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15/12/2003
-
06h02
MÔNICA RODRIGUES DA COSTA
editora da Folhinha
As maiores qualidades gráficas do desenho animado "Irmão Urso", em cartaz em São Paulo desde a última sexta-feira, são a capacidade de mimetizar os animais, especialmente os ursos, e também a de reproduzir cenários impactantes de geleiras, desertos e vulcões.
O filme, do estúdio Disney da Flórida, apresenta uma versão de lendas de povos nativos norte-americanos que trata da relação de parentesco entre homens e animais, fenômeno comum em várias culturas.
Na trama, os irmãos adolescentes Kenai e Denahi vivem brigando e são orientados pelo irmão mais velho, Sitka. O caçula, Kenai, não vê a hora de receber das mãos da xamã de seu povo o amuleto que o tornará adulto. O objeto não corresponde a sua expectativa, e ele despreza o talismã de urso --símbolo do amor-- recebido.
Coincidentemente, um urso aproxima-se de sua aldeia e leva embora o cesto de peixes do irmão mais velho. Irado, Kenai vai resgatá-lo e, ao enfrentar o gigantesco mamífero junto com os irmãos, acaba por matá-lo, depois que o urso tira a vida de Sitka.
Como lição, o espírito do primogênito transforma Kenai em urso. O moço-urso passa a viver, então, uma nova vida, ao lado de Koda, um filhote de urso perdido, que deseja comparecer ao encontro anual dos ursos. O enredo remete ao tempo de um universo em que os homens se transformavam em animais e vice-versa, e a natureza se manifestava nos espíritos ancestrais da floresta.
Existe no filme um intercâmbio de experiências entre homens e ursos que serve à moral fabular e transmite mensagens de fraternidade e diversidade. Na primeira parte de "Irmão Urso", a saga é contada por um velho, que rememora os fatos em "flashback".
Na segunda parte, os olhos tristes do urso protagonista (Kenai) conduz o espectador pela caminhada até a Corrida do Salmão, local do encontro dos ursos e a morada dos espíritos. Será que devolverão a condição humana ao bicho?
A Walt Disney Pictures está de parabéns porque privilegiou um mito autóctone e não o distorceu traduzindo-o em final feliz, como fez com o conto "A Pequena Sereia", de Hans Christian Andersen (1805-1875).
Resta dizer que a trilha sonora (Phil Collins e Mark Mancina) e as vozes são competentes e que o longa conta com excelentes atores nacionais na dublagem --Selton Mello, Marco Nanini e Luiz Fernando Guimarães, entre outros.
Avaliação:
"Irmão Urso" (Brother Bear)
Direção: Aaron Blaise e Robert Walker
Produção: EUA, 2003
Onde: em cartaz nos cines Jardim Sul, Metrô Santa Cruz, Morumbi e circuito
Animação "Irmão Urso" explora lenda nativa sem distorção
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editora da Folhinha
As maiores qualidades gráficas do desenho animado "Irmão Urso", em cartaz em São Paulo desde a última sexta-feira, são a capacidade de mimetizar os animais, especialmente os ursos, e também a de reproduzir cenários impactantes de geleiras, desertos e vulcões.
O filme, do estúdio Disney da Flórida, apresenta uma versão de lendas de povos nativos norte-americanos que trata da relação de parentesco entre homens e animais, fenômeno comum em várias culturas.
Na trama, os irmãos adolescentes Kenai e Denahi vivem brigando e são orientados pelo irmão mais velho, Sitka. O caçula, Kenai, não vê a hora de receber das mãos da xamã de seu povo o amuleto que o tornará adulto. O objeto não corresponde a sua expectativa, e ele despreza o talismã de urso --símbolo do amor-- recebido.
Coincidentemente, um urso aproxima-se de sua aldeia e leva embora o cesto de peixes do irmão mais velho. Irado, Kenai vai resgatá-lo e, ao enfrentar o gigantesco mamífero junto com os irmãos, acaba por matá-lo, depois que o urso tira a vida de Sitka.
Como lição, o espírito do primogênito transforma Kenai em urso. O moço-urso passa a viver, então, uma nova vida, ao lado de Koda, um filhote de urso perdido, que deseja comparecer ao encontro anual dos ursos. O enredo remete ao tempo de um universo em que os homens se transformavam em animais e vice-versa, e a natureza se manifestava nos espíritos ancestrais da floresta.
Existe no filme um intercâmbio de experiências entre homens e ursos que serve à moral fabular e transmite mensagens de fraternidade e diversidade. Na primeira parte de "Irmão Urso", a saga é contada por um velho, que rememora os fatos em "flashback".
Na segunda parte, os olhos tristes do urso protagonista (Kenai) conduz o espectador pela caminhada até a Corrida do Salmão, local do encontro dos ursos e a morada dos espíritos. Será que devolverão a condição humana ao bicho?
A Walt Disney Pictures está de parabéns porque privilegiou um mito autóctone e não o distorceu traduzindo-o em final feliz, como fez com o conto "A Pequena Sereia", de Hans Christian Andersen (1805-1875).
Resta dizer que a trilha sonora (Phil Collins e Mark Mancina) e as vozes são competentes e que o longa conta com excelentes atores nacionais na dublagem --Selton Mello, Marco Nanini e Luiz Fernando Guimarães, entre outros.
Avaliação:
"Irmão Urso" (Brother Bear)
Direção: Aaron Blaise e Robert Walker
Produção: EUA, 2003
Onde: em cartaz nos cines Jardim Sul, Metrô Santa Cruz, Morumbi e circuito
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