Publicidade
Publicidade
22/06/2004
-
06h40
ALESSANDRA KORMANN
da Folha de S.Paulo
A sociedade de consumo destruiu o planeta. Milhares de jovens saem às ruas para protestar e tentar impulsionar a mola da história em um sentido mais justo. Mas por que tanta raiva?
Esse é o mote do documentário "Surplus" (Supérfluo), dirigido pelo sueco Erik Gandini, que o GNT exibe na quinta-feira. O filme, premiado no Festival de Documentários de Amsterdã do ano passado, critica de maneira corrosiva o consumismo dos tempos modernos em seus pilares.
Imagens de pessoas dormindo em frente aos seus computadores são intercaladas com os urros de Steve Ballmer, CEO da Microsoft, todo suado, correndo pelo palco em uma palestra para funcionários, berrando: "Eu amo esta empresa! Yeah!".
"Consuma só o necessário", diz Fidel Castro, em um discurso. Mas o que é o necessário? Uma garota cubana fala sobre seu deslumbramento em uma viagem à Europa, enquanto vemos as prateleiras vazias em Cuba. "Eu não parava de trocar os canais da TV e de comer Big Macs. Meu corpo pedia mais." Um jovem de 19 anos, que ficou milionário com a indústria da informação, diz que odeia o dinheiro e não sabe o que fazer com ele. Sente-se vazio.
Mas é possível comprar prazer, mostra o filme. Bonecas de plástico para fins sexuais são produzidas com tecnologia hollywoodiana. Os seios de silicone flexível e apalpável prometem o tesão. Custam de US$ 6.000 a US$ 7.000.
"Inconseqüência não é protestar, e sim arrumar um emprego e entrar no sistema", diz o cientista político John Zerzan, um dos inspiradores do movimento antiglobalização. Para ele, quebrar vitrines de redes de fast food não é violência. "Protestar carregando faixas nunca adiantou."
O documentário foca os protestos durante a reunião de cúpula do G8 em Gênova, em 2001, quando o ativista Carlo Giuliani foi morto pela polícia. "Property damage" (danos à propriedade): a frase é martelada durante o documentário, em ritmo de videoclipe. O objetivo é distorcer a realidade e documentar uma impressão subjetiva. Em "Surplus", George W. Bush, Tony Blair, Jacques Chirac e Bill Gates soltam as mesmas frases, na mesma língua do mal. Não se sabe quem está falando, mas pouco importa.
SURPLUS
Quando: quinta-feira, dia 24, às 21h30
Onde: GNT
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre sociedade de consumo
Documentário "Surplus" disseca sociedade de consumo
Publicidade
da Folha de S.Paulo
A sociedade de consumo destruiu o planeta. Milhares de jovens saem às ruas para protestar e tentar impulsionar a mola da história em um sentido mais justo. Mas por que tanta raiva?
Esse é o mote do documentário "Surplus" (Supérfluo), dirigido pelo sueco Erik Gandini, que o GNT exibe na quinta-feira. O filme, premiado no Festival de Documentários de Amsterdã do ano passado, critica de maneira corrosiva o consumismo dos tempos modernos em seus pilares.
Imagens de pessoas dormindo em frente aos seus computadores são intercaladas com os urros de Steve Ballmer, CEO da Microsoft, todo suado, correndo pelo palco em uma palestra para funcionários, berrando: "Eu amo esta empresa! Yeah!".
"Consuma só o necessário", diz Fidel Castro, em um discurso. Mas o que é o necessário? Uma garota cubana fala sobre seu deslumbramento em uma viagem à Europa, enquanto vemos as prateleiras vazias em Cuba. "Eu não parava de trocar os canais da TV e de comer Big Macs. Meu corpo pedia mais." Um jovem de 19 anos, que ficou milionário com a indústria da informação, diz que odeia o dinheiro e não sabe o que fazer com ele. Sente-se vazio.
Mas é possível comprar prazer, mostra o filme. Bonecas de plástico para fins sexuais são produzidas com tecnologia hollywoodiana. Os seios de silicone flexível e apalpável prometem o tesão. Custam de US$ 6.000 a US$ 7.000.
"Inconseqüência não é protestar, e sim arrumar um emprego e entrar no sistema", diz o cientista político John Zerzan, um dos inspiradores do movimento antiglobalização. Para ele, quebrar vitrines de redes de fast food não é violência. "Protestar carregando faixas nunca adiantou."
O documentário foca os protestos durante a reunião de cúpula do G8 em Gênova, em 2001, quando o ativista Carlo Giuliani foi morto pela polícia. "Property damage" (danos à propriedade): a frase é martelada durante o documentário, em ritmo de videoclipe. O objetivo é distorcer a realidade e documentar uma impressão subjetiva. Em "Surplus", George W. Bush, Tony Blair, Jacques Chirac e Bill Gates soltam as mesmas frases, na mesma língua do mal. Não se sabe quem está falando, mas pouco importa.
SURPLUS
Quando: quinta-feira, dia 24, às 21h30
Onde: GNT
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice