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08/08/2000
-
15h06
CARLA NASCIMENTO
da Folha Online
Com muitos projetos musicais, os integrantes do grupo Pedro Luis e a Parede, que faz show hoje em São Paulo, comandam um programa de rádio, feito em parceria com a rádio MEC-AM, do Rio, e todas as quartas-feiras fazem uma oficina de percussão para formação de um bloco de carnaval, o "Monobloco".
Também é deles a iniciativa de criar uma escola de samba mirim na favela da Rocinha. "Com diversão e educação combinadas a gente consegue colocar a cabeça dessas crianças em outro lugar que não seja um saco de cola", diz Pedro Luis.
Depois de fazer três shows em Paris para o lançamento de "É Tudo 1 Real" , o grupo faz show hoje no Blen Blen, antes de embarcar para nova turnê na Europa, onde têm apresentações marcadas em Portugal, Espanha, França e Alemanha.
História
Não se pode falar de teatro no Brasil sem citar, entre outros grupos, o "Asdrúbal Trouxe o Trombone", que teve passagem marcante pelos palcos brasileiros na década de 80.
Em parceria com o "Asdrúbal", um outro grupo dividia as atenções do público, a banda carioca "Paris 400", liderada pelo músico Pedro Luis.
A parceria de Pedro Luis com "Asdrúbal" terminou em 1983. No ano seguinte, Pedro montou seu próprio grupo, o "Urge", onde exercitou sua verve de compositor e arranjador até 1991.
De 92 a 95, Pedro assume a direção musical dos trabalhos da cantora Arícia Mess e do grupo "Boato". É na banda de Arícia que Pedro conhece os músicos que formarão "A Parede" e onde começou a "compor sob encomenda".
Em 95, Fernanda Abreu grava uma parceria sua com Pedro no CD "Da Lata". Depois de Fernanda vieram outros. O grupo Cidade Negra gravou "Cidade em Movimento", no álbum "O Erê", e "Miséria S.A." é uma das faixas de "Rappa Mundi", do grupo O Rappa.
Em 96, Pedro começou a parceria com os músicos Sidon Silva, C.A. Ferrari, Mario Moura e Celso Alvin, quando nasceu, então, o grupo Pedro Luís e A Parede.
Com uma sonoridade que privilegia as misturas (charm, funk, xote, coco, samba, entre outros ritmos), a banda gravou seu primeiro CD, "Astronauta Tupy" (1997), aumentando o assédio sobre as composições.
Pedro compôs "Miséria no Japão" e "Fazê o Quê?" para Ney Matogrosso, "Mão e Luva" para Adriana Calcanhotto, e para Ed Motta ele compôs "Birinaite", em parceria com outros músicos.
Com "Astronauta Tupy" , que foi lançado no Japão, Pedro Luís e a Parede começaram a carreira internacional.
Em julho de 99, a banda lançou o segundo CD, "É Tudo 1 Real", com produção de Liminha. Às doze faixas originais é acoplada a música "Motoboy", que fez parte da trilha sonora da novela "Vila Madalena", da Rede Globo.
Leia a seguir trechos da entrevista de Pedro Luis para a Folha Online.
Folha Online - Trabalhar com o "Asdrúbal Trouxe o Trombone" foi determinante para o estilo de música que você e A Parede fazem hoje?
Pedro Luis - A parceria com o "Asdrúbal" começou com uma oficina que eles montaram no Rio. Eu fazia parte da "Paris 400" e nós começamos a tocar no espetáculo que era grandioso. Em comum os dois grupos tinham "a linguagem do informal". A gente já fazia uma música jovial que tinha a ver com o "Asdrúbal".
Folha Online - Como começaram as composições para outros intérpretes?
Pedro Luis - A Fernanda (Abreu) foi ver o trabalho que eu estava fazendo para o espetáculo da Arícia Mess. Ela gostou da música que eu fazia e pediu que eu fizesse uma música especialmente para o disco que ela estava gravando ("Da Lata"). Eu compus "Tudo Vale a Pena". Depois desse trabalho começaram a surgir outros. Adoro compor de qualquer maneira e compor para outras pessoas, sob encomenda: é estimulante.
Folha Online - Sob encomenda é diferente?
Pedro Luis - Cada composição acontece de uma forma diferente. Não tem uma fórmula pronta. Pra Adriana Calcanhotto eu fiz sem conhecer o disco que ela estava gravando, apenas imaginando o que ela gostaria de cantar. Já o Ney (Matogrosso) gravou composições já prontas.
Folha Online - E com o Ed Motta também foi assim?
Pedro Luis - Eles não estavam conseguindo concluir uma música ("Birinaite"). Eles tinham a idéia, mas não terminavam e aí me chamaram pra terminar a música.
Folha Online - Compor para a trilha sonora da novela Vila Madalena deu um novo impulso na carreira da banda?
Pedro Luis - Comercialmente não mudou muita coisa, mas ficamos mais expostos. As camadas populares começaram a conhecer a nossa música, que tem uma sonoridade distinta do pop radiofônico.
Folha Online - Uma sonoridade alternativa?
Pedro Luis - Não chamaria de alternativa porque estamos muito na mídia, mas nós estamos criando alternativas.
Folha Online - Então as rádios têm aceitado bem esse pop "não radiofônico", que vocês fazem...
Pedro Luis - Contraditoriamente, a mídia que ainda não frequentamos muito é o rádio, a não ser o programa que a gente faz.
Folha Online - De onde surgiu a idéia do programa?
Pedro Luis - A gente sentiu que começou a pintar uma movimentação de diversos artistas que estão influenciando uma nova sonoridade musical no país e a gente começou a pensar em fazer um programa para representar isso. Nós entramos em contato com a rádio MEC-AM, do Rio, e eles encamparam a idéia.
Folha Online - Existe espaço para a música que vocês fazem numa rádio AM?
Pedro Luis - O programa é bem eclético, é uma mistura. Na nossa programação toca de Led Zeppelin até Pixinguinha. Nós também recebemos convidados para fazer músicas ao vivo no estúdio. A Velha Guarda da Mangueira e o Zé Renato foram alguns dos nossos convidados. Nós temos uma boa audiência. Fora do Rio a nossa audiência também é boa em Recife, Belo Horizonte e São Paulo. As pessoas nessas cidades têm avidez de informação, buscam variedade e novidade.
Folha Online - Como você define o estilo de música que vocês fazem?
Pedro Luis - Nós fazemos muitas misturas. Optar por um estilo, um rótulo, seria falso. Nós fazemos várias batidas.
Folha Online: Quais os próximos projetos da banda?
Pedro Luis - Fora a turnê por alguns países da Europa, A Parede está começando a fazer um trabalho na favela da Rocinha com estudantes de várias escolas. A gente que criar uma escola de samba mirim. Além disso, A Parede vai fazer oficinas de percussão para a garotada que não tem grana para pagar. Nessas oficinas a gente vai ensinar a tocar instrumentos em diversos estilos musicais como charm, funk, xote e coco.
Leia também Pedro Luis e A Parede faz show hoje em São Paulo
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Sucesso na Europa, Pedro Luis e a Parede incentiva projetos sociais no Rio
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Divulgação O grupo Pedro Luis e a Parede |
da Folha Online
Com muitos projetos musicais, os integrantes do grupo Pedro Luis e a Parede, que faz show hoje em São Paulo, comandam um programa de rádio, feito em parceria com a rádio MEC-AM, do Rio, e todas as quartas-feiras fazem uma oficina de percussão para formação de um bloco de carnaval, o "Monobloco".
Também é deles a iniciativa de criar uma escola de samba mirim na favela da Rocinha. "Com diversão e educação combinadas a gente consegue colocar a cabeça dessas crianças em outro lugar que não seja um saco de cola", diz Pedro Luis.
Depois de fazer três shows em Paris para o lançamento de "É Tudo 1 Real" , o grupo faz show hoje no Blen Blen, antes de embarcar para nova turnê na Europa, onde têm apresentações marcadas em Portugal, Espanha, França e Alemanha.
História
Não se pode falar de teatro no Brasil sem citar, entre outros grupos, o "Asdrúbal Trouxe o Trombone", que teve passagem marcante pelos palcos brasileiros na década de 80.
Em parceria com o "Asdrúbal", um outro grupo dividia as atenções do público, a banda carioca "Paris 400", liderada pelo músico Pedro Luis.
A parceria de Pedro Luis com "Asdrúbal" terminou em 1983. No ano seguinte, Pedro montou seu próprio grupo, o "Urge", onde exercitou sua verve de compositor e arranjador até 1991.
De 92 a 95, Pedro assume a direção musical dos trabalhos da cantora Arícia Mess e do grupo "Boato". É na banda de Arícia que Pedro conhece os músicos que formarão "A Parede" e onde começou a "compor sob encomenda".
Em 95, Fernanda Abreu grava uma parceria sua com Pedro no CD "Da Lata". Depois de Fernanda vieram outros. O grupo Cidade Negra gravou "Cidade em Movimento", no álbum "O Erê", e "Miséria S.A." é uma das faixas de "Rappa Mundi", do grupo O Rappa.
Em 96, Pedro começou a parceria com os músicos Sidon Silva, C.A. Ferrari, Mario Moura e Celso Alvin, quando nasceu, então, o grupo Pedro Luís e A Parede.
Com uma sonoridade que privilegia as misturas (charm, funk, xote, coco, samba, entre outros ritmos), a banda gravou seu primeiro CD, "Astronauta Tupy" (1997), aumentando o assédio sobre as composições.
Pedro compôs "Miséria no Japão" e "Fazê o Quê?" para Ney Matogrosso, "Mão e Luva" para Adriana Calcanhotto, e para Ed Motta ele compôs "Birinaite", em parceria com outros músicos.
Com "Astronauta Tupy" , que foi lançado no Japão, Pedro Luís e a Parede começaram a carreira internacional.
Em julho de 99, a banda lançou o segundo CD, "É Tudo 1 Real", com produção de Liminha. Às doze faixas originais é acoplada a música "Motoboy", que fez parte da trilha sonora da novela "Vila Madalena", da Rede Globo.
Leia a seguir trechos da entrevista de Pedro Luis para a Folha Online.
Folha Online - Trabalhar com o "Asdrúbal Trouxe o Trombone" foi determinante para o estilo de música que você e A Parede fazem hoje?
Pedro Luis - A parceria com o "Asdrúbal" começou com uma oficina que eles montaram no Rio. Eu fazia parte da "Paris 400" e nós começamos a tocar no espetáculo que era grandioso. Em comum os dois grupos tinham "a linguagem do informal". A gente já fazia uma música jovial que tinha a ver com o "Asdrúbal".
Folha Online - Como começaram as composições para outros intérpretes?
Pedro Luis - A Fernanda (Abreu) foi ver o trabalho que eu estava fazendo para o espetáculo da Arícia Mess. Ela gostou da música que eu fazia e pediu que eu fizesse uma música especialmente para o disco que ela estava gravando ("Da Lata"). Eu compus "Tudo Vale a Pena". Depois desse trabalho começaram a surgir outros. Adoro compor de qualquer maneira e compor para outras pessoas, sob encomenda: é estimulante.
Folha Online - Sob encomenda é diferente?
Pedro Luis - Cada composição acontece de uma forma diferente. Não tem uma fórmula pronta. Pra Adriana Calcanhotto eu fiz sem conhecer o disco que ela estava gravando, apenas imaginando o que ela gostaria de cantar. Já o Ney (Matogrosso) gravou composições já prontas.
Folha Online - E com o Ed Motta também foi assim?
Pedro Luis - Eles não estavam conseguindo concluir uma música ("Birinaite"). Eles tinham a idéia, mas não terminavam e aí me chamaram pra terminar a música.
Folha Online - Compor para a trilha sonora da novela Vila Madalena deu um novo impulso na carreira da banda?
Pedro Luis - Comercialmente não mudou muita coisa, mas ficamos mais expostos. As camadas populares começaram a conhecer a nossa música, que tem uma sonoridade distinta do pop radiofônico.
Folha Online - Uma sonoridade alternativa?
Pedro Luis - Não chamaria de alternativa porque estamos muito na mídia, mas nós estamos criando alternativas.
Folha Online - Então as rádios têm aceitado bem esse pop "não radiofônico", que vocês fazem...
Pedro Luis - Contraditoriamente, a mídia que ainda não frequentamos muito é o rádio, a não ser o programa que a gente faz.
Folha Online - De onde surgiu a idéia do programa?
Pedro Luis - A gente sentiu que começou a pintar uma movimentação de diversos artistas que estão influenciando uma nova sonoridade musical no país e a gente começou a pensar em fazer um programa para representar isso. Nós entramos em contato com a rádio MEC-AM, do Rio, e eles encamparam a idéia.
Folha Online - Existe espaço para a música que vocês fazem numa rádio AM?
Pedro Luis - O programa é bem eclético, é uma mistura. Na nossa programação toca de Led Zeppelin até Pixinguinha. Nós também recebemos convidados para fazer músicas ao vivo no estúdio. A Velha Guarda da Mangueira e o Zé Renato foram alguns dos nossos convidados. Nós temos uma boa audiência. Fora do Rio a nossa audiência também é boa em Recife, Belo Horizonte e São Paulo. As pessoas nessas cidades têm avidez de informação, buscam variedade e novidade.
Folha Online - Como você define o estilo de música que vocês fazem?
Pedro Luis - Nós fazemos muitas misturas. Optar por um estilo, um rótulo, seria falso. Nós fazemos várias batidas.
Folha Online: Quais os próximos projetos da banda?
Pedro Luis - Fora a turnê por alguns países da Europa, A Parede está começando a fazer um trabalho na favela da Rocinha com estudantes de várias escolas. A gente que criar uma escola de samba mirim. Além disso, A Parede vai fazer oficinas de percussão para a garotada que não tem grana para pagar. Nessas oficinas a gente vai ensinar a tocar instrumentos em diversos estilos musicais como charm, funk, xote e coco.
Leia também Pedro Luis e A Parede faz show hoje em São Paulo
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