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20/10/2003 - 15h30

Lançamento de DVD lembra centenário do pianista Claudio Arrau

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da France Presse, em Berlim

O centenário do pianista chileno Claudio Arrau foi encerrado em Berlim com o lançamento de um DVD com gravações de concertos históricos filmados para a televisão nas décadas de 60 e 70 e reeditados com modernas técnicas digitais.

A série de homenagens ao exímio intérprete (nascido em Chillán, em 1903, e falecido em Muerzzuschlag, Áustria, em 1991) começou em janeiro passado, na Alemanha, com um recital do pianista chileno Christoph Scheffelt, várias vezes ganhador do Prêmio Arrau, no Instituto Ibero-americano de Berlim, cidade onde Arrau chegou aos sete anos de idade para estudar com o maestro Martin Krause (discípulo de Liszt), nos anos 10.

Homenageado também em várias oportunidades pela Filarmônica de Berlim ao longo de sua carreira, Arrau foi um grande intérprete de Beethoven, e também de Mozart, Chopin, Liszt, Schubert, Schumann, Brahms e Debussy.

O DVD (lançamento da EMI) inclui o "Concerto para piano e orquestra" em lá menor e "Carnaval", de Schumann, bem como a sonata número 32 em dó menor, de Beethoven, todos interpretados com a London Philharmonic Orchestra, em Londres e Paris.

Admirador de pianistas como Teresa Carreño e Ferruccio Busoni, seus favoritos, bem como de Artur Schnabel, Edwin Fischer e Alfred Cortot, o lendário pianista chileno interpretava com a máxima fidelidade possível cada detalhe da partitura das obras que tocava.

Com acústica excepcional, a bela sala de teatro de concertos Meistersaal, em Berlim, construída em 1910 e restaurada após a queda do Muro de Berlim, acolheu várias vezes o jovem Arrau, tanto como prodigioso intérprete quanto como extasiado espectador em seus anos de estudo no Sternsche Konservatorium, na capital alemã.

Desde sua infância (estreou profissionalmente aos cinco anos em Chillán) e até sua velhice, o repertório e a consciência cultural do pianista chileno foram admiráveis. Sua casa abrigava preciosas obras de arte e uma vasta biblioteca, na qual Arrau tentava saciar sua sede de Literatura e Arquitetura, bem como de um melhor e mais profundo conhecimento musical, dos compositores e da época em que viveram.

A tensão, a entrega emocional e a profunda concentração de Arrau, flagrantes em sua expressão facial, postura, movimentos corporais e gestos com as mãos, foram tão peculiares quanto sua exaltação romântica.

Curiosamente, a posição bastante incomum de Arrau --munhecas altas e dedos baixos-- se assemelha muito à exibida nos retratos de Liszt.

Com um incomparável repertório em abrangência, que se estende até o século 20 (Satie, Ravel, Pulenc, Bartok, Busoni, Schoenberg, Stravinsky, Villa-Lobos e Chávez) Arrau foi e continua sendo um dos intérpretes mais admirados do mundo.
 

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