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31/05/2003
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05h18
Free-lance para a Folha de S.Paulo
O Conde de Lautréamont, pseudônimo de Isidore Ducasse, se tornou célebre por sua definição de poesia: um guarda-chuva aberto sobre uma mesa de cirurgia.
Essa definição, que será mais tarde o emblema de surrealistas e dadaístas, ainda não é tão absurda quanto um fato real: a escassez de informação relativa à sua vida e de material referente à sua obra.
Filho do cônsul François Ducasse, Isidore nasceu em Montevidéu, a 4 de abril de 1846, e morreu em Paris aos 24 anos de idade.
Em 1869, publica a versão completa dos "Cantos de Maldoror", que, afora alguns poemas, são praticamente a totalidade de sua obra. São basicamente esses os fatos concretos que temos de sua vida, além de algumas fontes indiretas e cartas. Desses subsídios parte a biografia escrita pelo brasileiro Ruy Câmara, "Cantos de Outono".
Quanto à indigência crítica, temos a tradução e estudo (excelentes) de sua obra completa feitos por Claudio Willer e uma pequena biografia e estudo de Leyla Perrone-Moisés, além de outros, poucos, esparsos.
Câmara segue seu personagem desde os primeiros anos, desde o suicídio da mãe, Célestine, e narra os desdobramentos que a tragédia terá para a família Ducasse, que parte para a França. Lá transcorre boa parte do enredo, que aborda sobretudo a formação do jovem Isidore, sua admiração por Baudelaire, o ambiente artístico parisiense, a publicação dos "Cantos de Maldoror" e sua repercussão.
Assim Câmara reescreve os "Cantos de Maldoror", e adentra aquele território onde os fatos se esgotam e estamos naquele campo mais além da vida como ela é e que se aproxima do que ela poderia -e ainda pode- ter sido.
Avaliação:
Cantos de Outono
Autor: Ruy Câmara
Editora: Record
Preço: R$ 48 (400 págs.)
Obra investiga vida e poesia de Lautréamont
RODRIGO PETRONIOFree-lance para a Folha de S.Paulo
O Conde de Lautréamont, pseudônimo de Isidore Ducasse, se tornou célebre por sua definição de poesia: um guarda-chuva aberto sobre uma mesa de cirurgia.
Essa definição, que será mais tarde o emblema de surrealistas e dadaístas, ainda não é tão absurda quanto um fato real: a escassez de informação relativa à sua vida e de material referente à sua obra.
Filho do cônsul François Ducasse, Isidore nasceu em Montevidéu, a 4 de abril de 1846, e morreu em Paris aos 24 anos de idade.
Em 1869, publica a versão completa dos "Cantos de Maldoror", que, afora alguns poemas, são praticamente a totalidade de sua obra. São basicamente esses os fatos concretos que temos de sua vida, além de algumas fontes indiretas e cartas. Desses subsídios parte a biografia escrita pelo brasileiro Ruy Câmara, "Cantos de Outono".
Quanto à indigência crítica, temos a tradução e estudo (excelentes) de sua obra completa feitos por Claudio Willer e uma pequena biografia e estudo de Leyla Perrone-Moisés, além de outros, poucos, esparsos.
Câmara segue seu personagem desde os primeiros anos, desde o suicídio da mãe, Célestine, e narra os desdobramentos que a tragédia terá para a família Ducasse, que parte para a França. Lá transcorre boa parte do enredo, que aborda sobretudo a formação do jovem Isidore, sua admiração por Baudelaire, o ambiente artístico parisiense, a publicação dos "Cantos de Maldoror" e sua repercussão.
Assim Câmara reescreve os "Cantos de Maldoror", e adentra aquele território onde os fatos se esgotam e estamos naquele campo mais além da vida como ela é e que se aproxima do que ela poderia -e ainda pode- ter sido.
Avaliação:
Cantos de Outono
Autor: Ruy Câmara
Editora: Record
Preço: R$ 48 (400 págs.)
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