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09/10/2003
-
07h57
da Folha de S.Paulo
Um dos méritos de "Três Versões da Vida" é trazer Denise Fraga, 38, de volta ao palco.
Fazia sete anos que não interpretava diante de uma câmera no cinema ou na televisão. Foi um intervalo destinado também à chegada do segundo filho com o diretor Luis Villaça, do quadro "Retrato Falado", exibido no "Fantástico" da TV Globo.
A Denise Fraga que ganhou popularidade a partir de 1989, com a despachada Olímpia, a empregada doméstica de "Trair e Coçar, É Só Começar" (a partir de 1989), dirigida por Atílio Riccó, e a intérprete mais contida do drama "A Quarta Estação" (96), dirigido por Fauzi Arap (ela contracenou com Juca de Oliveira), encontram nuanças na personagem Sônia de Yasmina Reza.
"Com esta personagem, eu tento percorrer esses caminhos. Há momentos em que estou em cena abusando da comédia, e há outros nos quais desenvolvo um movimento interior que me dá uma forte emoção, me leva para um terreno difícil de ser percorrido, pelo menos para mim, que venho fazendo coisas, digamos, mais leves", afirma Fraga.
Por meio da peça de Reza, ela constata que diluiu, nesse seu hiato de palco, os muros entre drama e comédia, o que lhe permite "brincar" com outras "tessituras" da intérprete.
"Não há apenas aquele humor cotidiano, a comédia emocional norte-americana, por exemplo. Essa mulher [Reza] escreve em tempo cômico. Ela parece, às vezes, um Martins Penna", diz Fraga, comparando a autora ao comediógrafo brasileiro do século 19 (de "O Judas em Sábado de Aleluia").
Segundo ela, é uma peça feita de reações, gestuais ou verbais. "Fala-se muito em silêncio", diz.
Denise Fraga contracena com colegas de outros projetos. Ela e o ator Marco Ricca, por exemplo, já colecionam meia-dúzia de casamentos seja no cinema, seja na televisão.
O "Retrato Falado", aliás, tem sido um ponto de intercessão da atriz com os colegas da classe teatral paulistana. Ilana Kaplan, que está no elenco do espetáculo "Terça Insana", e Mario Schöemberger (de "Jantar entre Amigos"), por exemplo, já fizeram participações em um episódio ou outro.
Denise Fraga iniciou sua carreira no grupo Tapa, nos anos 80, ainda no Rio, sob direção de Eduardo Tolentino de Araújo. Também foi uma das fundadoras, em 1986, da Cite Teatro, companhia com a qual percorreu escolas do Rio encenando autores como Martins Penna, França Jr. e Artur Azevedo.
O timming de comediante nata deve muito ao repertório de peças que montou no período de formação, como "Contos de Inverno", do inglês William Shakespeare, "Esperando Godot", do irlandês Samuel Beckett, e "Senhora dos Afogados", do brasileiro Nelson Rodrigues.
Denise Fraga vê nuanças de comédia e drama em peça
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Um dos méritos de "Três Versões da Vida" é trazer Denise Fraga, 38, de volta ao palco.
Fazia sete anos que não interpretava diante de uma câmera no cinema ou na televisão. Foi um intervalo destinado também à chegada do segundo filho com o diretor Luis Villaça, do quadro "Retrato Falado", exibido no "Fantástico" da TV Globo.
A Denise Fraga que ganhou popularidade a partir de 1989, com a despachada Olímpia, a empregada doméstica de "Trair e Coçar, É Só Começar" (a partir de 1989), dirigida por Atílio Riccó, e a intérprete mais contida do drama "A Quarta Estação" (96), dirigido por Fauzi Arap (ela contracenou com Juca de Oliveira), encontram nuanças na personagem Sônia de Yasmina Reza.
"Com esta personagem, eu tento percorrer esses caminhos. Há momentos em que estou em cena abusando da comédia, e há outros nos quais desenvolvo um movimento interior que me dá uma forte emoção, me leva para um terreno difícil de ser percorrido, pelo menos para mim, que venho fazendo coisas, digamos, mais leves", afirma Fraga.
Por meio da peça de Reza, ela constata que diluiu, nesse seu hiato de palco, os muros entre drama e comédia, o que lhe permite "brincar" com outras "tessituras" da intérprete.
"Não há apenas aquele humor cotidiano, a comédia emocional norte-americana, por exemplo. Essa mulher [Reza] escreve em tempo cômico. Ela parece, às vezes, um Martins Penna", diz Fraga, comparando a autora ao comediógrafo brasileiro do século 19 (de "O Judas em Sábado de Aleluia").
Segundo ela, é uma peça feita de reações, gestuais ou verbais. "Fala-se muito em silêncio", diz.
Denise Fraga contracena com colegas de outros projetos. Ela e o ator Marco Ricca, por exemplo, já colecionam meia-dúzia de casamentos seja no cinema, seja na televisão.
O "Retrato Falado", aliás, tem sido um ponto de intercessão da atriz com os colegas da classe teatral paulistana. Ilana Kaplan, que está no elenco do espetáculo "Terça Insana", e Mario Schöemberger (de "Jantar entre Amigos"), por exemplo, já fizeram participações em um episódio ou outro.
Denise Fraga iniciou sua carreira no grupo Tapa, nos anos 80, ainda no Rio, sob direção de Eduardo Tolentino de Araújo. Também foi uma das fundadoras, em 1986, da Cite Teatro, companhia com a qual percorreu escolas do Rio encenando autores como Martins Penna, França Jr. e Artur Azevedo.
O timming de comediante nata deve muito ao repertório de peças que montou no período de formação, como "Contos de Inverno", do inglês William Shakespeare, "Esperando Godot", do irlandês Samuel Beckett, e "Senhora dos Afogados", do brasileiro Nelson Rodrigues.
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