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09/02/2004 - 10h39

Jack Black rouba todas as cenas em "Escola do Rock"

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GUILHERME WERNECK
da Folha de S.Paulo

Desde o seu surgimento, o rock'n'roll tirou sua vitalidade da rebeldia, da transgressão --coisas que, a princípio, não se aprendem na escola. Ou, pelo menos, que seus pais não gostariam que você aprendesse na escola.

Claro que muito da rebeldia do rock foi por água abaixo a partir do momento em que se tornou institucionalizada e virou quase um clichê para vender um mundo de coisas para os jovens --de refrigerante a bandas.

Mas a mística da transgressão roqueira é maior do que o marketing. E é isso que torna tão interessante a comédia "Escola do Rock", que entra em cartaz na próxima sexta.

O filme gira em torno da hilariante figura de Dewey Finn (Jack Black), um guitarrista de hard rock que é expulso de seu grupo por ser um tanto mala.

Já na primeira cena, nós o vemos extrapolar nos solos de guitarra e se espatifar no chão na tentativa de dar um "mosh".

Dewey divide seu apartamento com Ned Schneebly (Mike White, que também escreveu o roteiro), um ex-companheiro de rock'n'roll que largou a música para se tornar professor. Pressionado para pagar suas contas, Dewey se passa por Ned e aceita uma proposta de uma escola particular para substituir uma professora por uns meses.

Mas o que um roqueiro que mal conhece as operações fundamentais da matemática pode ensinar a uma classe de garotos de dez anos de uma escola famosa por seu ensino rígido e pela disciplina?

Rock'n'roll.

Só que a tarefa não é tão simples assim. Afinal, essa é uma geração mais familiarizada com o pop de Christina Aguilera do que com o rock jurássico.

Recorrendo ao único conhecimento que tem, Dewey reúne toda a classe para criar uma banda de rock. Quem não toca um instrumento tem de se dividir em outras funções, como cuidar do figurino, da segurança, ser "roadie" e até "groupie".

Na verdade, o que Dewey ensina, além dos acordes de "Smoke on the Water", é que rock não existe sem uma boa dose de rebeldia.

Dirigido por Richard Linklater --que tem no currículo a comédia romântica pretensiosa "Antes do Amanhecer" (1995) e o longa de animação totalmente filosófico "Walking Life" (2001)--, "Escola do Rock" é tudo menos cabeça.

Tem um humor ligeiro, recheado de sacadas inteligentes e divertidas. Algumas cenas lembram o escracho de "Quanto Mais Idiota Melhor", de Penelope Spheeris (1992).

Com certeza, o filme não seria tão engraçado sem Jack Black, que ficou conhecido pelo papel de um dos vendedores de discos aficionados por música pop em "Alta Fidelidade", de Stephen Frears (2000).

Black cria um Dewey totalmente estereotipado, exagerado, e faz tantas caretas durante o filme que é quase impossível não se lembrar das atuações caricaturais de Jim Carrey.

Quem conhece um pouco de rock independente sabe que Black não teve de fazer muito esforço para criar Dewey. À frente da bizarra Tenacious D, auto-intitulada a "melhor banda da Terra", Black é um personagem único do rock independente norte-americano.

Seja pela interpretação de Black, seja pela história, que proporciona boas risadas, seja pela trilha sonora bem roqueira, "Escola do Rock" rende uma ótima diversão.
 

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