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08/05/2002
-
03h53
LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Que o rádio é um dos mais importantes palanques nas eleições não é nenhuma novidade. O que supera toda e qualquer expectativa são os esquemas mirabolantes criados por políticos para o uso eleitoreiro do dial.
Acompanhe um dos "truques": um candidato a deputado reúne um grupo interessado em montar uma emissora (gente para isso é o que não falta, como estudantes e membros de associações de bairro). Chega com o velho discurso de que todo mundo tem direito a uma estação, de que é preciso democratizar a comunicação.
Gasta algo entre R$ 3.000 e R$ 5.000 com equipamentos e monta uma rádio no fundo do quintal do grupo por ele "presenteado". Diz que, eleito, apresentará projetos para estações comunitárias e tentará legalizar a do bairro.
Mas já apresenta a fatura: "solicita" que a pirata coloque no ar algumas vezes por dia uma fita com seu discurso. Correligionários circulam com o rádio do carro sintonizado na emissora (às vezes ligado a alto-falante). Mesmo com potência baixa, a transmissão pode chegar a um raio de dois quilômetros. Está montada uma "rede" clandestina de campanha. Mais barata e eficiente do que um caminhão de som (fora o veículo e o combustível, o custo do equipamento pode chegar a R$ 10 mil).
A emissora, sem assessoria técnica, acaba interferindo no sinal das comerciais. Para encerrar o "conto de fadas", o deputado costuma desaparecer depois das eleições, principalmente quando a rádio é fechada pela polícia.
E o uso político das emissoras de baixa potência não pára por aí. Além de criar sua própria rádio porta-voz, candidatos usam e abusam das cerca de 500 estações clandestinas da Grande SP. Juntas, representam o 4º lugar de audiência na região, segundo Chico Lobo, especialista em radiodifusão ligado a movimentos de rádios comunitárias. Ele estima que, a cada minuto, as piratas são sintonizadas por 900 mil pessoas, digo, eleitores (um dado: em 98, o deputado federal mais votado no Brasil teve 306.988 votos). É ou não é um palanque e tanto?
Piratas viram caminhão de som nas eleições
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da Folha de S.Paulo
Que o rádio é um dos mais importantes palanques nas eleições não é nenhuma novidade. O que supera toda e qualquer expectativa são os esquemas mirabolantes criados por políticos para o uso eleitoreiro do dial.
Acompanhe um dos "truques": um candidato a deputado reúne um grupo interessado em montar uma emissora (gente para isso é o que não falta, como estudantes e membros de associações de bairro). Chega com o velho discurso de que todo mundo tem direito a uma estação, de que é preciso democratizar a comunicação.
Gasta algo entre R$ 3.000 e R$ 5.000 com equipamentos e monta uma rádio no fundo do quintal do grupo por ele "presenteado". Diz que, eleito, apresentará projetos para estações comunitárias e tentará legalizar a do bairro.
Mas já apresenta a fatura: "solicita" que a pirata coloque no ar algumas vezes por dia uma fita com seu discurso. Correligionários circulam com o rádio do carro sintonizado na emissora (às vezes ligado a alto-falante). Mesmo com potência baixa, a transmissão pode chegar a um raio de dois quilômetros. Está montada uma "rede" clandestina de campanha. Mais barata e eficiente do que um caminhão de som (fora o veículo e o combustível, o custo do equipamento pode chegar a R$ 10 mil).
A emissora, sem assessoria técnica, acaba interferindo no sinal das comerciais. Para encerrar o "conto de fadas", o deputado costuma desaparecer depois das eleições, principalmente quando a rádio é fechada pela polícia.
E o uso político das emissoras de baixa potência não pára por aí. Além de criar sua própria rádio porta-voz, candidatos usam e abusam das cerca de 500 estações clandestinas da Grande SP. Juntas, representam o 4º lugar de audiência na região, segundo Chico Lobo, especialista em radiodifusão ligado a movimentos de rádios comunitárias. Ele estima que, a cada minuto, as piratas são sintonizadas por 900 mil pessoas, digo, eleitores (um dado: em 98, o deputado federal mais votado no Brasil teve 306.988 votos). É ou não é um palanque e tanto?
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