas as portas do Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, um marco para a cultura paulistana, localizado no centro histórico da cidade.

O novo espaço ocupa um edifício construído em 1901, onde funcionou a primeira agência paulistana do Banco do Brasil. Por si só, ele já é cultura.

Além de São Paulo, o Banco do Brasil mantém centros culturais nas cidades de Rio de Janeiro e Brasília, pontos de referência. No Rio, já foram realizados eventos como a exposição do pintor espanhol Joan Miró, a ópera do diretor inglês Peter Greenaway, além de adaptações teatrais de Bia Lessa, eventos que marcaram suas épocas.

Em São Paulo, o Centro Cultural Banco do Brasil ocupa uma área total de 4.183 metros quadrados e oferece três salas de exposições, tem um cinema com 87 lugares, um teatro com 130 lugares, um auditório, uma sala de vídeo, um restaurante e um cybercafé.

Criado com o objetivo de trazer ao público paulistano eventos culturais inéditos, o novo espaço será dirigido pela jornalista Yole Mendonça.

Funcionária do Banco do Brasil há 19 anos, Yole foi responsável pela área de comunicação do Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro, à época de sua inauguração.

"Nossa proposta é atender milhares de pessoas que trabalham e circulam diariamente na região e atrair uma nova geração de frequentadores", disse Yole. Segundo a diretora, o Centro Cultural em São Paulo abrigará uma programação especificamente criada para a cidade.

"Eventualmente, receberemos projetos realizados nos Centros do Rio de Janeiro e Brasília e poderemos levar para essas capitais os eventos lançados pelo Centro paulistano", afirmou.

"Resgate"

A exposição individual do artista plástico Tunga abriu o CCBB-SP. "Resgate" ocupou quase todo o edifício com a performance de cem atores dirigidos pela coreógrafa Lia Rodrigues.

Logo ao entrar no espaço, o público se deparou com três conjuntos de esculturas de ferro fundido banhadas de luz infravermelha. No ambiente cujo piso ficou forrado por cobertores e totalmente escurecido (todas as janelas foram cobertas), os personagens rasgavam a cobertura do solo e com ela faziam cordas e tranças.

"Resgate", explica Tunga, dialoga com obras anteriores como "Tereza" (expressão que denomina as cordas de lençóis utilizadas pelos presidiários nas fugas). Ao fundo, o mantra-rock "Tereza", composição de Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, no vocal de Antunes.

Aos visitantes, foram oferecidos pratos de sopa preparada em enormes caldeirões espalhados por toda a instalação. "É o confronto entre territórios e características diferentes, entre os atores e o público", disse o artista.

Confronto

De fato, a exposição de Tunga foi um verdadeiro confronto entre territórios. Ao promover a ocupação "quase total" do Centro Cultural Banco do Brasil em sua inauguração, muitas das características do prédio histórico não puderam ser observadas pelos visitantes, a exemplo do piso original em mosaico, que foi totalmente camuflado pelos cobertores.

"O espaço não é apropriado para este tipo de instalação", disse o arquiteto responsável pela restauração do edifício, Luiz Telles.

Para o arquiteto, o referencial histórico do prédio que deveria ter sido enaltecido foi ocultado. Tunga, no entanto, defende-se: "Essa é a proposta da arte: se sobrepor ao ambiente".

CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL - rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo (SP), informações tel.: 0/xx/11/3113-3600. Na Web: www.cultura-e.com.br

  Veja imagens do prédio do Centro Cultural Banco do Brasil-SP

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