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28/06/2005 - 12h53

SP Fashion Week levou modelos brasileiras ao topo, diz Paulo Borges

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KARINA KLINGER
da Folha Online

Em dez anos de São Paulo Fashion Week ocorreram muitas mudanças. A moda evolui, os desfiles ficaram mais sofisticados e o custo do evento multiplicou. Quem conta os detalhes desse universo é Paulo Borges, diretor artístico do evento, que comemora a cultura de moda que se tornou hábito do brasileiro.

Flávio Florido/Folha
Paulo Borges criou a Fashion Week há dez anos
Paulo Borges criou a Fashion Week há dez anos
Leia a entrevista feita com o diretor pela Folha Online na noite desta segunda-feira, no Memorial da América Latina, palco do desfile de comemoração pelos dez anos do maior evento de moda do país.

Folha Online - O que mudou na moda nestes últimos dez anos e o que mais lhe impressionou?

Paulo Borges - Acho que o consumo de moda aumentou bastante. Pesquisas mostram que antes a média de consumo de roupa do brasileiro era de 26 peças, agora são 37. O que mais me impressionou foi a transformação cultural que o país sofreu. Antes, por exemplo, havia três escolas de moda no Brasil, hoje são 33. Ocorreu também uma segmentação profissional, há gente vivendo de moda. Sem contar que as pessoas hoje entendem melhor esse universo, os lançamentos. Ficou claro que o brasileiro adora moda.

Folha Online - O perfil dos estilistas mudou?

Borges
- O que acontece é que hoje não bastam eles apenas serem criativos, eles precisam ter uma estrutura toda por trás. Quando começamos, os estilistas chegavam a apresentar 180 looks diferentes na passarela, sendo que cada desfile durava 40 minutos. Como o mercado ficou mais dinâmico, eles agora pegam uma idéia central e focam a atenção. Um desfile bom tem 30, 40 looks e não dura mais que 15 minutos.

Folha Online - Qual o profissional que se deu melhor com esse desenvolvimento estimulado pelo SP Fashion Week?

Borges
- Sem dúvida, quem chegou no topo do mundo foram as modelos brasileiras. Elas são produto de altíssima qualidade para o mercado mundial. Cresce a cada ano o número de olheiros internacionais que vêm ao país para buscar novos talentos, cada vez mais jovens. Tanto que a gente não pára de lançar novas modelos. Esse processo já é diferente para o estilista, que para conseguir o mesmo sucesso internacional, precisa também de uma política de investimento.

Folha Online - O brasileiro sabe se vestir?

Borges
- Eu acho que a moda ficou mais democrática, menos imposta. Nos anos 80 eram quase cinco, seis palavras, as tais tendências. Tínhamos apenas sete nomes mundiais para seguir. Hoje a rua interfere no olhar do estilista e as pessoas que vestem moda procuram algo com a sua cara. Acho diversificado o jeito do brasileiro se vestir. Tem a TV e novela, que também influenciam os hábito da massa. Há muitas revistas que passam informações. A moda passou a ser um assunto popular.

Folha Online - Mas a moda está mais acessível?

Borges
- A moda é como uma pirâmide, tem a mais sofisticada e cara no alto até a loja de departamento mais barata. As pessoas misturam essas duas coisas. Isso é bacana no mundo inteiro. O legal é saber misturar. Uma camiseta mais barata com um blaser mais caro. O brasileiro é um apreciador e um "novidadeiro". Ele adora moda.

Folha Online - Os desfiles ganharam sofisticação na Fashion Week. Qual o custo do evento agora e no passado?

Borges
- Já chegou a custar R$ 600 mil. Nesta edição o custo total gira em torno de R$ 5,5 milhões. Mas deve se levar em conta os investimentos em tecnologia, como as salas climatizadas, os cenários etc.

Folha Online - Como o São Paulo Fashion Week é visto no exterior?

Borges
- No começo tínhamos apenas cinco jornalistas de fora para cobrir o evento. Em geral, eles eram amigos de alguém e vinham para prestigiar. Hoje temos cerca de 600 jornalistas de fora. Somando com os brasileiros, são 1.500 profissionais da imprensa cobrindo o evento.

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