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22/06/2001 - 17h12

Ópera: "Tannhäuser" mostra o homem entre o pecado e a virtude

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JOÃO BONTURI
especial para a Folha Online

A ópera "Tannhäuser", com música e libreto de Richard Wagner (1813-1883), mostra numa dimensão romântica, religiosa e trágica, ambientada na Idade Média, o conflito do homem entre o pecado e a salvação da alma.

"Tannhäuser" é considerada uma ópera de transição dentro da obra wagneriana. Ao mesmo tempo em que há indícios da revolução do conceito de drama musical, ocorre ainda a influência do estilo italiano.

Estreada em Dresden, na Alemanha, em 1845, "Tannhäuser" sofreu alterações para ser reapresentada em Paris (1861). As modificações a aproximaram mais de "Tristão e Isolda", na qual a ação subordina as palavras às notas musicais. A temporada que começa hoje, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, exibe a versão de Dresden.

Enredo

No primeiro ato, o cavaleiro trovador Tannhäuser está no Venusberg (montanha de Vênus), junto da deusa do amor; subitamente vem o tormento, ele clama pela Virgem Maria, e aquele mundo desaparece.

No segundo ato, Tannhäuser fica diante de Elisabeth, a mulher santa, herdeira do trono da Turíngia, que o ama e com ele quer se casar. Porém, num torneio em que os menestréis devem apresentar um hino sobre o amor, Tannhäuser é condenado por todos, ao cantar a sexualidade pagã de Vênus. Somente Elisabeth o auxilia, afirmando que o Papa, em Roma, o perdoaria por esse pecado.

No terceiro ato, Tannhäuser vai a Roma. O Papa, bestificado diante da sua confissão, afirma que apenas Deus poderia conceder o perdão por tal sacrilégio, o que só aconteceria se do velho cajado do peregrino brotassem folhas verdes.

Sem chance de salvação, Tannhäuser pensa em voltar ao Venusberg, mas encontra o amigo Wolfram, que o retém com a invocação da memória de Elisabeth, e conta que ela entregara a vida a Deus para salvá-lo. Nesse momento, passa um cortejo fúnebre, e Tannhäuser morre ao reconhecer Elisabeth. Os jovens peregrinos mostram o bastão florido, e a ópera se encerra com um coro de aleluia pelo perdão divino.

Werner Herzog

A encenação carioca de "Tannhäuser" conta com a direção do cineasta alemão Werner Herzog, criador de "Aguirre, a Cólera dos Deuses" (1972), "Fitzcarraldo" (1982), e "No Coração dos Deuses" (1991).

Herzog, que começou a dirigir óperas em 1986, tem cerca de 20 produções desse gênero, entre elas "O Guarani", de Carlos Gomes; "A Flauta Mágica", de Mozart; "Lohengrin", e o "O Navio Fantasma", de Wagner.

Na concepção de Herzog, "Tannhäuser" é um drama espiritual, no qual são encenadas almas atormentadas em comoção; o visual é clean, essencialmente luz e ar, livre dos maneirismos operísticos tradicionais.

Elenco

Para o papel de Tannhäuser está escalado o tenor austríaco Wolfgang Neumann, a diva norte-americana Cheryl Studer encarna Elisabeth e a diva brasileira Céline Imbert é Vênus. Nos demais papéis estão Lício Bruno (Wolfram), Fernando Portari (Vogelweide), Paulo Szot (Biterholf) e Pepes do Valle (Zweter).

A regência é do suíço Karl Martin, que também regeu em abril a produção de "La Bohème", de Puccini, na quinta edição do Festival Amazonas de Ópera.
 

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