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25/06/2004
-
06h40
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo
Logo de cara, três afirmações devem ser feitas sobre "Matadores de Velhinha", que estréia hoje em SP: 1. É o pior filme da carreira dos irmãos Coen; 2. O original britânico, de 1955, é melhor; 3. O prêmio de melhor atriz dado para Irma P. Hall (a velhinha do título) no Festival de Cannes, em maio último, foi injusto.
A dupla formada por Joel (principalmente roteirista) e Ethan (principalmente diretor) já colocou na praça dez títulos, divididos em obras-primas ("Fargo", "Barton Fink", "Gosto de Sangue", "E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?", "Ajuste Final") e excelentes filmes ("O Homem que Não Estava Lá", "Arizona Nunca Mais", "O Amor Custa Caro", "O Grande Lebowski", "A Roda da Fortuna").
"Matadores de Velhinha" não é nem uma coisa nem outra. Embora vários pontos acima da maioria das comédias que o cinema exibirá em 2004, não está à altura dos criadores, principalmente pelo roteiro falho. Pela primeira vez, os dois dão razão à crítica mais comum (e mais injusta) feita ao seu trabalho até hoje, a de que valorizam a forma pela forma, deixando o conteúdo em segundo plano.
Atrapalhou também o fato de escolherem para refilmar uma obra irretocável, de 1955, cujo título original é homônimo, mas no Brasil virou "O Quinteto da Morte", de Alexander Mackendrick, um curioso diretor de nove longas, entre eles o clássico "A Embriaguez do Sucesso" (1957).
Trazia no elenco sir Alec Guinness, à vontade no papel do professor que lidera o bando de assaltantes que usa a casa de uma velhinha como fachada para um golpe, e Peter Sellers, hilariante em seu primeiro papel de peso.
À original, a nova versão fica devendo alma. Um dos problemas é justamente a veterana atriz negra Irma P. Hall, que não foge ao estereótipo mais raso em seu papel de uma "big momma" sulista que, com seu jeito direto e sem perceber, vai se safando das armadilhas do bando de malfeitores que se instalou no porão de sua casa.
Salva-se Tom Hanks, de volta a uma comédia aberta depois de um longo período de papéis sérios ("À Espera de um Milagre", "Náufrago", "Band of Brothers", "Estrada para Perdição", "Prenda-me se For Capaz"), que leva o filme nas costas no papel do (falso) professor G.H. Dorr.
São seus cacoetes de fala, suas afetadas roupas claras, sua barbicha de Buffalo Bill e sua falsa dentadura que garantem os bons momentos deste "Matadores".
Avaliação:
Matadores de Velhinha
Direção: Joel e Ethan Coen
Produção: EUA, 2004
Com: Tom Hanks, Irma P. Hall
Quando: a partir de hoje nos cines Bristol, Metrô Santa Cruz e circuito
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre os irmãos Coen
"Matadores de Velhinha" é o pior filme da carreira dos Coen
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da Folha de S.Paulo
Logo de cara, três afirmações devem ser feitas sobre "Matadores de Velhinha", que estréia hoje em SP: 1. É o pior filme da carreira dos irmãos Coen; 2. O original britânico, de 1955, é melhor; 3. O prêmio de melhor atriz dado para Irma P. Hall (a velhinha do título) no Festival de Cannes, em maio último, foi injusto.
A dupla formada por Joel (principalmente roteirista) e Ethan (principalmente diretor) já colocou na praça dez títulos, divididos em obras-primas ("Fargo", "Barton Fink", "Gosto de Sangue", "E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?", "Ajuste Final") e excelentes filmes ("O Homem que Não Estava Lá", "Arizona Nunca Mais", "O Amor Custa Caro", "O Grande Lebowski", "A Roda da Fortuna").
"Matadores de Velhinha" não é nem uma coisa nem outra. Embora vários pontos acima da maioria das comédias que o cinema exibirá em 2004, não está à altura dos criadores, principalmente pelo roteiro falho. Pela primeira vez, os dois dão razão à crítica mais comum (e mais injusta) feita ao seu trabalho até hoje, a de que valorizam a forma pela forma, deixando o conteúdo em segundo plano.
Atrapalhou também o fato de escolherem para refilmar uma obra irretocável, de 1955, cujo título original é homônimo, mas no Brasil virou "O Quinteto da Morte", de Alexander Mackendrick, um curioso diretor de nove longas, entre eles o clássico "A Embriaguez do Sucesso" (1957).
Trazia no elenco sir Alec Guinness, à vontade no papel do professor que lidera o bando de assaltantes que usa a casa de uma velhinha como fachada para um golpe, e Peter Sellers, hilariante em seu primeiro papel de peso.
À original, a nova versão fica devendo alma. Um dos problemas é justamente a veterana atriz negra Irma P. Hall, que não foge ao estereótipo mais raso em seu papel de uma "big momma" sulista que, com seu jeito direto e sem perceber, vai se safando das armadilhas do bando de malfeitores que se instalou no porão de sua casa.
Salva-se Tom Hanks, de volta a uma comédia aberta depois de um longo período de papéis sérios ("À Espera de um Milagre", "Náufrago", "Band of Brothers", "Estrada para Perdição", "Prenda-me se For Capaz"), que leva o filme nas costas no papel do (falso) professor G.H. Dorr.
São seus cacoetes de fala, suas afetadas roupas claras, sua barbicha de Buffalo Bill e sua falsa dentadura que garantem os bons momentos deste "Matadores".
Avaliação:
Matadores de Velhinha
Direção: Joel e Ethan Coen
Produção: EUA, 2004
Com: Tom Hanks, Irma P. Hall
Quando: a partir de hoje nos cines Bristol, Metrô Santa Cruz e circuito
Especial
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