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25/02/2003
-
07h47
da Folha de S.Paulo
Na mostra que o Centro Cultural São Paulo inaugura hoje o que conta não é o gênero dos filmes, mas de seus autores. "Cinema de Mulheres" exibe 17 produções em longa-metragem e 17 curtas de diretoras brasileiras, realizados dos anos 70 até hoje.
A intenção da curadora Guiomar Ramos era reunir obras desde as pioneiras na direção nacional, como Carmen Santos, Gilda de Abreu e Cleo Verberena, que filmaram nos anos 30 e 40.
A inexistência de cópias ou a dificuldade de emprestar as raras disponíveis deixaram a seleção sem representantes da produção feminina até o início dos 70. "Os Homens que Eu Tive" (1973), de Tereza Trautman é o mais antigo filme da mostra.
"Para homenagear Carmen Santos, exibiremos na abertura o curta que Lúcia Murat fez sobre ela", diz Ramos. Além de dirigir "Inconfidência Mineira" (1948), Santos foi produtora e atriz de destaque. Trabalhou com Humberto Mauro e Mário Peixoto, com quem se desentendeu no set de "Onde a Terra Acaba".
As projeções de hoje serão seguidas de mesa-redonda com a curadora, a cineasta Tata Amaral (que tem seu "Através da Janela" na mostra) e a jornalista e crítica Maria do Rosário Caetano.
Preparando-se para filmar novo longa, Murat ("Que Bom Te Ver Viva") diz que percebe uma "mudança radical" no panorama da produção de diretoras no Brasil.
"Antes, [a presença feminina na direção] era muito pontual. Com a retomada [da produção brasileira, a partir de 94], houve uma explosão. Quantitativamente, ainda somos minoria. Respondemos por aproximadamente 20% do total de filmes feitos. Mas, qualitativamente, não tenho dúvidas de que os filmes de mulheres se mostraram mais instigantes e mais rebeldes", diz a cineasta. De Murat, a mostra exibirá também "Brava Gente Brasileira" (2000).
É o filme de uma mulher -"Carlota Joaquina" (1995), de Carla Camurati- o marco da chamada "retomada". Depois de um período inexpressivo de títulos e público no cinema nacional, "Carlota Joaquina" registrou 1,2 milhão de espectadores.
A curadora de "Cinema de Mulheres" diz que optou por selecionar a produção recente das diretoras, com o objetivo de incentivar a discussão sobre o panorama atual da produção.
Assim, o filme de Camurati presente na mostra é "Copacabana" (2001). De Ana Carolina, cineasta notória por sua produção anterior aos 90 ("Mar de Rosas", "Sonho de Valsa"), o programa exibe "Gregório de Mattos" (2002). Suzana Amaral, premiada internacionalmente por "A Hora da Estrela" (1985), comparece com "Uma Vida em Segredo" (2002). E Laís Bodansky, bem-sucedida na estréia em longas com "Bicho de Sete Cabeças", tem na mostra o curta "Cartão Vermelho".
CINEMA DE MULHERES - Mostra de filmes brasileiros dirigidos por mulheres
Onde: Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel. 3277-3611, ramal 221)
Quando: de hoje a 2/4
Quanto: grátis (os ingressos devem ser retirados na bilheteria uma horas antes do início da sessão)
Ciclo no Centro Cultural traça painel do cinema no feminino
SILVANA ARANTESda Folha de S.Paulo
Na mostra que o Centro Cultural São Paulo inaugura hoje o que conta não é o gênero dos filmes, mas de seus autores. "Cinema de Mulheres" exibe 17 produções em longa-metragem e 17 curtas de diretoras brasileiras, realizados dos anos 70 até hoje.
A intenção da curadora Guiomar Ramos era reunir obras desde as pioneiras na direção nacional, como Carmen Santos, Gilda de Abreu e Cleo Verberena, que filmaram nos anos 30 e 40.
A inexistência de cópias ou a dificuldade de emprestar as raras disponíveis deixaram a seleção sem representantes da produção feminina até o início dos 70. "Os Homens que Eu Tive" (1973), de Tereza Trautman é o mais antigo filme da mostra.
"Para homenagear Carmen Santos, exibiremos na abertura o curta que Lúcia Murat fez sobre ela", diz Ramos. Além de dirigir "Inconfidência Mineira" (1948), Santos foi produtora e atriz de destaque. Trabalhou com Humberto Mauro e Mário Peixoto, com quem se desentendeu no set de "Onde a Terra Acaba".
As projeções de hoje serão seguidas de mesa-redonda com a curadora, a cineasta Tata Amaral (que tem seu "Através da Janela" na mostra) e a jornalista e crítica Maria do Rosário Caetano.
Preparando-se para filmar novo longa, Murat ("Que Bom Te Ver Viva") diz que percebe uma "mudança radical" no panorama da produção de diretoras no Brasil.
"Antes, [a presença feminina na direção] era muito pontual. Com a retomada [da produção brasileira, a partir de 94], houve uma explosão. Quantitativamente, ainda somos minoria. Respondemos por aproximadamente 20% do total de filmes feitos. Mas, qualitativamente, não tenho dúvidas de que os filmes de mulheres se mostraram mais instigantes e mais rebeldes", diz a cineasta. De Murat, a mostra exibirá também "Brava Gente Brasileira" (2000).
É o filme de uma mulher -"Carlota Joaquina" (1995), de Carla Camurati- o marco da chamada "retomada". Depois de um período inexpressivo de títulos e público no cinema nacional, "Carlota Joaquina" registrou 1,2 milhão de espectadores.
A curadora de "Cinema de Mulheres" diz que optou por selecionar a produção recente das diretoras, com o objetivo de incentivar a discussão sobre o panorama atual da produção.
Assim, o filme de Camurati presente na mostra é "Copacabana" (2001). De Ana Carolina, cineasta notória por sua produção anterior aos 90 ("Mar de Rosas", "Sonho de Valsa"), o programa exibe "Gregório de Mattos" (2002). Suzana Amaral, premiada internacionalmente por "A Hora da Estrela" (1985), comparece com "Uma Vida em Segredo" (2002). E Laís Bodansky, bem-sucedida na estréia em longas com "Bicho de Sete Cabeças", tem na mostra o curta "Cartão Vermelho".
CINEMA DE MULHERES - Mostra de filmes brasileiros dirigidos por mulheres
Onde: Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel. 3277-3611, ramal 221)
Quando: de hoje a 2/4
Quanto: grátis (os ingressos devem ser retirados na bilheteria uma horas antes do início da sessão)
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