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29/07/2004
-
03h38
THIAGO STIVALETTI
free-lance para a Folha
Poucos cinéfilos sabem, mas um dos maiores astros do cinema francês nasceu na Itália. Yves Montand (1921-91) foi batizado como Ivo Livi na cidadezinha de Monsummano, na Toscana, e, ainda criança, seguiu com a família para Marselha, fugindo do fascismo de Mussolini. Sua persona extrovertida tornou-se um símbolo do imaginário italiano encravado na cultura francesa.
Produzido pela RAI italiana, o documentário "Yves Montand" centra fogo nessas raízes italianas do ator. Depoimentos de familiares e do próprio Montand pontuam as imagens, com destaque para um testemunho afetuoso do também toscano Gillo Pontecorvo, hoje considerado um papa do cinema político, com quem o ator trabalhou em seu primeiro longa de ficção, o drama comunista "A Grande Estrada Azul" (1957).
O documentário não se furta a falar das estrelas que passaram pela vida de Montand: a diva Edith Piaf, cujo affair com o ator começou nos palcos do Moulin Rouge; Simone Signoret, musa do cinema francês nos anos 50, com quem viveu 36 anos, até a morte dela, em 1985; e a fatal Marilyn Monroe, a quem não resistiu e teve um pequeno caso durante as filmagens de "Adorável Pecadora" (1960), de George Cukor.
A preocupação em recuperar o "elo perdido" do ator na Itália eclipsa a principal faceta de Montand: a do ator político. A tradição comunista da família deu-lhe a consciência que o transformou no intérprete mais engajado de sua geração. Nada se fala sobre "O Salário do Medo" (1953), um dos poucos filmes políticos de Henri-Georges Clouzot, Palma de Ouro em Cannes que lançou Montand ao estrelato; as seis colaborações com o grego Costa-Gavras, entre as quais "Z" (1969); ou o envolvimento com os autores da Nouvelle Vague, de Resnais ("La Guerre Est Finie", 1966) a Godard ("Tout Va Bien", 1972). Ou seja: falta o essencial para entender a construção do mito.
YVES MONTAND
Quando: hoje, às 22h, no Eurochannel
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre Yves Montand
Documentário desperdiça o mito Yves Montand
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free-lance para a Folha
Poucos cinéfilos sabem, mas um dos maiores astros do cinema francês nasceu na Itália. Yves Montand (1921-91) foi batizado como Ivo Livi na cidadezinha de Monsummano, na Toscana, e, ainda criança, seguiu com a família para Marselha, fugindo do fascismo de Mussolini. Sua persona extrovertida tornou-se um símbolo do imaginário italiano encravado na cultura francesa.
Produzido pela RAI italiana, o documentário "Yves Montand" centra fogo nessas raízes italianas do ator. Depoimentos de familiares e do próprio Montand pontuam as imagens, com destaque para um testemunho afetuoso do também toscano Gillo Pontecorvo, hoje considerado um papa do cinema político, com quem o ator trabalhou em seu primeiro longa de ficção, o drama comunista "A Grande Estrada Azul" (1957).
O documentário não se furta a falar das estrelas que passaram pela vida de Montand: a diva Edith Piaf, cujo affair com o ator começou nos palcos do Moulin Rouge; Simone Signoret, musa do cinema francês nos anos 50, com quem viveu 36 anos, até a morte dela, em 1985; e a fatal Marilyn Monroe, a quem não resistiu e teve um pequeno caso durante as filmagens de "Adorável Pecadora" (1960), de George Cukor.
A preocupação em recuperar o "elo perdido" do ator na Itália eclipsa a principal faceta de Montand: a do ator político. A tradição comunista da família deu-lhe a consciência que o transformou no intérprete mais engajado de sua geração. Nada se fala sobre "O Salário do Medo" (1953), um dos poucos filmes políticos de Henri-Georges Clouzot, Palma de Ouro em Cannes que lançou Montand ao estrelato; as seis colaborações com o grego Costa-Gavras, entre as quais "Z" (1969); ou o envolvimento com os autores da Nouvelle Vague, de Resnais ("La Guerre Est Finie", 1966) a Godard ("Tout Va Bien", 1972). Ou seja: falta o essencial para entender a construção do mito.
YVES MONTAND
Quando: hoje, às 22h, no Eurochannel
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