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28/09/2001 - 04h05

"Velozes e Furiosos" tem a brasileira Jordana Brewster em papel central

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MILLY LACOMBE
free-lance para a Folha, em Los Angeles

Existe um detalhe sobre o elenco de "Velozes e Furiosos" que quem assistir ao filme dificilmente perceberá. Poucos ou quase nenhum dos atores sabe dirigir, coisa que, para um projeto cheio de dublês e de efeitos especiais (foram feitos mais de 20 mil takes com dublês em ação e mais de 300 inserções de imagens geradas por computadores), não chega a importar.

"Tirei minha carteira de habilitação uma semana antes do início das filmagens", contou à Folha a brasileira Jordana Brewster, que tem papel central no filme e, em uma das cenas, chega a pilotar um carro em alta velocidade pelas ruas de Los Angeles.

"Mesmo assim, só sei dirigir carros com câmbio automático", explicou, dizendo ainda que, em sua primeira manobra dentro da garagem de casa, conseguiu bater na coluna. "Não vejo nada mais distante de minha realidade do que rachas urbanos", disse rindo.

Mas reside exatamente aí a beleza de "Velozes e Furiosos": não apenas o jovem elenco convence como representação de uma camada clandestina da subcultura americana, mas os efeitos especiais e as simulações de corridas pelas ruas de Los Angeles são absolutamente verossímeis. Tão verossímeis que "Velozes" é um das maiores sucessos de bilheteria do ano (US$ 150 milhões até agora), deixando "Alta Velocidade", de Silvester Stallone, para trás.

"Alta Velocidade" não soube usar as técnicas de efeitos especiais da forma correta", explicou à Folha Rob Cohen, diretor de "Velozes", que, até hoje, não havia furado o bloqueio de Hollywood, tendo feito apenas filmes de médio alcance. "Por aqui, acredita-se que um homem com mais de 35 anos esteja velho. Bobagem. Afinal, meu grande furo veio aos 52."

Para ele, a única forma de criar um filme especial é tentar alcançar o impossível em cada take. "Você sabe que não vai ser bem-sucedido em todos, mas, mesmo ficando um pouco aquém de seu objetivo, terá feito algo original e bacana", afirma.

A primeira atitude de Cohen para rodar "Velozes" foi contratar um piloto de rachas e sair queimando pneus pela cidade. "Em meu passeio inaugural, num Honda Civic todo mexido, atingimos a velocidade de 260 km/h. Nessa hora, percebi, com o coração disparado, que era esse o efeito que precisava provocar no público", afirma o diretor.

O truque era fugir do clichê de fazer um filme sobre uma certa subcultura americana, no caso, uma facção da sociedade estimada em mais de 10 milhões de pessoas que gasta, estima-se, mais de US$ 1 bilhão por ano em equipamentos de corrida. "Isso se chama documentário, e eu queria um filme. Precisava de uma história."

Ele conta que quem assiste a um racha em Los Angeles percebe a característica multirracial do grupo, formado por asiáticos, latinos, negros e brancos. "O que os une são os carros e o amor pela velocidade. É a partir disso que eles desenvolvem características comuns, como as roupas que vestem, a música que escutam, os gestos que fazem, o vocabulário que usam. Quando saquei o aspecto tribal do negócio, encontrei minha história."

Leia a nossa opinião sobre o filme na Crítica Online
 

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