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23/03/2003
-
16h15
crítico da Folha
Quem (não) tem medo de Virginia Woolf? Nicole Kidman, certamente, tinha.
O diretor Stephen Daldry teve que moer muito tempo na tentativa de convencer a atriz a interpretar Woolf em "As Horas". Kidman sabia que fazer um papel desses costuma ser tarefa das mais ingratas. Afinal, encarnar um monstro sagrado da literatura universal não parece apenas uma pretensão desmedida; é, antes de tudo, uma impossibilidade.
Cobrar de Kidman que convença na pele de Woolf chega a ser, portanto, meio ridículo. Seria preciso cobrar, no máximo, uma atuação que não fosse cabotina. O primeiro mérito de sua atuação em "As Horas" é, aliás, não resvalar no cabotinismo.
Kidman não é o porém de "As Horas". Num filme de muitas estrelas e inúmeros poréns, ela, que nunca foi uma grande atriz, safa-se pela modéstia. Ela não tenta reproduzir os tiques de Woolf, como fazem nove entre dez atores que interpretam grandes escritores. Ela não tenta nem ao menos interpretar Woolf. Kidman faz simplesmente um trabalho eficaz de contenção e concentração.
O fato de essa atuação coroar uma carreira que vem traçando, depois de uma difícil separação conjugal, sua verdadeira curva ascendente em Hollywood, torna sua candidatura à estatueta de melhor atriz uma das barbadas do Oscar deste ano.
Suas maiores concorrentes parecem ser Renée Zellwegger ("Chicago") e Julianne Moore (um talento genuíno) _esta compete pelo ainda inédito "Longe do Paraíso". Salma Hayek ("Frida") e Diane Lane ("Infidelidade", mais uma pilantragem do diretor Adrian Lyne) são os azarões da noite.
Especial
Fique por dentro da 75ª edição do Oscar
Candidatura de Nicole Kidman é uma das barbadas do ano
TIAGO MATA MACHADOcrítico da Folha
Quem (não) tem medo de Virginia Woolf? Nicole Kidman, certamente, tinha.
O diretor Stephen Daldry teve que moer muito tempo na tentativa de convencer a atriz a interpretar Woolf em "As Horas". Kidman sabia que fazer um papel desses costuma ser tarefa das mais ingratas. Afinal, encarnar um monstro sagrado da literatura universal não parece apenas uma pretensão desmedida; é, antes de tudo, uma impossibilidade.
Cobrar de Kidman que convença na pele de Woolf chega a ser, portanto, meio ridículo. Seria preciso cobrar, no máximo, uma atuação que não fosse cabotina. O primeiro mérito de sua atuação em "As Horas" é, aliás, não resvalar no cabotinismo.
Kidman não é o porém de "As Horas". Num filme de muitas estrelas e inúmeros poréns, ela, que nunca foi uma grande atriz, safa-se pela modéstia. Ela não tenta reproduzir os tiques de Woolf, como fazem nove entre dez atores que interpretam grandes escritores. Ela não tenta nem ao menos interpretar Woolf. Kidman faz simplesmente um trabalho eficaz de contenção e concentração.
O fato de essa atuação coroar uma carreira que vem traçando, depois de uma difícil separação conjugal, sua verdadeira curva ascendente em Hollywood, torna sua candidatura à estatueta de melhor atriz uma das barbadas do Oscar deste ano.
Suas maiores concorrentes parecem ser Renée Zellwegger ("Chicago") e Julianne Moore (um talento genuíno) _esta compete pelo ainda inédito "Longe do Paraíso". Salma Hayek ("Frida") e Diane Lane ("Infidelidade", mais uma pilantragem do diretor Adrian Lyne) são os azarões da noite.
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