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20/09/2004
-
10h30
RICARDO FELTRIN
Editor-chefe da Folha Online
Em seu primeiro concerto em São Paulo, os pianistas Nelson Freire e Martha Argerich tiveram de voltar ao palco para executar quatro "bis", ovacionados de pé por cerca de 1.500 pessoas --a lotação completa da Sala São Paulo.
Foi um concerto histórico, de duas horas de duração, com uma platéia visivelmente encantada pelo "diálogo" a quatro mãos entre o pianista brasileiro e a argentina. Afinal, se Argerich e Freire hoje afirmam que sempre foram apenas amigos, não há dúvida que se "casaram" musicalmente há quase cinco décadas --desde o dia em que se conheceram (saiba mais no documentário "Nelson Freire", de João Moreira Salles, 2003, à venda em DVD).
Freire, mineiro, 60 anos, foi menino-prodígio que deu o primeiro concerto aos 4 e hoje é considerado um dos maiores e mais versáteis pianistas do mundo, capaz de interpretar estilos diferentes como Rachmaninov e Chopin com tanta naturalidade que costuma assombrar críticos e platéias em todos os países onde se apresenta. Argerich, portenha, não revela a idade, começou a tocar aos 5, mudou para a Europa e se tornou amante e grande intérprete dos estilos românticos, ganhando prêmios que vão do Accademica di Santa Cecilia di Roma ao Grammy.
O único incidente do concerto de ontem --talvez a palavra não seja incidente, mas "empolgação exagerada"-- ocorreu após o terceiro movimento da belíssima e complicada suíte nº 2 (opus 17) de Sergei Rachmaninov (1873-1943), quando parte do público não conseguiu se conter na pausa antes do último movimento e passou a aplaudir efusivamente os pianistas.
Simpática e compreensiva, Argerich sorriu para a platéia, pedindo silêncio.
Ao final, após a densa "La Valse" (de Ravel), o público não queria que o casal fosse embora, pedindo "bis" de pé por quatro vezes e só desistindo de um quinto porque as luzes da sala foram acesas.
Os concertos, que fazem parte da temporada 2004 do Mozarteum Brasileiro, continuam hoje e amanhã às 21h na mesma sala São Paulo, mas pode esquecer qualquer hipótese de encontrar um ingresso "oficial" (com preços entre R$ 130 e $ 250). No máximo você vai encontrar um ingresso bem inflacionado na mão de algum cambista "clássico".
Quem: Nelson Freire e Martha Argerich
Onde: Sala São Paulo (praça Júlio Prestes, s/nº, São Paulo)
Quando: Hoje e amanhã, às 21h (esgotados)
Informações: 0/xx/11/3815-6377
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Nelson Freire e Martha Argerich dão quatro "bis" em seu 1º concerto em SP
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Editor-chefe da Folha Online
Em seu primeiro concerto em São Paulo, os pianistas Nelson Freire e Martha Argerich tiveram de voltar ao palco para executar quatro "bis", ovacionados de pé por cerca de 1.500 pessoas --a lotação completa da Sala São Paulo.
Foi um concerto histórico, de duas horas de duração, com uma platéia visivelmente encantada pelo "diálogo" a quatro mãos entre o pianista brasileiro e a argentina. Afinal, se Argerich e Freire hoje afirmam que sempre foram apenas amigos, não há dúvida que se "casaram" musicalmente há quase cinco décadas --desde o dia em que se conheceram (saiba mais no documentário "Nelson Freire", de João Moreira Salles, 2003, à venda em DVD).
Divulgação |
Nelson Freire (Brasil) e Martha Argerich (Argentina) |
Freire, mineiro, 60 anos, foi menino-prodígio que deu o primeiro concerto aos 4 e hoje é considerado um dos maiores e mais versáteis pianistas do mundo, capaz de interpretar estilos diferentes como Rachmaninov e Chopin com tanta naturalidade que costuma assombrar críticos e platéias em todos os países onde se apresenta. Argerich, portenha, não revela a idade, começou a tocar aos 5, mudou para a Europa e se tornou amante e grande intérprete dos estilos românticos, ganhando prêmios que vão do Accademica di Santa Cecilia di Roma ao Grammy.
O único incidente do concerto de ontem --talvez a palavra não seja incidente, mas "empolgação exagerada"-- ocorreu após o terceiro movimento da belíssima e complicada suíte nº 2 (opus 17) de Sergei Rachmaninov (1873-1943), quando parte do público não conseguiu se conter na pausa antes do último movimento e passou a aplaudir efusivamente os pianistas.
Simpática e compreensiva, Argerich sorriu para a platéia, pedindo silêncio.
Ao final, após a densa "La Valse" (de Ravel), o público não queria que o casal fosse embora, pedindo "bis" de pé por quatro vezes e só desistindo de um quinto porque as luzes da sala foram acesas.
Os concertos, que fazem parte da temporada 2004 do Mozarteum Brasileiro, continuam hoje e amanhã às 21h na mesma sala São Paulo, mas pode esquecer qualquer hipótese de encontrar um ingresso "oficial" (com preços entre R$ 130 e $ 250). No máximo você vai encontrar um ingresso bem inflacionado na mão de algum cambista "clássico".
Quem: Nelson Freire e Martha Argerich
Onde: Sala São Paulo (praça Júlio Prestes, s/nº, São Paulo)
Quando: Hoje e amanhã, às 21h (esgotados)
Informações: 0/xx/11/3815-6377
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