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03/09/2004
-
07h14
GUSTAVO FIORATTI
do Guia da Folha
Nenhum outro antigo gênero teatral poderia ser mais bem associado aos estilos de Marisa Orth, Luís Fernando Guimarães e Otávio Müller do que o vaudeville. A comparação se faz ainda mais pertinente agora que os três atores se encontram em uma dessas típicas comédias de costume do século 19, "O Caso da Rua ao Lado" ("L'Affaire de la Rue Lourcine"), de Eugène Labiche, que estréia no Tom Brasil - Vila Olímpia.
O tom da peça, escrita em 1857, durante um período marcado por uma vasta produção de outras farsas e vaudevilles, não atinge o escracho. A história é engenhosa, sem grandes conflitos, e faz críticas sociais sutis, especialmente à vida burguesa, ou aos "mauricinhos e patricinhas da época", como brinca Guimarães: dois homens tomam um porre, não conseguem se lembrar do que aconteceu e, para piorar, descobrem que podem ser acusados de um crime.
A mulher de um deles, uma "lady" interpretada por Marisa Orth, é quem tenta restabeler a normalidade. "A personagem enlouquece porque não quer sair da rotina, não quer nada além de um dia normal", diz a atriz.
O enredo, na montagem de Alberto Renault (diretor com passagem por programas televisivos como "Os Normais" e "Brasil Legal"), ganha agilidade em um palco quase vazio, onde os ambientes são criados apenas com o deslocamento de cortinas.
Mas é de suas óperas ("Orfeu" e "Salomé") que o diretor mostra repertório. Um piano, instalado no palco, sublinha os climas, além de acompanhar canções criadas sobre músicas de Debussy e Satie, com letras cantadas pelo elenco. "É uma direção que quebra o realismo da peça, mesmo com os atores em figurino de época", diz Renault.
O CASO DA RUA AO LADO
Onde: Tom Brasil - Vila Olimpia (r. das Olimpíadas, 66, Vila Olímpia, região oeste, tel. 2162-2200)
Quando: sexta e sábado, às 22h, domingo, às 19h (até 31/10)
Quanto: R$ 30 a R$ 70
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Marisa Orth
Leia o que já foi publicado sobre Luís Fernando Guimarães
Leia o que já foi publicado sobre Otávio Müller
Tom Brasil recebe "O Caso da Rua ao Lado"
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do Guia da Folha
Nenhum outro antigo gênero teatral poderia ser mais bem associado aos estilos de Marisa Orth, Luís Fernando Guimarães e Otávio Müller do que o vaudeville. A comparação se faz ainda mais pertinente agora que os três atores se encontram em uma dessas típicas comédias de costume do século 19, "O Caso da Rua ao Lado" ("L'Affaire de la Rue Lourcine"), de Eugène Labiche, que estréia no Tom Brasil - Vila Olímpia.
O tom da peça, escrita em 1857, durante um período marcado por uma vasta produção de outras farsas e vaudevilles, não atinge o escracho. A história é engenhosa, sem grandes conflitos, e faz críticas sociais sutis, especialmente à vida burguesa, ou aos "mauricinhos e patricinhas da época", como brinca Guimarães: dois homens tomam um porre, não conseguem se lembrar do que aconteceu e, para piorar, descobrem que podem ser acusados de um crime.
A mulher de um deles, uma "lady" interpretada por Marisa Orth, é quem tenta restabeler a normalidade. "A personagem enlouquece porque não quer sair da rotina, não quer nada além de um dia normal", diz a atriz.
O enredo, na montagem de Alberto Renault (diretor com passagem por programas televisivos como "Os Normais" e "Brasil Legal"), ganha agilidade em um palco quase vazio, onde os ambientes são criados apenas com o deslocamento de cortinas.
Mas é de suas óperas ("Orfeu" e "Salomé") que o diretor mostra repertório. Um piano, instalado no palco, sublinha os climas, além de acompanhar canções criadas sobre músicas de Debussy e Satie, com letras cantadas pelo elenco. "É uma direção que quebra o realismo da peça, mesmo com os atores em figurino de época", diz Renault.
O CASO DA RUA AO LADO
Onde: Tom Brasil - Vila Olimpia (r. das Olimpíadas, 66, Vila Olímpia, região oeste, tel. 2162-2200)
Quando: sexta e sábado, às 22h, domingo, às 19h (até 31/10)
Quanto: R$ 30 a R$ 70
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