Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/10/2000 - 14h43

Música negra dá o tom da última noite do Free Jazz

Publicidade

CARLA NASCIMENTO
da Folha Online, no Rio

O Free Jazz 2000 deverá ficar marcado como o mais multiétnico das 15 edições do festival. Entre os convidados estão brasileiros, suecos, ingleses, nigerianos, cubanos, indianos e franco-espanhóis. Mas se este ano a característica é a pluralidade étnica, a última noite do festival no Rio foi marcada com o que se poderia chamar de verdadeiro "culto" à música negra.

Com exceção do sueco Jay Jay Johanson e do inglês de origem indiana Talvin Singh, os demais shows da última noite do Free Jazz tinham como inspiração a música negra.

No palco Club, Ravi Coltrane trouxe seu sopro de jazz mais tradicional e o Art Ensemble of Chicago, que faz uma mistura de "free jazz", com ritmos africanos e faz referências diretas à ancestralidade afriacana nas roupas e na definição que costumam fazer de sua própria música - "Great black music".

No palco New Directions, o percussionista brasileiro Marcos Suzano abriu os shows para o DJ e também percussionista Talvin Singh e para o compositor sueco Jay Jay Johanson.

Junto com as músicas do último CD - "Flash" - Suzano também lembrou algumas faixas de "Sambatown" - seu primeiro CD solo - entre elas "Airá", fruto de sua pesquisa de ritmos arfo-brasileiros. No momento em que tocava essa música o teclado caiu. " Foi Xangô que baixou por aqui", brincou Suzano.

O clima de "ancestralidade" continuou com Talvin Sighn, que levou para o Free Jazz suas tablas indianas, que foram ouvidas por uma platéia bem comportada, que só se manifestou para aplaudir no final de cada música.

Mas se o clima do Club e do New Directions era ameno, no Main Stage a temperatura subiu com o nigeriano Femi Anikulapo-Kuti e a banda The Positive Force e o cantor e compositor americano D'Angelo.

Femi Kuti abriu o show para D'Angelo surpreendendo o público com a modernidade da música africana. As três bailarinas que acompanhavam a banda e fazem back vocal para algumas músicas deram um show a parte. A platéia retribuiu acompanhando as coreografias, familiares ao público brasileiro. Entre os aplausos que recebeu estavam os de Caetano Veloso.

O cantor D'Angelo entrou no palco em clima soturno. As referências ao passado estavam no figurino do trio de back vocal que lembrava os "black indians" de New Orleans.

D'Angelo alternou momentos de suavidade em algumas baladas com outros de verdadeira fúria quando quebrou o suporte do microfone, a bateria, rasgou a camisa e se jogou nos braços do público. E isso não foi tudo. De uma hora para outra a platéia se viu diante do cantor e uma parte de sua banda fazendo uma coreografia que simulava um ato sexual.

No final D'Angelo exigiu muitos aplausos, mas nem precisava. O público, que parece ter gostado (apesar da "fúria gratuita"), pediu bis e esperou cerca de dez minutos para o cantor e sua banda voltarem ao palco, mas foi recompensado. O cantor voltou para um bis de quase 40 minutos.

Leia mais notícias de Ilustrada na Folha Online

Leia mais 
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página