Publicidade
Publicidade
10/02/2004
-
12h40
da Folha Online
Um almoço promovido ontem pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, no Beverly Hills Hilton (Califórnia), reuniu os indicados ao prêmio máximo do cinema norte-americano.
O encontro anual que antecede a cerimônia de entrega do Oscar, que acontece em 29 de fevereiro, contou com a presença de estrelas de Hollywood, como Charlize Theron, Ben Kingsley, Sean Penn, Diane Keaton, Patricia Clarkson, Alec Baldwin e Benicio Del Toro, mas teve também a participação de caras novas como a jovem atriz Keisha Castle-Hughes, protagonista de "Encantadora de Baleias", e o diretor brasileiro Fernando Meirelles.
Meirelles, cujo longa "Cidade de Deus" recebeu quatro indicações para o Oscar --incluindo Melhor Diretor--, posou para fotos ao lado de seus adversários na disputa pela estatueta. Além do cineasta paulista, também estão no páreo nomes de peso como Peter Jackson ("O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei"), Sofia Coppola ("Encontros e Desencontros"), Clint Eastwood ("Sobre Meninos e Lobos") e Peter Weir ("Mestre dos Mares - O Lado Mais Distante do Mundo").
Joe Roth, que dirigirá pela primeira vez a cerimônia do Oscar, admitiu estar nervoso pela estréia no programa. Segundo ele, o evento apresentado por Billy Crystal será "divertido e rápido", e revelou que, no final, as câmeras entrarão nas coxias e vão flagrar os vencedores.
O diretor veterano também confirmou as regras tradicionais da premiação, como o limite de 45 segundos para agradecimentos.
Conquista
"Vocês já são vencedores porque estão aqui", declarou Roth aos indicados. "Distinguir o vencedor entre vocês é apenas um espetáculo, não faz muito sentido", acrescentou Roth diante dos astros.
Os indicados devem chegar à festa preparados para sair de mãos vazias, pois apenas 20% deles receberão a sonhada estatueta dourada.
As celebridades compareceram ao evento em um ambiente relaxado e degustaram medalhões de lagosta, bifes chateaubriand e trufas carameladas, esquecendo por um instante o processo de votação que revelará os vencedores.
A mais jovem indicada este ano, a neozelandesa Keisha Castle-Hughes, de apenas 13 anos, abandonou seu colégio por alguns dias para encontrar-se com suas rivais, como Diane Keaton, 58, que quase tropeçou ao buscar seu certificado de atriz indicada.
"É um grande privilégio ter sido considerada entre os indicados", afirmou a heroína maori de "Encantadora de Baleias". "Estou feliz, mas também é um pouco estranho. Vai ser uma loucura", acrescentou Castle-Hughes.
Vencedor de um Oscar e indicado este ano na categoria de melhor ator coadjuvante pelo filme "21 Gramas", Benicio del Toro também parecia impressionado com a quantidade de estrelas reunidas. "Não tenho muita fome, coleciono autógrafos", brincou.
"É muito impressionante", declarou o beninense Djimon Hounsou, também na disputa do Oscar de ator coadjuvante por seu trabalho em "Terra dos Sonhos". "Se o Paraíso existe, então estou na porta, mas ainda não tomei consciência do que tudo isso significa."
Para a norte-americana Patricia Clarkson, indicada na categoria de melhor atriz coadjuvante por seu papel em "Do Jeito que Ela É", o Oscar não se limita à entrega das estatuetas. "Eu sei que é um clichê, mas na verdade o que conta é ser lembrada. E estar no mesmo grupo que estas mulheres é simplesmente assombroso", afirmou.
O filme "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei", última parte da trilogia baseada na obra de J.R.R. Tolkien, é o favorito este ano com 11 indicações, com destaque para Melhor Filme e Melhor Diretor. No entanto, nenhum de seus atores disputará a estatueta dourada.
Escândalo do Super Bowl
As estrelas de Hollywood indicadas para o Oscar ridicularizaram o escândalo e a mobilização deflagrados pela exibição ao vivo do seio da cantora Janet Jackson, 37, durante o show de intervalo do Super Bowl na semana passada.
O ator americano Tim Robbins, conhecido por seu tom ácido, disse que não se sentiu nem um pouco ofendido pelo episódio, no qual o cantor pop Justin Timberlake, 23, arrancou o corpete de Janet enquanto interpretavam um dueto, deixando seu seio direito à mostra, diante de mais de 100 milhões de telespectadores.
"Acho que somos uma sociedade bastante dura e acho que podemos lidar com condutas sexuais ou sociais 'inapropriadas'", justificou Robbins.
"Somos duros. Nossos filhos não vão ter medo de ver Janet Jackson no Super Bowl", comentou, durante o almoço com os indicados ao Oscar.
"De qualquer maneira, despertará [nas crianças] a curiosidade sobre se todos os mamilos são assim", afirmou, ao se referir ao seio da irmã de Michael Jackson, emoldurado com um sol prateado.
O incidente protagonizado pela dupla, ocorrido há mais de uma semana, provocou uma comoção extraordinária no país.
A Comissão Federal de Comunicação (FCC, sigla em inglês) anunciou que foi aberta uma investigação sobre o fato, qualificado por seu presidente Michael Powell como "sem classe, grosseiro e deplorável".
Powell quer descobrir se a rede CBS, que transmitia o evento, violou as regulamentos de proteção, o que pode resultar em uma multa de pelo menos US$ 27.500.
CBS e MTV, encarregada da produção do show, ambas pertencentes a Viacom Inc, se desculparam por algo que, garantiram, não estava no roteiro.
Para evitar novos escândalos, a CBS transmitiu o Grammy no domingo passado com cinco minutos de "delay", o que será repetido no Oscar, com um atraso de cerca de cinco segundos.
Robbins, que foi criticado no passado por seus comentários contra a Guerra no Iraque considerados antipatrióticos, acredita que o atraso também tem como objetivo evitar o que aconteceu na edição anterior da festa de entrega das estatuetas, quando o produtor Michael Moore atacou o presidente dos EUA, George W. Bush.
"Do que têm medo?", perguntou Robbins, que foi indicado na categoria de melhor ator coadjuvante por "Sobre Meninos e Lobos", dirigido por Clint Eastwood.
"A espontaneidade é maravilhosa. Quem está capacitado para julgar se algo é apropriado ou não?", perguntou.
Alec Baldwin, que concorre na mesma categoria, ressaltou que a única razão pela qual se teria de aplicar a censura no intervalo do Super Bowl é que, segundo ele, a atuação dos cantores foi entediante.
"O que aconteceu no Super Bowl teria de ter sido censurado porque é muito pouco interessante", ironizou.
Com Reuters e France Presse
Leia mais
Diretor lamenta ausência de atores de "O Senhor dos Anéis" no Oscar
Especial
Fique por dentro da 76ª edição do Oscar
Almoço reúne estrelas indicadas ao Oscar 2004
Publicidade
Um almoço promovido ontem pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, no Beverly Hills Hilton (Califórnia), reuniu os indicados ao prêmio máximo do cinema norte-americano.
O encontro anual que antecede a cerimônia de entrega do Oscar, que acontece em 29 de fevereiro, contou com a presença de estrelas de Hollywood, como Charlize Theron, Ben Kingsley, Sean Penn, Diane Keaton, Patricia Clarkson, Alec Baldwin e Benicio Del Toro, mas teve também a participação de caras novas como a jovem atriz Keisha Castle-Hughes, protagonista de "Encantadora de Baleias", e o diretor brasileiro Fernando Meirelles.
Reuters |
Fernando Meirelles (alto, à dir.) posa com diretores indicados ao Oscar |
Joe Roth, que dirigirá pela primeira vez a cerimônia do Oscar, admitiu estar nervoso pela estréia no programa. Segundo ele, o evento apresentado por Billy Crystal será "divertido e rápido", e revelou que, no final, as câmeras entrarão nas coxias e vão flagrar os vencedores.
O diretor veterano também confirmou as regras tradicionais da premiação, como o limite de 45 segundos para agradecimentos.
Conquista
"Vocês já são vencedores porque estão aqui", declarou Roth aos indicados. "Distinguir o vencedor entre vocês é apenas um espetáculo, não faz muito sentido", acrescentou Roth diante dos astros.
Os indicados devem chegar à festa preparados para sair de mãos vazias, pois apenas 20% deles receberão a sonhada estatueta dourada.
As celebridades compareceram ao evento em um ambiente relaxado e degustaram medalhões de lagosta, bifes chateaubriand e trufas carameladas, esquecendo por um instante o processo de votação que revelará os vencedores.
A mais jovem indicada este ano, a neozelandesa Keisha Castle-Hughes, de apenas 13 anos, abandonou seu colégio por alguns dias para encontrar-se com suas rivais, como Diane Keaton, 58, que quase tropeçou ao buscar seu certificado de atriz indicada.
"É um grande privilégio ter sido considerada entre os indicados", afirmou a heroína maori de "Encantadora de Baleias". "Estou feliz, mas também é um pouco estranho. Vai ser uma loucura", acrescentou Castle-Hughes.
Vencedor de um Oscar e indicado este ano na categoria de melhor ator coadjuvante pelo filme "21 Gramas", Benicio del Toro também parecia impressionado com a quantidade de estrelas reunidas. "Não tenho muita fome, coleciono autógrafos", brincou.
"É muito impressionante", declarou o beninense Djimon Hounsou, também na disputa do Oscar de ator coadjuvante por seu trabalho em "Terra dos Sonhos". "Se o Paraíso existe, então estou na porta, mas ainda não tomei consciência do que tudo isso significa."
Para a norte-americana Patricia Clarkson, indicada na categoria de melhor atriz coadjuvante por seu papel em "Do Jeito que Ela É", o Oscar não se limita à entrega das estatuetas. "Eu sei que é um clichê, mas na verdade o que conta é ser lembrada. E estar no mesmo grupo que estas mulheres é simplesmente assombroso", afirmou.
O filme "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei", última parte da trilogia baseada na obra de J.R.R. Tolkien, é o favorito este ano com 11 indicações, com destaque para Melhor Filme e Melhor Diretor. No entanto, nenhum de seus atores disputará a estatueta dourada.
Escândalo do Super Bowl
As estrelas de Hollywood indicadas para o Oscar ridicularizaram o escândalo e a mobilização deflagrados pela exibição ao vivo do seio da cantora Janet Jackson, 37, durante o show de intervalo do Super Bowl na semana passada.
O ator americano Tim Robbins, conhecido por seu tom ácido, disse que não se sentiu nem um pouco ofendido pelo episódio, no qual o cantor pop Justin Timberlake, 23, arrancou o corpete de Janet enquanto interpretavam um dueto, deixando seu seio direito à mostra, diante de mais de 100 milhões de telespectadores.
"Acho que somos uma sociedade bastante dura e acho que podemos lidar com condutas sexuais ou sociais 'inapropriadas'", justificou Robbins.
"Somos duros. Nossos filhos não vão ter medo de ver Janet Jackson no Super Bowl", comentou, durante o almoço com os indicados ao Oscar.
"De qualquer maneira, despertará [nas crianças] a curiosidade sobre se todos os mamilos são assim", afirmou, ao se referir ao seio da irmã de Michael Jackson, emoldurado com um sol prateado.
O incidente protagonizado pela dupla, ocorrido há mais de uma semana, provocou uma comoção extraordinária no país.
A Comissão Federal de Comunicação (FCC, sigla em inglês) anunciou que foi aberta uma investigação sobre o fato, qualificado por seu presidente Michael Powell como "sem classe, grosseiro e deplorável".
Powell quer descobrir se a rede CBS, que transmitia o evento, violou as regulamentos de proteção, o que pode resultar em uma multa de pelo menos US$ 27.500.
CBS e MTV, encarregada da produção do show, ambas pertencentes a Viacom Inc, se desculparam por algo que, garantiram, não estava no roteiro.
Para evitar novos escândalos, a CBS transmitiu o Grammy no domingo passado com cinco minutos de "delay", o que será repetido no Oscar, com um atraso de cerca de cinco segundos.
Robbins, que foi criticado no passado por seus comentários contra a Guerra no Iraque considerados antipatrióticos, acredita que o atraso também tem como objetivo evitar o que aconteceu na edição anterior da festa de entrega das estatuetas, quando o produtor Michael Moore atacou o presidente dos EUA, George W. Bush.
"Do que têm medo?", perguntou Robbins, que foi indicado na categoria de melhor ator coadjuvante por "Sobre Meninos e Lobos", dirigido por Clint Eastwood.
"A espontaneidade é maravilhosa. Quem está capacitado para julgar se algo é apropriado ou não?", perguntou.
Alec Baldwin, que concorre na mesma categoria, ressaltou que a única razão pela qual se teria de aplicar a censura no intervalo do Super Bowl é que, segundo ele, a atuação dos cantores foi entediante.
"O que aconteceu no Super Bowl teria de ter sido censurado porque é muito pouco interessante", ironizou.
Com Reuters e France Presse
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice