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12/09/2005 - 10h59

Samba da Vela, 5, lança seu primeiro CD

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JANAINA FIDALGO
da Folha de S.Paulo

Há quem reze para a vela não apagar, porque, quando ela apaga, o samba termina e a comunidade chora. É assim toda segunda-feira, dia em que a chama do Samba da Vela se nutre com músicas de novos compositores e intérpretes.

Em cinco anos, 400 composições foram catalogadas, 20 das quais estão no primeiro CD da roda, "A Comunidade Samba da Vela", lançado neste mês pela gravadora Pôr do Som.

Tuca Vieira/Folha Imagem
Roda da comunidade Samba da Vela, na zona sul
Roda da comunidade Samba da Vela, na zona sul
"A gente é pé no chão. Queríamos fazer o nosso trabalho e, de repente, apareceu a oportunidade de gravar um CD. Foi dando pé e virando uma realidade", diz Magnu Sousá, 31, um dos fundadores do Samba da Vela, ao lado do irmão Maurílio (ambos do Quinteto em Branco e Preto) e dos compositores Paqüera e Chapinha.

Gravado ao vivo no Espaço Cachoeira, em São Paulo, o CD traz sambas inéditos de novos compositores que via de regra ficam à margem do mercado fonográfico.

"Eles compunham, mas não tinham espaço para mostrar. Começaram a freqüentar [a roda] e a abrir o leque dos sambas que tinham em casa. Compunham, gravavam uma fitinha e guardavam na gaveta. Aqui não, a gente canta e o samba vai", conta Sousá.

É o caso de Adriano Carollo, Dú Oliveira, Rodrigo Junior e Willian Fialho, entre outros, todos com músicas gravadas neste CD.

"Muitos artistas falam: 'Mande uma fita para eu ouvir'. Acho isso uma falta de respeito com o compositor. Montamos um espaço onde os intérpretes podem ver a intensidade dessa música", diz o compositor Paqüera, 46. "Quando ele chega e escuta um samba, sabe que vai fazer sucesso, como a Beth [Carvalho] fez. Ouviu, se emocionou e gravou."

Duas músicas do disco ("A Comunidade Chora" e "Madrinha") foram gravadas pela sambista, que desde o início dá sua bênção ao Samba da Vela.

O álbum, com participações especiais de Oswaldinho do Acordeon, Seu Nenê da Vila Matilde e Velha Guarda da Camisa Verde e Branco, não deixa os freqüentadores de fora: há um coro com 120 vozes, como na contagiante "A Comunidade Chora" ("Eu rezo para essa chama não crepuscular/ Durar mais um minuto nessa hora/ Ah! Porque senão a comunidade chora/ Chora, chora...").

O início

Foi em julho de 2000, no bar Ziriguidum, o primeiro encontro da roda que mais tarde daria origem ao Samba da Vela. Na primeira semana, eram cinco pessoas. Na seguinte, 15. Hoje, são mais de 200 pessoas toda segunda, às 20h30.

"Quando o negócio começou a tomar forma, fiquei preocupado. Era o único que tinha que acordar cedo para trabalhar. Os outros eram músicos", conta Paqüera, que tem uma empresa de serviços elétricos. "Vieram as idéias mais malucas para conseguirmos encerrar cedo: a ampulheta, o despertador, o galo. Eu sugeri a vela."

Desde 2002, a morada do Samba da Vela é a Casa de Cultura de Santo Amaro (pça. Francisco Ferreira Lopes, 434, perto da av. João Dias, na zona sul da capital). Na entrada pede-se uma colaboração de R$ 2 que ajuda a custear os ingredientes da saborosa sopa do chef Oliveira. "Mostramos os sambas direto ao povo. É formação de opinião no boca-a-boca", diz Paqüera.

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