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28/09/2002 - 18h19

Enigma sobre a morte de Emile Zola continua cem anos depois

da France Presse, em Paris

O centenário, amanhã, da morte de Emile Zola, que ocorreu em 29 de setembro de 1902, traz novamente à discussão um dos grandes enigmas policiais e literários do século: "Foi ou não assassinado o escritor que era o homem mais detestado na França em sua época?".

O centenário é lembrado na França com diversos atos, entre eles uma exposição na Biblioteca Nacional. Há décadas, a morte de Zola é discutida, sem nunca ter sido esclarecida. "O atentado parece possível, mas sem a certeza da prova", diz Henri Mitterand, especialista e biógrafo de Zola.

Na noite de 28 de setembro de 1902, a empregada doméstica do casal Zola acendeu a lareira de um dos cômodos da casa deles em Paris. "À noite, Alexandrine e Emile Zola se sentiram mal. Alexandrine ficou desvanecida na cama, enquanto Emile quis se levantar e abrir a janela, mas caiu no chão e o monóxido de carbono fez seu trabalho", escreveu o biógrafo.

Alexandrine conseguiu escapar e viveu até 1925. Devido à memória ainda fresca do caso Dreyfus, a polícia quis evitar polêmica e encerrou rapidamente o caso, com a aprovação da família do escritor. Aceitou-se como "causa mortis" uma obstrução acidental da chaminé por entulho procedente de obras realizadas pouco tempo antes.

Mas, em 1927, o jornal "Libération" citou a confissão feita por um telhador antes de morrer, em que ele revelava ter obstruído a chaminé propositalmente. O homem, Henri Buronfosse, tinha sido membro de uma liga nacionalista.

Zola, grande figura do naturalismo, transformou o romance em arma política e social. "Escrevia a realidade, e seus inimigos o chamavam de lixeiro; dizia a verdade e os antiDreyfus o xingavam de traidor", lembram os organizadores da exposição na Biblioteca Nacional. "A história e o veredito anônimo dos leitores fizeram Justiça tanto ao homem quanto ao escritor", comemoram.
 

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