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06/07/2000
-
03h40
RONALDO SOARES
da Folha de S. Paulo, em Paris
O longa francês "Baise-moi" acaba de entrar para a relação de filmes medíocres que, por motivarem polêmica, conseguem mais atenção e comentários do que mereceriam por sua qualidade.
Lançado na semana passada, "Baise-moi" recebeu do Conselho de Estado francês _ autoridade máxima no que se refere à aplicação das leis_ a classificação "X", a mesma dos filmes pornôs. A decisão foi motivada por um pedido da associação conservadora Promouvoir, que defende "os valores judaico-cristãos e da família".
O Conselho alega que o filme contém "uma sucessão de cenas de grande violência e cenas de sexo não-simuladas, sem que outras sequências traduzam a intenção, fixada pelas diretoras, de denunciar a violência imposta às mulheres pela sociedade".
Como a classificação "X" limita a exibição a salas específicas _atualmente, em Paris, há só um cinema pornô_, o filme está praticamente proibido na França.
Dois grandes distribuidores nacionais _Pathé e Gaumont_ retiraram "Baise-moi" de cartaz. Somente a rede MK2 decidiu manter o filme em exibição. A decisão pode custar caro, já que os proprietários das salas estão sujeitos a multa equivalente a R¹ 100 mil e até três anos de prisão por desobedecer ao Conselho.
Além disso, os produtores do filme terão prejuízo. A comercialização de "Baise-moi" durante o festival de Cannes atingiu cifras de cerca de US$ 1 milhão, mas os contratos podem ser anulados em caso de classificação "X".
O meio cinematográfico francês saiu em defesa do filme e está organizando "filas ilustres", de cineastas e artistas, nas salas que ainda exibem "Baise-moi", baseado em livro homônimo de Virginie Despentes _que dirigiu o longa com Coralie Trihn Thi.
"Baise-moi" foi classificado por parte da crítica francesa como "road-movie pornô trash". Outra parte, mais condescendente, o chamou de "filme de autor".
Segundo as diretoras, o filme tem a intenção de "denunciar a violência da sociedade contra as mulheres". Mas elas passam muito longe desse objetivo.
"Baise-moi" é protagonizado por duas atrizes do cinema pornô francês (Raffaela Anderson e Karen Bach). Narra a trajetória de duas mulheres, espécie de "Thelma & Louise" em versão serial killer/ninfomaníaca/junkie.
A história se passa em uma França em que homens agridem e violentam mulheres a troco de nada. Cansadas da situação, as duas saem pelas estradas do país roubando e matando, também a troco de nada. Só mesmo a polêmica para explicar seu sucesso.
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Proibição de "Baise-moi" acende debate sobre pornografia na França
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da Folha de S. Paulo, em Paris
O longa francês "Baise-moi" acaba de entrar para a relação de filmes medíocres que, por motivarem polêmica, conseguem mais atenção e comentários do que mereceriam por sua qualidade.
Lançado na semana passada, "Baise-moi" recebeu do Conselho de Estado francês _ autoridade máxima no que se refere à aplicação das leis_ a classificação "X", a mesma dos filmes pornôs. A decisão foi motivada por um pedido da associação conservadora Promouvoir, que defende "os valores judaico-cristãos e da família".
O Conselho alega que o filme contém "uma sucessão de cenas de grande violência e cenas de sexo não-simuladas, sem que outras sequências traduzam a intenção, fixada pelas diretoras, de denunciar a violência imposta às mulheres pela sociedade".
Como a classificação "X" limita a exibição a salas específicas _atualmente, em Paris, há só um cinema pornô_, o filme está praticamente proibido na França.
Dois grandes distribuidores nacionais _Pathé e Gaumont_ retiraram "Baise-moi" de cartaz. Somente a rede MK2 decidiu manter o filme em exibição. A decisão pode custar caro, já que os proprietários das salas estão sujeitos a multa equivalente a R¹ 100 mil e até três anos de prisão por desobedecer ao Conselho.
Além disso, os produtores do filme terão prejuízo. A comercialização de "Baise-moi" durante o festival de Cannes atingiu cifras de cerca de US$ 1 milhão, mas os contratos podem ser anulados em caso de classificação "X".
O meio cinematográfico francês saiu em defesa do filme e está organizando "filas ilustres", de cineastas e artistas, nas salas que ainda exibem "Baise-moi", baseado em livro homônimo de Virginie Despentes _que dirigiu o longa com Coralie Trihn Thi.
"Baise-moi" foi classificado por parte da crítica francesa como "road-movie pornô trash". Outra parte, mais condescendente, o chamou de "filme de autor".
Segundo as diretoras, o filme tem a intenção de "denunciar a violência da sociedade contra as mulheres". Mas elas passam muito longe desse objetivo.
"Baise-moi" é protagonizado por duas atrizes do cinema pornô francês (Raffaela Anderson e Karen Bach). Narra a trajetória de duas mulheres, espécie de "Thelma & Louise" em versão serial killer/ninfomaníaca/junkie.
A história se passa em uma França em que homens agridem e violentam mulheres a troco de nada. Cansadas da situação, as duas saem pelas estradas do país roubando e matando, também a troco de nada. Só mesmo a polêmica para explicar seu sucesso.
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